A noite começou com a escolha da roupa. Coisa difícil para mim, é que branco só mesmo acessórios, sapatilhas (ténis para o pessoal do sul) ou T-Shirts, como tal, tinha-me decidido por ir toda de preto apenas com o cinto branco. Indumentária escolhida e eu descansada (pois…).
Alerta Amarelo: O sacana do cinto era mais largo que a presilha das calças. Pronto, vá de despir e inventar nova indumentária. Calças verdes e parte de cima verde e branca.
Alerta Laranja: A namorada odiou a indumentária, ainda me questiono secretamente se foi pelo facto de ela ser do Benfica (ninguém é perfeito).
Eu – Que tal?
Ela – Não te fica bem!
Eu – Como não me fica bem?
Ela – Assim, fica-te mal!
Eu – E agora? Esgotei as minhas alternativas, só me resta calças de ganga e t-shirt branca…
Ela – Mas tu não tinhas umas calças brancas?
Alerta Vermelho: Calças brancas? Eu comprei as calças há algum tempo (dois anos) e nunca as vesti, já me tinha questionado sobre o que me passou pela cabeça quando tive a peregrina ideia de comprar calças brancas. E como não uso calças brancas, não imaginam a dificuldade em encontrar roupa interior adequada, que deve ser cor de carne (finalmente percebi a razão da existência de tal cor na roupa interior que não favorece ninguém, mulher sofre, nunca vi roupa interior masculina cor de carne). Escusado será dizer que lá fui de calças brancas, a rezar a todos os santinhos para não as sujar como gente grande!
Antes da festa fui ao jantar (nem toquei no vinho tinto, não fosse sujar as calças) de aniversário de uma amiga do “nuorte carago”. A determinada altura o único homem à mesa (gay claro), fala em “colar e descolar velcro” referindo-se às lésbicas. E pimba sobrou para mim!
Amiga – AR explica lá o que é colar e descolar velcro, nunca ouvi tal coisa!
Eu – Oh Deus! Então o Sr. Gay não explica?
Amiga – Explica tu, que és versada nestas coisas! (esta coisa de ter um blog com este nome… ainda há-de acabar muito mal)
Eu – Errr… Pois! Pensa em termos sexuais e imagina uma zona que poderá eventualmente, com alguma imaginação, corresponder em termos simbólicos a velcro (e vice-versa). E agora junta duas dessas em “scissor sisters” e repara no movimento de mãos que o Sr. Gay faz quando usa a expressão… (atabalhoada? queria ver fazer melhor)
Amiga – Que horror, as coisas que inventam! Mas nunca tinha ouvido a expressão…
Sr. Gay – E “bater pratos”? Tipo: vocês batem pratos!
Amiga – A sério? Que mau… E porque usam essa expressão?
Eu – Ok! Adeus vou ali e já volto.
01:30 chegar à festa – primeira visão da noite um bolo gigante, enorme, com uma cereja em cima (uma linda rapariga com as mamocas ao léu). Não é que as mamas da Sr.ª eram lindas, perfeitinhas, absolutamente no sítio (as más línguas dizem que eram de silicone, mas acreditem que eu tenho bom “feeling” para mamas e aquelas não eram feitas por nenhum homem, eram mesmo a obra de Deus (ou a sorte grande na lotaria genética e pouco desporto na adolescência). Pela primeira vez desejei ter umas mamas daquelas e não aquelas mamas na minha cama, de tão perfeitas que eram para mim.
Lá dentro gente e mais gente de branco. Muitas mulheres, poucos homens à semelhança das edições anteriores da festa. A música estava boa e a namorada arrastou-me para a pista, mal consegui dançar (estava sempre a pensar nas calças brancas e quanto se podem sujar numa pista, quando rodeada de gente com copos cheios de cerveja aos pulos).
Já a noite ia alta e em conversa com outra amiga (volta o sexo das lésbicas):
Amiga – Olha, não achas que o sexo entre lésbicas é cheio de quês e porquês?
Eu – Pois não sei, sempre dormi com straights, a namorada de agora é a minha primeira namorada lésbica (para quem está fora de contexto ler
aqui), e ela foi straight até tarde.
Amiga – Pois eu sou bi e o sexo com homens é mais directo, não se fala tanto, não têm tantas limitações, de ter de ser sensual, devagar, conversado, num certo ambiente, com “não gosto disto” ou “não faças aquilo”, é mais sexo… E é mais vezes, bastante mais vezes. Até uma ex namorada me disse que sou muito mais sexual que sensual, imagina. Tens de fazer uma poll ou um post sobre este assunto. (eu não disse que ia ficar em maus lençóis?)
Enfim, este primeiro aniversário da
Lesboa Party foi marcado pela minha obsessão em não pôr nódoas nas calças (missão cumprida) e o sexo das lésbicas (missão a cumprir) …
À organização um grande bem-haja, à
Lesboa um feliz aniversário e que conte muitos e muitos cheios de gente alegre, simpática e de preferência muita roupa colorida para eu poder dançar à vontade.