Nestes dias frios sabe bem voltarmo-nos para dentro e recordarmos memórias quentes e doces de outros tempos. Apesar de ser verdade que não há nada como viver o momento presente, por vezes são também essas memórias que nos ajudam a apreciar ainda melhor aquilo que temos. Posto isto e desejando a tod@s um excelente Natal, aqui vai mais uma memória desenterrada do meu baú para vossa apreciação.
Terão passado mais de trinta anos sobre aquilo que agora conto, talvez a história não tivesse sido assim, mas quando a embrulhei quis preservá-la com toda a inocência dos meus verdes anos. Não foi a minha primeira experiência sexual com uma mulher, mas terá sido das primeiras, naquelas alturas em que tudo era ainda praticamente desconhecido, e fascinante também pelo muito que se imaginava e adivinhava por trás de meninas de caras de anjo com cheiro a terra molhada e a pinheiros bravos. Seríamos todas um pouco selvagens, naquele tempo não havia quem nos controlasse como hoje. Ninguém nos perguntava o que fazíamos nem com quem, desde que as tarefas diárias aparecessem cumpridas.
Com dezasseis anos eu era já uma mulher feita, carregando o fardo mensal que me tornava fértil, apesar de me sentir dona dum útero morto à partida, mero ponto de passagem dos meus óvulos virgens de semente de homem que eu não queria nem desejava em mim. O prazer sexual já o tinha descoberto, e os meus sonhos e fantasias encontravam-se povoados de belas ninfas louras, angélicas e sensuais que me cobriam de carícias e beijos e me faziam acordar num estado pré-orgásmico difícil de justificar.
A aldeia vivia no frenesim habitual da época festiva. Todas as famílias se preparavam para a festa familiar que se avizinhava e a minha não era excepção. O meu pai andava fora, em busca de trabalhos sazonais, e as minhas avós afadigavam-se na preparação dos animais para a matança e posterior comezaina. Alheia ao que se passava à minha volta eu e Joana preparávamos a nossa fuga de casa. Joana era a minha paixão no momento, aquela que eu mais amava desde sempre. Era mais velha do que eu mas era eu que liderava os nossos jogos passionais. Ainda hoje penso como é possível uma menina, quase ainda criança, saber tanto como eu já sabia sobre a anatomia feminina e sobre as melhores maneiras de proporcionar e obter prazer duma mulher. Talvez eu tivesse mesmo nascido com o diabo no corpo, muito curiosa sem dúvida, e diferente, bastante diferente de tudo o que eu conhecia naquela aldeia perdida nos confins do mundo civilizado.
Se é verdade que algumas de nós se reconhecem pelo mero olhar, eu possuo essa característica e assim que vi Joana soube que ela era como eu. Talvez seja pela profundidade, pelos segundos extra que deixamos que os nossos olhares se passeiem pelo corpo que se nos oferece com plena aprovação e consentimento da dona duma pele tão apetitosa que nos dá vontade de tocar e acariciar. Assim Joana olhou para mim e eu para ela e desde esse dia decidimos que o presente de Natal uma da outra seria um orgasmo a dobrar. Serão coisas de juventude inconsciente mas nessa altura uma noite com Joana era o melhor presente que me poderiam dar.
Hoje não me recordo se Joana era loura ou morena, mas sei que tinha uns olhos de um azul escuro, quase violeta. Gosto de imaginá-la loura, usando uma paleta de cores muito minha, pinto-lhe umas bochechas de tons rosados, desenho-lhe um nariz pequeno e empinado e uma boca não demasiado grande com uns lábios carnudos e muito sensuais, seguindo-se-lhe um corpo perfeito de ninfeta com pequenos seios redondos e macios como duas meias maçãs, como se tivesse saído dum qualquer conto de fadas pronta para ser apreciada por quem a esperava com uma gula desmesurada própria da idade da eclosão dos sentidos. O que eu suei por ela, de cada vez que a sentia perto de mim, a olhar para mim, querendo-me como eu a ela, da mesma forma, escorregando as duas para sonhos carregados de erotismo e prazer numa idade em que quase nos masturbávamos com o olhar.
Foi ela que quis esperar pela noite de Natal, dizia que nessa noite ninguém nos viria procurar, ninguém se daria a esse trabalho sabendo que não vale a pena procurar quem não deseja ser encontrado. A noite de festa faz-se de quem quer ali estar e não dos que fogem procurando algo que ninguém ali lhes pode dar. E o que eu queria só estava ao alcance de Joana, da minha ninfeta de olhos violeta e pele clara e macia.
Aproveitamos a saída dos adultos para a missa e fugimos para o esconderijo que tínhamos previamente preparado. Eu tinha encontrado uma braseira no sotão de casa de uma das minhas avós e Joana tinha levado cobertores que espalhamos no chão do quarto dos seus irmãos mais velhos que já não moravam ali. A cama era velha mas o colchão sempre providenciava mais conforto do que o chão de madeira velha pelo que arrastámos o colchão até perto da braseira para nos mantermos quentes enquanto durasse a nossa entrega mútua de presentes. Joana tinha conseguido roubar uma garrafa de cidra a um dos seus tios e começamos por brindar a nós, ao nosso primeiro Natal juntas, e àquilo que seria a nossa primeira noite de amor. Eu já tinha alguma experiência, a Joana não, por isso fui eu que lhe tirei o copo da mão e suavemente a empurrei de encontro ao colchão onde nos tínhamos sentado. Sentindo os seus olhos sorridentes em mim aproximei-me e comecei a desapertar-lhe os botões da camisa, inebriando-me com o seu cheiro quente e doce à medida que aproximava a minha cara dos seus pequenos seios redondos e perfeitos.
Há momentos que queremos preservar igual, parar o tempo, sentir o mesmo durante muito mais do que aqueles breves segundos em que a minha boca tocou na pele macia dos seios de Joana e alguma coisa se iluminou dentro de mim. Senti o calor a espalhar-se da minha língua para a minha boca, descendo pelos meus seios até atingir em pleno o meu sexo quente e molhado. Despi Joana por completo para finalmente conseguir contemplar o seu corpo ali deitado em oferta merecida e conquistada por mim.
É sempre difícil para quem ama o belo expressar por palavras aquilo que é amar uma mulher, como descrever o seu cheiro, a suavidade da sua pele, a doçura do seu sabor, a cor maravilhosa das auréolas dos seus seios, daquilo que se esconde para lá da penugem do seu sexo... deveria pintá-la em vez de escrevê-la, e mesmo assim nunca lhe faria justiça!
Não queria atemorizá-la, sabia que ela nunca tinha sido tocada, prossegui da forma mais gentil que consegui, acariciando-a e beijando-a à medida que a minha boca descia pela pele macia da sua barriga. Aqueles eram os primeiros caminhos do prazer no corpo de Joana, traçados por mim que a amava mais do que a própria vida! Tinha que ser tudo memorável, uma experiência única que jamais seria esquecida por ambas!
Joana não teve medo e entregou-se totalmente a mim, abrindo as pernas e deixando-me escorregar até chegar bem perto do seu sexo. Olhei-a e vi o assentimento pleno que me convidava a avançar por isso o fiz, milimetricamente, célula a célula, até passar a barreira da penugem, atravessando-a primeiro com os dedos e depois com a língua. Fechei os olhos para sentir e saborear mais intensamente aquele momento tão bom. Joana sabia a... uma mistura de... maçãs com compota de framboesas... mas com um cheiro intenso a flores... jasmins... orquídeas... algo de indescritivelmente bom! Eu sentia que ela estava a gostar do prazer assim proporcionado, pela forma como o seu corpo se mexia e o seu sexo se levantava de encontro à minha boca expectante e desejosa de saborear mais ainda. E eu era a primeira a provar o sabor de Joana e saber que nunca ninguém tinha chegado ali servia como combustível para a minha já de si intensa excitação!
A minha língua continuava a dançar à volta do interior do sexo de Joana, passeando-se pelas bordas, sorvendo aquele sabor intenso e perfumado, tão doce... até que ouvi Joana a gemer, senti o seu corpo tremer e de repente a minha recompensa chegou na forma de um líquido espesso e abundante, transparente e tão doce como o mel. Inundou-me a boca, o queixo, o pescoço, transbordou-me até aos seios, fiquei coberta do néctar puro e doce da virgem que se tinha deixado possuir e deixei que os meus poros absorvessem a santidade dele e do momento! Inebriada que me encontrava pelo cheiro do sexo de Joana nem me apercebi que ela já se tinha apoderado do meu e vigorosamente me arrancava das entranhas um inesperado orgasmo poderoso e profundo! Assim as duas baptizadas uma pela seiva da outra nos enrolamos nos cobertores a beber cidra e a rirmos daquilo que tínhamos feito e que nos tínhamos dado nessa noite de Natal.
E é isso que vos quero desejar a tod@s, que passem uma noite de Natal bem quente e sensual ao lado de quem mais amam, com muito carinho, amor e paixão!