
A 1ª vez que entrei numa sex shop foi em Amesterdão (de referir já, que consegui lá ir duas vezes, e vir embora sem conseguir uma única história temática, nem a um bar temático tive oportunidade de ir… Eu sei, desperdício!). Fui com um amigo meu straight, que na altura não sabia que eu era da equipa.
Depois de uma visita ao museu do sexo, resolvemos enveredar pelo “red light district” para explorar o cenário. O meu amigo vinha com duas ideias fixas de Portugal: 1- comprar sex toys; 2- fazer uma massagem tailandesa. Eu, que sempre fui mais comedida nos meus quereres, queria apenas conhecer todas as coffeshops da cidade.
Depois da volta de reconhecimento resolvemos entrar na nossa 1ª sex shop. Lembro-me de estar “ligeiramente” alterada, e que o primeiro impacto foi tenebroso.
Ele dirigiu-se com um ar entendido para os brinquedos e eu fiquei na zona das revistas da especialidade, entendi que devia ter mais informação, antes de avançar para os instrumentos propriamente ditos. Meu Deus o que eu aprendi nessa tarde… Bestialidade, fisting, gold e dark shower, tipologias de brinquedos e suas diversas utilizações, fantasias, sado-masoquisimo, etc., etc., etc. Eu estava iluminada e chocada com o que via (nunca mais voltar à zona das revistas, informação a mais pode ser prejudicial)!
Saímos daquela loja, com o intuito de procurar uma que fosse mais arejada e com produtos de melhor qualidade. Fora do “red light” lá encontramos, segundo nos disseram, a melhor (era bastante boa, mas deixem que vos diga, a melhor que eu já vi foi aqui em Portugal, linda, mesmo para quem não gosta de brinquedos, quando tirar a poll eu deixo a apreciação do sitio e as indicações).
Entramos, desta vez eu iria aos brinquedos, ver, mexer, perguntar, etc. O meu amigo não sabia bem o que levar, queria tudo e tudo não era bem aquilo que ele queria. Ora então, nada como explorar, perguntar e pensar todos os prós e contras (já vos disse que ele não sabia que eu era, certo? Já estão a ver a festa)!
Depois de vermos tudo, de revirar todos os objectos para ler as instruções e precauções, resolvemos passar à inquisição (vou postar em português, mas a maior parte da informação foi pedida e dada em inglês, pelo que, o que estiver assinalado de asterisco é uma tradução livre de inglês).
Ele – Quais são os melhores? Os que mais vendem? *
O Sr. a mostrar um vibrador prateado e grande – Este! É o mais simples, mas acaba por ser o que tem mais saída…*
Ele – Qual é o tamanho dele? *
Sr. – 21 cm de comprimento, por 4 cm de diâmetro, tem duas velocidades e é lavável. *
Ele – O que achas AR?
Eu (como é que eu não me lembrei que ia ser chamada a opinar?) – O que acho? Bem, ele feio não é!
Ele – Sim, mas não é isso. Do tamanho?
Eu (eu sei lá de tamanhos! Qualquer tamanho a cima do comprimento médio de um dedo já sobra!), (pensa depressa – Ora, Deus que sabe o que faz, e segundo me dizem o comprimento médio do cidadão masculino é de 15 cm!) – O tamanho parece-me, han… um pouco grande!
Ele – Achas? Grande?
Eu (reformula – Ora, se é o mais vendido, é porque há quem precise de mais centímetros!) – Pronto, grande grande não é! É grandito!
Ele (levanta o sobrolho) – (…)
Eu (ainda não está satisfeito, bolas! Ora, quem faz estes instrumentos são homens. Eles têm questões com os tamanhos. Vamos devolver a pergunta, pode ser que me safe.) – É maior que o teu?
Ele – É ela por ela…
Eu (ou mentiu, ou ena pá!) – Então qual é a questão? Para isso tens o teu! Arranja um diferente.
Ele – Mas este é diferente, vibra!
Eu (esta era escusada) – (…)