Novos Códigos

domingo, setembro 9


O L Word veio para ficar! Não há mais dúvidas acerca disso. Devo confessar que adoro a série e até comprei as duas primeiras épocas. Mas há coisas que poderiam ficar só pela televisão. Imaginemos que a familia dos Sete Palmos de Terra (que também gosto muito) existia como norma familiar. Estariamos todos doidos e a ver mortos falar! Não quero tanta excitação na minha vida. Chega-me uma vidinha "normal" e o facto de a minha mãe confundir até hoje a minha voz e da minha irmã já dá uma história suficientemente peculiar. Ficção é isso mesmo ainda que baseada em factos reais.

O certo é que não vale a pena negar, os códigos das relações estão a mudar. Não sou antiquada e até me considero "pra frentex" mas já não percebo nada disto. Não estou a falar das trocas e baldrocas, que parecem mais frequentes ou mais visíveis do que há uns anos atrás. Estou suficientemente familiarizada com elas para ter a minha opinião sobre isso sem ter que pensar muito. As traições também não me incomodam a menos que as sinta na pele. Antigamente as gajas mudavam-se de malas e bagagens para casa das namoradas no segundo encontro, agora a própria palavra "namorada" é tida como casamento. "Amante" também indícía compromisso e caiu em desuso. As curtes é que estão na berra ou para as mais crescidas o estilo "one nigth stand". Concordo com um psicólogo da nossa praça quando diz que não vale a pena fugir das paixões e que tem que se experimentar muito para saber o que se quer numa relação. A questão é essa mesma, o que é uma relação hoje? As amigas coloridas estão na moda, dão pouco trabalho e são melhor que nada. Os namoros estão cada vez mais curtos. Um relacionamento de 5 anos é considerado um acto heróico! A percentagem de pessoas que não quer viver com alguém cresce como melgas numa lampâda acesa.

Preciso de um manual, tipo código da estrada, que vai sendo renovado à medida que as regras vão sendo ajustadas às necessidades de uma condução segura. Pode ser perigoso haver um stop que tenha mudado de imagem, ou um traço contínuo mal percebido. Há muitos acidentes, muitos semáforos apagados e muitos feridos intratáveis. O medo e/ou a preguiça das grandes viagens são notórios e fique claro que não tenho nada contra uma voltinha no bairro. Há sempre riscos em tudo, e como se começa assim se acaba. A segurança do não compromisso parece estar a criar raizes e não só entre lésbicas e gays.

Sei que custa quando as coisas parecem não ter mais arranjo mas sofrerei eu de utopia crónica ao acreditar que se pode sair com muito mais do que com o que se entrou numa relação, seja ela de que género for? Numa época em que os desportos radicais estão na moda não parece fazer sentido tanta "cautela".

Viva a liberdade mas não matem o romance!

20 comentários:

Unknown disse...

Bem-vinda a bordo L.L.!!! Obrigada por teres aceite o convite! Já estava morta de curiosidade pelo teu 1º post nesta casa... Resta-me desejar-te uma longa estadia por cá! E que te divirtas tanto quanto a maioria de nós!!!

Mais uma vez obrigada! E bem hajas por saltar connosco :)

amores-marginais disse...

espero que vá a tempo o seu apelo

Anónimo disse...

Anda tudo mal de amores ou é só impressão minha?!
se vivessemos sempre na insegurança o mundo, as relaçoes, bla bla bla...nada andava pa frente! relax
Carpe Diem

Anónimo disse...

Descobri seu blog por acaso, através de pesquisa no google! Muito interessante, parabéns. Vou sempre visitá-lo!
Beijos

Miss Shirley B. disse...

Ora a isto é o que chamo "entrar com o pé direito".

Se está a pensar a sério nesse manual das relações, deixe-me escrever um capítulo. Hum, tenho que pensar qual é o assunto...

Beijinhos e divirta-se muito.

tagarelante disse...

ora sim senhora, um bom post com matéria para pensar!...

mera observação, as "ralações" estão efectivamente a mudar, como dizes. menos compromisso, menos "prisão", mais liberdade e libertinagem...

contudo, o q tem acontecido, é um adiamento de todas as coisas: as pessoas saem mais tarde de casa dos papás, tem estabilidade na vida muito mais tarde e por aí fora..

então.. e se a estabilidade amorosa estiver também só um cadinho adiada?

qq coisa deste tipo, n sei... suponho é q teremos q esperar para esta geração chegar aos 40 para comprovar a teoria!..

Anónimo disse...

pior que "voltinha no bairro" são as "bicicletas do bairro" ou "bicicletas da aldeia".

Anónimo disse...

Dar voltinhas e mais voltinhas ao bairro não é um gesto de liberdade,é, para mim, um gesto disfarçado de se esconder o medo de se ficar só...
A constante procura da não-procura é o maior erro da humanidade.Somos seres de procura, somos seres incompletos, é verdade...Mas, o segredo da nossa felicidade está em descobrir e conquistar aquilo que é suficiente para nos completar... somente o suficiente, os excessos, esses, baralham e desvirtuam a verdade de Amar.

Felicidades Lápis-Lazúli neste vosso extraordinário blog.

Fiel Arcanjo

Anónimo disse...

alguem dize" el amor es un mal comun, y asi como ves estoy viva aún es cuestion de suerte" Acredito no amor no romance, seja ele fugas o eterno, prefiro andar sempre a apanhar os "cacos" q ter uma vida sem emoçoes. e revivir uma e outra ves aquela lembranca tao doce como amarga,de aquel beijo q m fez fechar os olhos e perderme numa dimensao de absoluta felicidade.

Adoa Coelho disse...

Que negativismo... Quem quer Amar para sempre pode fazê-lo ainda... Se calhar as pessoas falam pouco, querem tudo demasiado fácil, demasiado depressa, a vida não é assim.

Nos filmes, corta-se o que não interessa, na vida real tem de se viver tudo e sem música de fundo...

Temos de aprender a tomar o nosso tempo, o Amor precisa disso...
Bom post mas, mantém a esperança...

Anónimo disse...

q belo post!!!
Já me tinha questionado o mesmo! Mas quem sou eu para falar, estou no acto heróico da relação de 5 anos e se querem saber, estou feliz!!
Belo entrada no blog! :)

Inha disse...

Bela entrada, LL! Vai ser um prazer ler-te!
Olha, aqui esta tua vizinha já vai no décimo ano de heroismo e só posso dizer que tudo vale a pena! Uma coisa é namoro outra é construires uma relação e um percurso de vida. Uma relação dá trabalho, é preciso ser generoso, ultrapassar egoismos e egocentrismos, etc, etc. Se calhar anda tudo é demasiado acomodado e a adorar o próprio umbigo!

calvinn disse...

clap clap. Vamos fazer a revolução , Para quando os comícios sobre o assunto? e uma manifestaçao ? devia de haver uma lei que impedisse o fim do romantismo. Estes politicos andam emazé a dormir. Leis novas e imaginativas precisam-se. Quem alinha quem alinha?

Lápis-lazúli disse...

AR: Obrigada eu pelo convite. Acho que foi óptimo ter entrado e vou divertir-me concerteza!!!

Amores-marginais: Nunca é tarde!

Anónimo1: Pelo que vejo ao meu redor a malta queixa-se mas não muda.. :/

Grasiele: Obrigada e ficamos à espera.

M. shirley b: Mais um obrigada. Pode escrever o livro todo! Ofereça-me um exemplar! hehe!

Tagarelante: Obrigada. Bela análise, mas há pessoas mais velhas a aderir sem reservas. Desde que se sintam bem..

Anónimo2:hehe!!

Fiel arcanjo: Não diria melhor. Obrigada.

Shane: Como canta Caetano "saudade até que é bom, melhor do que caminhar vazio".

Adoa: Nada de negativismos.. Nem sequer acredito que as coisas durem para sempre. Talvez me tenha explicado mal. Não vale a pena é fugir das coisas boas só porque podem não durar para sempre! Mais optimismo? :)

Celtic: Obrigada "heroína".

Inha: Ai os umbigos, esses malditos! Eles é que têm a culpa podes crer! Obrigada pelo elogio.

Calvinn: Eu alinho!! lol!

indigente andrajoso disse...

não há que ter medo do romance, nem dos passos certos ou incertos da mesma forma que não há que ter medo do sexo sem remorços, sem compromissos...

isto funciona tudo em ciclos, como se diz no shortbus "It's like the sixties. But with less hope"

Anónimo disse...

Acho que não se deve entrar em nenhuma relação pensando que ela não vai durar para sempre, como se fosse um contrato a termo certo. Não se pode investir a sério seja no que for se se acreditar que é para acabar mais cedo ou mais tarde.

Acho que a vida actual no seu quotidiano tornou tudo tão provisório e difícil, as relações familiares, as de trabalho, as de amizade, os empregos, as vizinhanças, etc, que este facto se reflecte obrigatoriamente nas relações de amor de casal, de namoro, etc.

As pessoas tornaram-se de facto mais fechadas, mais voltadas para si próprias, menos dispostas a dar e a investir em afectos, a envolver-se a sério, a assumir compromissos.

Cá por mim, que sou muito persistente e uma adepta fervorosa da monogamia, do "foram felizes para sempre, no bem e no mal, na saúde e na doença", acho que o verdadeiro desafio é mesmo o de lutar até às últimas consequências por causas em que se acredita e não andar de "causa em causa" porque geralmente vai tudo dar ao mesmo, senão a pior.

Essa luta é mais feita de pequenos gestos diários, e não tanto de grandes e escaldantes declarações de amor, de cedências, de compromissos, de partilhas, de cumplicidades, de amizade e ternura e só deixa de fazer sentido se o amor de casal desaparece ou se não se é feliz.

Nesse aspecto estou absolutamente de acordo com a Inha :)

Anónimo disse...

estou tão infeliz

Viz disse...

cosmopolita adoro-te moça!!!!
No assunto agora. Ora bem eu cá não sei nada, só sei que há 10 anos que a minha mulher que é a minha namorada que é a minha esposa que é a minha "chatice" diária, é de facto a minha amante!

bjkas
PS bem vinda LL (=lésbica ao quadrado?)

Neo disse...

Muito giro!

Eu estava a ler isto e não fossem duas ou 3 frases a chamar-me a esta realidade, diria que estavam a falar de relações heterosexuais.

O que me faz tirar as seguintes elações:
- A questão da velocidade e do consumo é uma questão das relações HUMANAS. (Ponto!) Não têm a ver com o genero dos partipantes.

- Em todo o lado há cabeças fritas e se der menos trabalho (= compromiso) melhor

- O mal é porem-se travões e rotulos á partida, numa relação. Eu e a Trinity conhecemo-nos para dar umas fodas valentes (Posso dizer "fodas" aqui?...) mas depois não (im)pusemos limites ao que poderiamos ser e hoje amamo-nos.
Se tivessemos ficado so pelas kekas tinhamos perdido metade da piada que é esta nossa relação.

Lápis-lazúli disse...

Indigente: Estou de completamente acordo!

Cosmopolitaemangola:Só não acho que se deva ir p uma relação a pensar que vai durar p sempre. Na maior parte dos casos não vai. Mas o contrário tb não resulta. É de facto uma questão de construção diária.

Anonimo3: Não estejas que não vale a pena!

Viz: Assim é que é!! LL podia ser lésbica ao quadrado mas é = a Lápis-lázuli. Obrigada pelas boas-vindas.

Neo: Bravo!! Nem mais nem menos, tal e qual! Mais uma vez BRAVO!!!!