4º Ciclo de Cinema LGBT

quinta-feira, março 29

Aqui fica uma proposta de cinema para quem estiver pela capital este fim-de-semana.

Nos próximos dias 30, 31 de Março e 1 de Abril a Rede Ex-Aequo vai realizar o seu 4º festival de cinema LGBT na Videoteca Municipal (30 de Março) e no Instituto Português da Juventude do Parque das Nações – Lisboa (31 de Março e 1 de Abril).

O programa conta com a exibição de 5 filmes, que para além de versarem a temática GLBT, fazem-no do ponto de vista da adolescência. A programação está aqui.

Boca metálica

quarta-feira, março 28



Sempre na vanguarda da moda e seguindo a tendência do momento. Miss Shirley decidiu (num daqueles seus impulsos) meter um aparelho nos dentes. Afinal, se o Tom Cruise usou um durante uns aninhos e não o impediu de casar com aquela beldade 20 cm mais alta que ele, também Miss Shirley não vai perder o casamento.
Custa-me um bocado quando falo e ainda não consegui beijar ninguém (raios, ainda não foi desta que consegui sacar um beijo ao meu dentista, mas não desistirei tão facilmente) portanto se alguém quiser partilhar comigo esta interessante experiência, faça o favor de dizer...Mas o pior de tudo até agora é que não consigo mastigar, logo, vou andar a sopinha nos próximos dias e já sei o que me vai acontecer. Vou desaparecer. Sim, porque se eu já sou esta elegância de gente, então agora vão deixar de me ver.
De qualquer maneira estou ansioso por ver os meus dentinhos todos direitos e também por ver a reacção dos amigos . Só espero que não tenha destruído por completo a minha já escassa vida sexual. Deus queira que não! Afinal de contas não devo ser o único a achar super sexy alguém com aparelho.

Back Home!

terça-feira, março 27

Antes de começar com o post propriamente dito, gostava de agradecer os votos de “feliz aniversário” a tod@s (para quem perguntou já lá vão 33)!!!

(Relembrando as minhas férias este ano, consegui ir com companhia gay (M.S.B.) para um país quase homofóbico, e com um grupo straight para um país onde é permitido o casamento e a adopção gay. Pergunto-me se não deveria ter trocado as voltas?!)

Com o intuito de comemorar o meu aniversário e de mais uma amiga, juntamos um simpático grupo (13) e rumamos a Barcelona (concordo por inteiro com a M.S.B., é mesmo a cidade dos “torcicolos”)!

Com um grupo straight não pude explorar muito a noite gay de Barcelona, mas em contrapartida, conseguimos explorar os serviços públicos da cidade. Logo na primeira noite, um dos meus amigos a tentar abrir a porta à namorada “tau” caiu na banheira (nada de grave, ficou só um bocado amolgado) lá veio a ambulância e lá foram três para o hospital. Bem perto dali, um outro amigo foi roubado (só lhe levaram a carteira e ele nem se apercebeu) lá foram mais três para a polícia. Ao que parece os serviços funcionam muito bem (eu já estava a dormir – a idade não perdoa)!

Do pouco que eu consegui ver da noite Gay de Barcelona fiquei encantada, bares de design, excelente música e bom ambiente (assim, muito parecidos com o Trumps, o Memorial, o Poison Club ou mesmo o Finalmente)!

Resumindo e baralhando: vale a pena lá dar um salto, é uma cidade museu, com uma vida nocturna invejável, com um dos poucos hotéis gay do mundo – Hotel Axel, e com uma selecção gastronómica fantástica (por falar nisso entro hoje em dieta, dei cabo de mim por lá)!

Happy Monday

segunda-feira, março 26

Esta manhã, quando acordei e abri a janela do meu quarto deparei-me com esta "linda" visão do tempo:



A caminho do trabalho mais parecia que ia a fazer surf, do que propriamente a conduzir:



Mas, curiosamente, é assim que me sinto esta manhã:



I wonder why???

Desejo-vos a tod@s uma Excelente semana!!!

Porque "elas" merecem. E eu também.

sábado, março 24



E porque é Primavera, Miss Shirley vai dedicar o seu fim-de-semana ás suas amigas. Já estou artilhada e só me falta o chapéu de palha. Elas agradecem libertando um cheiro maravilhoso e colorindo o meu jardim. E eu também fico grato porque a terapia está cada vez mais cara e não estou com vontade nenhuma de ficar enfiado em casa a ver televisão.
A minha mãe ficou felicissima com a ideia e já prometeu que me ajudava. Só espero que não traga os saltos-altos porque senão fura-me a relva toda.

Por las calles de Barcelona

quinta-feira, março 22


Cada vez que falo ao telefone com a AR vem-me á memória uma série de peripécias que passei durante as várias estadias em Barcelona. Já lá estive quatro vezes e muito provavelmente este ano vou uma quinta vez. É de longe, das cidades europeias que já tive o prazer de visitar, a minha preferida. A cidade é limpa e está muito bem estruturada. Os monumentos e os edifícios, não só os do Gaudí, estão bem conservados, assim como os jardins e as praças. Eu baptizei Barcelona como a "Cidade Dos Torcicolos". Porque não é possível evitar virar a cabeça de um lado para o outro, para baixo e para cima. No meu caso também virava muito a cabeça para trás para poder seguir com os olhos os homens maravilhosos que desfilam por aquelas ruas e avenidas. A vida nocturna é muito semelhante á de Lisboa, com várias zonas da cidade dedicadas quase exclusivamente aos bares e ás discotecas.

Bom, mas também me tenho lembrado de “mi novio catalan”. E admito que tenho sentido saudades. Tantas que ontem agarrei no telefone e liguei-lhe.
Eu conheci-o numa noite em fui sair com o amigo com quem tinha ido fazer essa viagem. A certa altura estávamos num bar, a ver um show, quando eu pensei que tinham apagado as luzes. Engano. Tinha era uma cara colada á minha e uma língua a fazer-me cócegas na garganta. Mas por dentro. Afastei-o bruscamente. Tão bruscamente que o meu amigo pôs-se logo em posição de ataque, não fosse eu desatar ao estalo com o rapaz. Daniel de seu nome. Mas o miúdo era tão engraçado que em dois segundos já estávamos outra vez a lambuzar-nos um ao outro. Foi daquelas coisas. Não consegui resistir. Conversámos, rimos, e fartámo-nos de dançar. A certa altura chegou a hora de irmos embora, com os seguranças a porem-nos na rua e a dizerem-nos que a disco ia fechar. No momento em que estávamos a sair o Daniel pergunta-me se gostaria de ir beber uma bebida a sua casa. E que iríamos de mota. Aceitei no momento. Ainda por cima ele estava equipado com um valente blusão de cabedal, botas e um “casco” daqueles que impõem respeito. Seria mais uma das minhas fantasias realizadas.

Isso era o que eu pensava, porque o que me esperava não não era nada disso. Então não é que o rapaz tinha uma acelera. E nem sequer era uma Vespa, porque essas são “vintage” e agora estão na moda, logo, só me ficava era bem andar a passear de Vespa por Barcelona. Não. Era uma daquelas aceleras que eu gosto de chamar de secador, pelo barulhinho estranho que fazem.

O diálogo que se segue é verídico e por isso ainda mais ridículo:

Eu (para o meu amigo): Mana, mana, tu nem sonhas, mas vou de mota com o Daniel a casa dele.
Amigo: Tu realmente és muito maluca, filha. E que mota é que o rapaz tem?

Eu: Ainda não vi. Mas pelo ar dele, deve ser um motão.

Nisto chega o Daniel que tinha ido buscar a mota para a porta da disco.

Olho e vejo o meu amigo deitado no chão agarrado á barriga. A rir ás gargalhadas.

Não resisti a dar umas valentes gargalhadas, admito. ( E mais umas enquanto estou a escrever este post)

Se eu tivesse um buraco no chão, escondia-me.

Eu (para o Daniel): Pêro cariño. Qué es eso?

Daniel: Esa es mi moto.

Eu: QUÉ???? ESO ES TU MOTO???? PERO...

Nisto passa um táxi e eu não faço mais nada. Afinal de contas ele era giríssimo.

TÁXIIIIIII.
« Mira cariño, escribeme en un papel el nombre de la calle ». Que eu vou lá ter contigo.

E assim foi. Felizmente ele não se chateou com a minha reacção. Até achou piada. E a ultima vez que falamos ele disse-me que já me podia mostrar a cidade de mota. Porque comprou á pouco tempo uma CBR não sei das quantas. O que pelo nome me pareceu ser um “motão”.

Pró que der e vier

quarta-feira, março 21



Finalmente entendi o verdadeiro sentido do ditado " Mulher prevenida vale por duas". Ok, é verdade que Miss Shirley não é bem uma mulher. Aliás, nem bem, nem mal. Não é, e ponto final. Mas se um dia for feito um estudo para determinar a quantidade de homens que andam com um pequeno "kit de costura" aposto que o resultado deve rondar os 0000000,01% da população masculina. Ora aí está. De certeza que eu faço parte desse número. Ou melhor, EU sou esse número.
Lembro-me como se fosse hoje a reacção que tive quando alguém teve a coragem e o desplante de me oferecer este "piqueno" kit: Abri o caixote do lixo e livrei-me imediatamente do objecto. Não fosse o bom-senso de Mamãe, e muita experiência, diga-se, de me obrigar a guardá-lo e dizer-me, daquela maneira que só as Mães sabem: "Ó filho, mas sabes lá se não irás precisar dele numa emergência". O quão bem ela me conhece. Chega a ser assustador.
Foi o caso de hoje. Uma emergência daquelas enoooormes:
A bainha do casaco quevesti esta manhã estava descosida.
E não era apenas um bocadinho. Era um bocadão.
Uma vez que já estava no trabalho quando dei conta do meu infortúnio, a primeira reacção qual foi? Agrafar a bainha de volta ao sítio de onde nunca devia ter saído. Até era capaz de funcionar, não fosse o dito de cor azul escura (com a devida linha de giz, claro) e o raio dos agrafos serem prateados. Hum, agora pensando bem, até era capaz de não ficar muito mal. Mas é então que o meu olhar se fixa numa pequena carteirinha vermelha, que mais parece um porta-moedas, e que me iria salvar o dia.
Depois de conseguir enfiar a linha no buraco (raios partam os buracos pequenos) e dar um pequeno nó numa das pontas, posso dizer-vos que isto parecia o filme " A Canção de Lisboa", e que eu me senti uma verdadeira Beatriz Costa: "Achega, achega, achega, achega a minh´agulha. Afasta, afasta, afasta, afasta o meu didali (que era como ela dizia)". Mas tenho que vos confessar que, modéstia á parte, o casaco ficou óptimo. Parecia saído da loja. Dos 300, claro.
Claro que depois senti-me tão inspirado que resolvi fazer o meu "grooming" aqui mesmo no trabalho. Agarrei na pinça e no corta-unhas e ala que se faz tarde. Quando saí da casa-de-banho estava "uma mulher nova".

E até já sei o que AR vai ganhar de prenda de aniversário. Adivinham?

Happy Birthday GAJA!!!

terça-feira, março 20















A nossa menina faz hoje anos. Deve ser talvez a primeira vez que comemora o aniversário sem a presença da tia Shirley...mas acho que sobreviverá. Portanto aqui vai um beijo enorme e

PARABÉNS AR!


“Gay marriage is just like yours. Only gayer.”

segunda-feira, março 19







Hoje, talvez por ser segunda-feira, ou talvez por me sentir um pouco deprimido, resolvi passar o dia viajando pela Blogosfera (não só pela blogaysfera, não) e fui lendo uma série de post e artigos a eles associados. Encontrei, num blog chamado Jockohomo ( cujo link para o blog está no título do post) estes anuncios three new commercials que uma conhecida empresa de publicidade fez acerca do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Estão simplesmente geniais. E digo simplesmente, porque é isso mesmo que os caracteriza. A sua simplicidade. E genialidade. A mensagem que tenta passar, e consegue, é que os casamentos gay são iguais aos outros, só que mais gay: “Gay marriage is just like yours. Only gayer.
Espero que gostem. Eu adorei.

Vamos ver se até amanhã esta p..... desta depressão passa. Vou fazer por isso.

On the road, again!

sexta-feira, março 16

Este ano de 2007 iniciou-se cheiinho de planos, planos grandes e trabalhosos, planos que implicam mobilidade e tempo, como tal, o primeiro ponto da minha vida a ressentir-se foi o blog (para não falar da minha pele). De toda a forma, os planos a pouco e pouco vão-se concretizando.

- Já mudei de terra e de casa.
- Já mudei de trabalho (ou melhor despedi-me e agora não faço nada a não ser preocupar-me em ter uma casa habitável).
- Já fui de férias.
- Já mudei o blog para a versão beta (espero que alguém me mude o template e o blog fique com um “look” mais actual).
- Já meti na cabeça que a tese de mestrado é para fazer (querendo isto dizer que ainda não pus mãos à obra, mas sem casa habitável não há tese para ninguém, mas já habito a casa. Ok, ainda não consegui mobilizar-me para a tese, mas acredito ainda que ela sofrerá um ataque de caspa e me assalte a cama a meio da noite, de forma a que eu não consiga fugir dela…)

Tudo isto para dizer que ando cansada, muito cansada! Como tal, decidi que deveria ir de férias novamente (como se não soubesse que virei muito mais cansada, mas cansada por cansada, mais vale cansada e sem dinheiro).

Depois de tudo isto dito, fica-se a saber que mais uma vez vou-me ausentar deste espaço virtual, voltarei na ultima semana de Março, um ano mais velha, um pouco mais sábia, bastante mais cansada, com muito menos dinheiro, mas com muita vontade de postar (só para terem a noção, tenho desde Janeiro tenho 6 posts elaborados mentalmente e não tenho tido o tempo para os passar para aqui).

Resumindo e concluindo, quando voltar de férias vou acalmar, assentar e concentrar-me, e voltarei com certeza a uma actividade mais regular neste espaço (iupiiii, eu gosto mesmo desta coisa).

Hasta la vuelta! Divirtam-se, porque eu vou só cansar-me!

Atleta Gay!

quinta-feira, março 15

John Amaechi ex jogador de basket na NBA, escreveu o livro intitulado "Man in the Middel", onde, entre outras coisas, revela ser Gay!

Eu sei que deve haver outros atletas de alta competição masculinos que tenham revelado a sua identidade sexual, mas de momento não me lembro de nenhum. De toda a forma queria aqui deixar uma saudação ao Sr. pela sua coragem.

Numa entrevista ao Daily Show de Jon Stewart, o Sr. John Amaechi explica porque é que não revelou a sua identidade sexual enquanto ainda era jogador de basket. O dono do club onde jogou nos últimos 5 anos da sua carreira - Utah Jazz, também é dono de muitas salas de cinema, nas quais proibiu a passagem do filme Brokeback Mountain, como tal, ele optou por só a revelar agora.

(Imagino a cara do Sr. ao ler o livro... Ah ah ah!)

Egosintonia (GLBT) Vs Egodistonia (GLBT)

terça-feira, março 13

Dualidade:

1- Estive a ler o excelente artigo da revista Visão: “Somos gay, e então?” – Como os jovens portugueses saem do armário. Investigação da Visão sobre o mundo dos homossexuais e lésbicas sub-25. Neste artigo fala-se das histórias, que tão bem conhecemos, mas acima de tudo, fala de jovens que, neste momento, se sentem bem em serem quem “são” (i.e. são pessoas que são/estão Egosintónicas com a sua identidade sexual).

Para alem das histórias de vida, o artigo tem a opinião de psicólogos e activistas da comunidade GLBT, em que a determinada altura é referido que “Os jovens GLBT tentam o suicídio duas a três vezes com mais frequência do que os hetero. As causas têm sobretudo a ver com a estigmatização social.” (Egodistonia – “uma pessoa que apresenta uma característica que não desejaria ter, que a torna infeliz, que vai contra os seus desejos e aspirações mais profundas (…) o indivíduo experimenta como algo que se lhe impõe contra vontade e causa sofrimento.”)

2- A propósito da Egodistonia descobri um site “Egodistónicos – um olhar pessoal sobre a problemática da homossexualidade (egodistónica): sua causa e possível cura.”

O site é interessante, mas de alguma forma inconsistente. Presumo que seja de um jovem, uma vez que, o e-mail posto à disposição para contactos contem o nome do autor e um número (21), que eu presumo ser a idade.

Digo que o site não é consistente porque o autor aborda um sem número de questões, apoiado em artigos científicos, que de alguma forma acabam por colidir uns com os outros. Só para dar um exemplo: o nome do site “Egodistónicos” é um conceito da Psicologia, no entanto, o autor apresenta textos em que considera a Psicologia uma farsa, uma impostura intelectual (especialmente, porque esta deixou de enunciar a homossexualidade como uma doença do foro psicológico – designadamente uma parafilia).

Em suma, este site tem como missão: “Se o leitor sente que, apesar da partida de mau gosto que o destino lhe pregou, não nasceu para ser homossexual e acabar os seus dias como tal (por mais paradoxal que esta afirmação possa parecer, já que acredito sem sombra de dúvida que se trata de uma característica determinada geneticamente) e alimenta a esperança de que a breve prazo se descubram a causa e a cura para esta infelicidade / enfermidade (é como tal que a vejo) para que dela possa beneficiar – e somente para estes, não para os que vivem felizes com a sua condição – então prossiga a leitura destas linhas, pois a esperança é a última a morrer, como diz o ditado popular.

Na secção de Perguntas e Respostas tem umas “pérolas” fantásticas:

P: Por que razão é tão controverso o tema da cura, conversão ou tratamento da homossexualidade?



R: Essencialmente por três motivos interligados e que têm um efeito cumulativo:
1) Devido aos exageros cometidos no passado, especialmente (embora não só) em regimes totalitários como o nazismo, o fascismo e o comunismo;
2) Porque a maioria das vezes as pessoas que são homossexuais tiveram de crescer e singrar na vida em ambientes hostis para com a sua tendência ou orientação sexual;
3) Para se protegerem da discriminação, humilhação, agressão e perseguição permanentes os homossexuais tiveram de desenvolver um forte sentido de comunidade e uma cultura muito própria, onde são louvados e admirados todos os ícones ou personagens históricas e contemporâneas que de algum modo representam a classe e enchem de orgulho a comunidade o que, por sua vez, conjugado com os pontos anteriores, provoca uma reacção ou resposta automática (quase irracional) à mais leve alusão a questões como investigação das causas e desenvolvimento de uma cura ou método de reorientação sexual capaz de suprimir o desejo ou atracção por pessoas do mesmo sexo.

Eu compreendo o autor do site, eu compreendo a sua dor, compreendo a sua necessidade de cura e, acima de tudo, de redenção. Foi há bem pouco tempo que eu própria passei da Egodistonia à Sintonia (talvez eu não tenha a cura para a homossexualidade, mas talvez conheça a cura para a Egodistonia).

Eu sei muito bem como passei de um estádio para o outro, sei bem a quem devo agradecer, conheço bem o percurso (recuperando o 1º post deste blog - “Assim, ultimamente tenho-me confessado a amigos e familiares, nada estudado, nada de discursos feitos ou timing’s estudados, mas sempre que me perguntam pela minha vida amorosa, eu dou uma gargalhada (nervosa) e digo, “tenho uma coisa para te contar”. As reacções, tal como eu esperava foram sempre muito boas, verdade seja dita que nunca pensei sequer que poderiam ser más, eu sempre soube que todos a quem contei, que a reacção seria de surpresa, mas recebida com agrado. Por isso, a necessidade imperiosa de não “sair do armário”, não era por medo das reacções alheias, custa-me dizê-lo, mas lá terá de ser, era homofobia pura (espero retomar este assunto mais à frente no blog)!!! (…) Depois desta pequena introdução, fica clarificada a intenção do blog, é mais uma etapa na minha “fugida do armário”!!!”)

Em tudo teremos sempre a dualidade (ou muitas mais) de posturas face um determinado tema, só espero que não havendo “cura” para a homossexualidade, as possam ser felizes sendo o que são na sociedade onde vivem. Como a ciência não fornece nem a causa, nem a cura, resta-nos a dura batalha de ir mudando a sociedade.

Conversas Estranhas! - Part II

terça-feira, março 6

1 hora depois, o estranho Sr. e o seu amigo (carinhosamente apelidado de emplastro), volta ao ataque. A minha companhia olhou-me com ar de “não me apetece” e seguiu para o bar. Eu sorri para os Sr.s, calculando o delírio que ainda ai viria.

Estranho - Desculpa lá interromper, mas não vão mesmo aceitar a nossa proposta?
Eu – Então? Ainda não te passou o delírio?
Estranho – A sério que iam gostar! Eu sei como tocar nas mulheres… Eu sei que vocês sabem melhor que eu, porque são mulheres e têm o mesmo equipamento. Mas acredita que iam gostar!
Eu (a partir para o delírio, porque a conversa estava a ficar sem pés nem cabeça) – Oh querido como já devias saber não é só no tocar que está o truque. Há outras coisas importantes! Deixa ver se consigo ser clara, (hum…) terias de ser mais mulher!
Estranho – E como é isso?
Eu (agarrando-lhe a barbicha) – Para começar terias de tirar isto! De preferência com cera, e já que estavas com a mão na massa, ias por ai fora e acabavas no tornozelo.
Estranho – Ok, estou a seguir o raciocínio! E mais?
Eu (agarrando-lhe na mão e fazendo-a deslizar pela minha) – Por falar em toque, ele deve ser assim macio. Para isso, deves deitar-te todas as noites com as mãos untadas em vaselina e com umas luvas calçadas!
Estranho – (…)
Eu - Para acabar, terias de deixar de pensar com a cabeça debaixo!
Estranho – Como assim?
Eu – Para fazer a proposta que fizeste, em que estavas a pensar?
Estranho – Numa noite bem passada, divertida, animada que todos íamos gostar!
Eu – Resumindo “sexo”!
Estranho (a rir) – Pois!
Eu – Pensaste sexo com a cabeça de baixo e o que te saiu pela boca foi: “És hetero? Aí não? Eu hoje não estou a conseguir engatar, não queres pegar na miúda ai do lado e vir para a cama comigo e o meu amigo?”
Estranho (a rir à gargalhada) – Pois!
Eu – És muito estranho, sabes? É que nem que eu fosse hetero a coisa ia correr bem! Vai dormir querido, a noite está no fim!

E com esta fugi para o bar, anestesiar-me em vodka e na boa companhia era o melhor que poderia fazer!

Conversas Estranhas!

segunda-feira, março 5

Depois de fazer uma volta pouco habitual pela noite de Lisboa, surge a ideia de ir conhecer o novo espaço que abriu na capital “Maria Lisboa” (disseram-me que não é espaço LGBT, mas olhem que disfarça muito bem e não fui a única a pensar o mesmo, como veremos pela insólita conversa tida com um estranho). O espaço é giro (antigo “Rock Line”, mas está maior) “clean”, staff simpático e o público presente era pelo menos 80% da equipa, muito mais homens que mulheres, gostei, hei-de voltar, parece-me uma boa alternativa ao clássico “Trumps”, e com um ambiente muito melhor que o “Poison” (como de música não entendo nada, escuso-me a comentar, apesar de dizerem que é boa).

Lá estava eu, acompanhada, juntinha ao bar quando de repente, tocam-me no ombro, volto-me e estão dois rapazes a sorrir, o mais baixinho e simpático, desfere a seguinte pergunta:

Estranho (a sorrir) – És hetero? (o normal seria perguntar se sou homo, por isso, imaginem o público que se encontrava no espaço)
Eu – Não! (dah)
Estranho – Será que não há uma única mulher aqui que seja hetero?
Eu – Pois, não sei! Já perguntaste a todas? (podias tentar e sair de ao pé de mim)
Estranho – Quase todas!
Eu – Talvez seja melhor apostares noutro tipo de espaços, tipo Kapital, Kremlin, Lux, não sei! (ou ir para casa dormir e sonhar)
Estranho – Tu nunca vais para a cama com homens?
Eu – Não!
Estranho – E ela está contigo?
Eu – Está!
Estranho – Posso fazer uma proposta?
Eu (mau) – Diz lá!
Estranho – Eu tenho dois quartos lá em casa, vocês vêm connosco, cada casal fica no seu quarto e depois, a meio, trocamos!
Eu – Não achas que seria mais fácil mudares de sítio e encontrarem umas miúdas straights? Do que estares a tentar virar lésbicas, especialmente, quando estão uma com a outra? (ou ir para casa dormir e sonhar que um dia vais conseguir)
Estranho – Oh vá lá! Anda lá! Vais ver que vão gostar!
Eu – Tu não estás bem de certeza! És um homenzinho Estranho! E pior, tens-te em muito boa consideração. Mas grave, grave é achares que a tua proposta é aliciante. (vai lá dormir e sonhar, vais ver que corre melhor)

Simpaticamente despedi-me (engraçado como não consigo ser antipática com gente estranha, e apesar de tudo, o rapaz, embora, estranho e delirante era simpático, e eu já estava alcoolicamente bem disposta) e segui com a companhia para outra zona.

(Não ficou por aqui, continua amanhã, espero!)

Teresa e Helena - Indeferido

quinta-feira, março 1

Já há desenvolvimentos sobre o caso de Teresa e Helena. O Tribunal da Relação já proferiu o acórdão que se pronuncia pelo indeferimento (como não podia deixar de ser) da pretensão das Sr.ªs para contrair matrimónio.

Fica aqui o link para o blog do Dr. Luís Grave Rodrigues (O Advogado do Diabo) onde tudo está bem explicado.

Eu sei que às vezes os meus neurónios demitem-se da sua função e eu não consigo compreender as coisas mais simples da vida, desta vez eu não consigo compreender a lógica do acórdão:

“Com fundamentos, afinal, muito simples:
- Na ordem jurídica portuguesa a norma do artigo 1.577º do Código Civil está conforme os princípios constitucionais;
- O casamento não é a única forma de constituir família.”

Como de Sr.s Dr.s juízes se trata, vou presumir que os meus neurónios entraram em greve novamente…

Mais uma vez às protagonistas desta batalha e ao seu advogado um obrigada!

 

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