Se soubessem a quantidade de vezes que estas palavras: “Teste Lésbica”; “Teste para saber se sou lésbica”; “Como saber se sou lésbica” (e mais algumas variantes) são inseridas no Google e que aqui vêm parar, estariam como eu, de boca aberta.
Aproveitei para fazer a mesma pesquisa e descobri o que provavelmente estas pessoas também descobriram, não há teste em português que responda a esta questão, há alguns em inglês (ao bom estilo da revista Maria)!
(Eu sei que no fundo tudo se vai resumir aos rótulos, mas esta questão, para mim, tem exactamente o mesmo significado que a LiveJustNotSurvive uma vez tão bem descreveu aqui. Como tal dêem-me alguma liberdade de manobra na quantidade de rotulagens que vou fazer a seguir.)
Eu nunca tive dúvidas sobre a minha orientação sexual (andei perdida sem saber o que lhe fazer e como viver com ela, mas nunca tive dúvidas). A primeira vez que me lembro de me ter apaixonado perdidamente por uma “mulher” tinha 5 anos e ela 7.
Chamava-se Sofia, era loira de olhos azuis. Nas férias ela frequentava o mesmo ATL que eu, foram dois anos em que as férias presa naquele sítio eram o ponto alto da minha vida. No resto do ano eu “namorava” a contra gosto com o Miguel, o rapaz mais enfezadinho do ATL, que não arranjava namorada e que os nossos amigos achavam que como sobrávamos os dois seríamos o casal perfeito (hoje pergunto-me se ele não seria/será gay).
Fiz de tudo para ser amiga da Sofia (a diferença de idades nesta altura é lixada) e por fim consegui. Os melhores momentos das férias, que ainda guardo com carinho, eram passados no autocarro do ATL nas visitas de estudo que fazíamos, uma vez por semana religiosamente. Ela sentada ao meu colo e eu a fazer de sinto de segurança toda a viagem (agarrava-a pela cintura e puxava-a para mim) o seu cabelo cheirava a Baby Johnson (ai esse odor traz tanta saudade, mata-me de amor, dá-me liberdade – já dizia o outro Sr.) e eu literalmente derretia.
Costumam-me perguntar se eu tinha consciência, nessa altura, que estava apaixonada. Acho mesmo que sim, eu queria namorar com a Sofia. Sabia também que isso não era possível (além de que todos me diziam que o meu namorado era o Miguel e o namorado da Sofia o César), sabia que as meninas entre si eram amigas e entre meninas e meninos havia namorados. Achava também que a Sofia gostava de verdade do César, logo, eu não era correspondida. No entanto, o sentimento de incomodo com a minha homossexualidade só apareceu na adolescência, na infância nunca me senti incomodada.
(O post já vai longo e não falei de nada que queria falar, fica o resto para amanhã, que eu hoje fico com o sentimento enternecedor do meu primeiro grande amor platónico e puro)
Aproveitei para fazer a mesma pesquisa e descobri o que provavelmente estas pessoas também descobriram, não há teste em português que responda a esta questão, há alguns em inglês (ao bom estilo da revista Maria)!
(Eu sei que no fundo tudo se vai resumir aos rótulos, mas esta questão, para mim, tem exactamente o mesmo significado que a LiveJustNotSurvive uma vez tão bem descreveu aqui. Como tal dêem-me alguma liberdade de manobra na quantidade de rotulagens que vou fazer a seguir.)
Eu nunca tive dúvidas sobre a minha orientação sexual (andei perdida sem saber o que lhe fazer e como viver com ela, mas nunca tive dúvidas). A primeira vez que me lembro de me ter apaixonado perdidamente por uma “mulher” tinha 5 anos e ela 7.
Chamava-se Sofia, era loira de olhos azuis. Nas férias ela frequentava o mesmo ATL que eu, foram dois anos em que as férias presa naquele sítio eram o ponto alto da minha vida. No resto do ano eu “namorava” a contra gosto com o Miguel, o rapaz mais enfezadinho do ATL, que não arranjava namorada e que os nossos amigos achavam que como sobrávamos os dois seríamos o casal perfeito (hoje pergunto-me se ele não seria/será gay).
Fiz de tudo para ser amiga da Sofia (a diferença de idades nesta altura é lixada) e por fim consegui. Os melhores momentos das férias, que ainda guardo com carinho, eram passados no autocarro do ATL nas visitas de estudo que fazíamos, uma vez por semana religiosamente. Ela sentada ao meu colo e eu a fazer de sinto de segurança toda a viagem (agarrava-a pela cintura e puxava-a para mim) o seu cabelo cheirava a Baby Johnson (ai esse odor traz tanta saudade, mata-me de amor, dá-me liberdade – já dizia o outro Sr.) e eu literalmente derretia.
Costumam-me perguntar se eu tinha consciência, nessa altura, que estava apaixonada. Acho mesmo que sim, eu queria namorar com a Sofia. Sabia também que isso não era possível (além de que todos me diziam que o meu namorado era o Miguel e o namorado da Sofia o César), sabia que as meninas entre si eram amigas e entre meninas e meninos havia namorados. Achava também que a Sofia gostava de verdade do César, logo, eu não era correspondida. No entanto, o sentimento de incomodo com a minha homossexualidade só apareceu na adolescência, na infância nunca me senti incomodada.
(O post já vai longo e não falei de nada que queria falar, fica o resto para amanhã, que eu hoje fico com o sentimento enternecedor do meu primeiro grande amor platónico e puro)