quinta-feira, junho 22
Rótulos, categorizações, generalizações, “ismos” e outras coisas giras que nós usamos para nos definirmos e definirmos os outros.
No que diz respeito à sexualidade temos os hetero, os homo, os bis e os trans. Mas de facto, os afectos não respeitam de maneira nenhuma as nossas categorizações, os nossos rótulos, sejam auto atribuídos ou atribuídos socialmente.
Os afectos são indisciplinados e estão-se nas tintas para nós, por isso sofremos tanto de amor, caso contrário eles retiravam-se na hora em que decidimos deixar de amar (mas não!!! Eles insistem em fazer-nos a vida negra).
Voltando à minha experiência pessoal, duas das minhas namoradas sempre me disseram que não eram homossexuais, antes pelo contrário, muito heteros, ou como eu lhes costumava dizer “Quando te perguntam pela tua orientação, deves responder que tu não és gay, mas que a tua namorada é…” Mas de facto, por um lado, elas tinham toda a razão do mundo, ora vejamos:
1- Elas nunca tiveram uma relação com uma mulher (a não ser comigo).
2- Elas em determinada altura das suas vidas casaram (antes de estarem comigo).
3- Tinham curiosidade em ter sexo com uma mulher, mas sempre acharam a curiosidade natural e nunca tiveram grande vontade de matar a curiosidade.
4- Provavelmente só tiveram uma relação lésbica comigo, porque eu era (sou) lésbica, caso contrário seríamos as melhores amigas e nada mais.
Eu acho muito sinceramente que se elas pudessem escolher, teriam escolhido não se apaixonarem por mim (afectos indisciplinados, impertinentes e independentes da nossa vontade). Um aparte, uma das relações durou 3 anos e a outra 2 e tal. De facto, depois de mim voltaram para os homens, casamento, filhos por aí fora…
E agora como se rotula isto? Deslizes? Desvio de percurso?
3 comentários:
Eu rotulo isto como VIDA. Acho que seria o rótulo mais adequado. Mas prontosssss
Concordo! Bom rotulo...
Rótulos...
É nas garrafas, não é?
amem mais, rotulem menos...
Enviar um comentário