Lesboa “night in white”

quarta-feira, outubro 3

A noite começou com a escolha da roupa. Coisa difícil para mim, é que branco só mesmo acessórios, sapatilhas (ténis para o pessoal do sul) ou T-Shirts, como tal, tinha-me decidido por ir toda de preto apenas com o cinto branco. Indumentária escolhida e eu descansada (pois…).

Alerta Amarelo: O sacana do cinto era mais largo que a presilha das calças. Pronto, vá de despir e inventar nova indumentária. Calças verdes e parte de cima verde e branca.

Alerta Laranja: A namorada odiou a indumentária, ainda me questiono secretamente se foi pelo facto de ela ser do Benfica (ninguém é perfeito).
Eu – Que tal?
Ela – Não te fica bem!
Eu – Como não me fica bem?
Ela – Assim, fica-te mal!
Eu – E agora? Esgotei as minhas alternativas, só me resta calças de ganga e t-shirt branca…
Ela – Mas tu não tinhas umas calças brancas?

Alerta Vermelho: Calças brancas? Eu comprei as calças há algum tempo (dois anos) e nunca as vesti, já me tinha questionado sobre o que me passou pela cabeça quando tive a peregrina ideia de comprar calças brancas. E como não uso calças brancas, não imaginam a dificuldade em encontrar roupa interior adequada, que deve ser cor de carne (finalmente percebi a razão da existência de tal cor na roupa interior que não favorece ninguém, mulher sofre, nunca vi roupa interior masculina cor de carne). Escusado será dizer que lá fui de calças brancas, a rezar a todos os santinhos para não as sujar como gente grande!

Antes da festa fui ao jantar (nem toquei no vinho tinto, não fosse sujar as calças) de aniversário de uma amiga do “nuorte carago”. A determinada altura o único homem à mesa (gay claro), fala em “colar e descolar velcro” referindo-se às lésbicas. E pimba sobrou para mim!

Amiga – AR explica lá o que é colar e descolar velcro, nunca ouvi tal coisa!
Eu – Oh Deus! Então o Sr. Gay não explica?
Amiga – Explica tu, que és versada nestas coisas! (esta coisa de ter um blog com este nome… ainda há-de acabar muito mal)
Eu – Errr… Pois! Pensa em termos sexuais e imagina uma zona que poderá eventualmente, com alguma imaginação, corresponder em termos simbólicos a velcro (e vice-versa). E agora junta duas dessas em “scissor sisters” e repara no movimento de mãos que o Sr. Gay faz quando usa a expressão… (atabalhoada? queria ver fazer melhor)
Amiga – Que horror, as coisas que inventam! Mas nunca tinha ouvido a expressão…
Sr. Gay – E “bater pratos”? Tipo: vocês batem pratos!
Amiga – A sério? Que mau… E porque usam essa expressão?
Eu – Ok! Adeus vou ali e já volto.

01:30 chegar à festa – primeira visão da noite um bolo gigante, enorme, com uma cereja em cima (uma linda rapariga com as mamocas ao léu). Não é que as mamas da Sr.ª eram lindas, perfeitinhas, absolutamente no sítio (as más línguas dizem que eram de silicone, mas acreditem que eu tenho bom “feeling” para mamas e aquelas não eram feitas por nenhum homem, eram mesmo a obra de Deus (ou a sorte grande na lotaria genética e pouco desporto na adolescência). Pela primeira vez desejei ter umas mamas daquelas e não aquelas mamas na minha cama, de tão perfeitas que eram para mim.

Lá dentro gente e mais gente de branco. Muitas mulheres, poucos homens à semelhança das edições anteriores da festa. A música estava boa e a namorada arrastou-me para a pista, mal consegui dançar (estava sempre a pensar nas calças brancas e quanto se podem sujar numa pista, quando rodeada de gente com copos cheios de cerveja aos pulos).

Já a noite ia alta e em conversa com outra amiga (volta o sexo das lésbicas):
Amiga – Olha, não achas que o sexo entre lésbicas é cheio de quês e porquês?
Eu – Pois não sei, sempre dormi com straights, a namorada de agora é a minha primeira namorada lésbica (para quem está fora de contexto ler aqui), e ela foi straight até tarde.
Amiga – Pois eu sou bi e o sexo com homens é mais directo, não se fala tanto, não têm tantas limitações, de ter de ser sensual, devagar, conversado, num certo ambiente, com “não gosto disto” ou “não faças aquilo”, é mais sexo… E é mais vezes, bastante mais vezes. Até uma ex namorada me disse que sou muito mais sexual que sensual, imagina. Tens de fazer uma poll ou um post sobre este assunto. (eu não disse que ia ficar em maus lençóis?)

Enfim, este primeiro aniversário da Lesboa Party foi marcado pela minha obsessão em não pôr nódoas nas calças (missão cumprida) e o sexo das lésbicas (missão a cumprir) …

À organização um grande bem-haja, à Lesboa um feliz aniversário e que conte muitos e muitos cheios de gente alegre, simpática e de preferência muita roupa colorida para eu poder dançar à vontade.

17 comentários:

tagarelante disse...

eheheh

descolar o velcro n conhecia!

eh eh eh

ATG disse...

Epá... faz-te mulher e cura-te da doença que é isso de sentires atracção por mulheres!

indigente andrajoso disse...

hehehe o velcro tambem dá com bigode... hehhe

entretanto, de branco só levei mesmo a cuequinha, aliás o elástico da cuequinha...

entretanto tambem insisto na expressão sapatilhas (detesto a expressão tenis, e quando dizem, teni...)

a festa gostei muito, mas achei fraquinha, em comparação com as outras, o que compensou foi mesmo os amigos e a free beer (free mais ou menos...)

e com tanta cerveja entornada e o chão a fazer chuec..chuec... a cada passo, chegar de calças brancas ao fim é obra...

:)

Pedro Almeida disse...

Tá visto que em termos da problemática da escolha da indumentária perfeita não existem diferenças nenhumas entre as "straight" e as "gay".
Girls will be girls! :-)

Em relação ao velcro...isso agora com a nova moda da depilação total, leia-se Telly Savalas style, vai cair um bocado em desuso, penso eu de que...

Também gosto muito da expressão "camel toe", alguem sabe o que é ?

Anónimo disse...

Delirei com este teu post! Não te imaginava nada preocupada com a imagem, pelo menos a este ponto!

Nunca ouvi estas expressões "colar e descolar feltros" e "bater pratos", mas acho-as horrorosas...

Fui ler o teu "aqui". Julgo que a principal razão de as mulheres vulgarmente chamadas de camionistas, sobretudo as primeiras lésbicas que se assumiram como tal, eram assim porque na altura a única forma de darem sinal de que eram lésbicas era identificando-se com figuras masculinas. Muitas delas até eram no seu comportamento bastante femininas. Nunca tive nenhum preconceito contra elas, conheci algumas bastante bem, como nunca tive preconceitos contra putas, travestis ou fosse quem fosse. Sempre me atraiu a forma de estar e pensar das pessoas que eram "diferentes" ou que a sociedade marginalizava. Como nunca fui politica e socialmente correcta nunca deixei de me dar com alguém por alguma razão que a sociedade não aprovasse.

Lembro-me de dois casos que me marcaram para sempre. Numa festa em que estava com amigos e primos mais velhos do que eu, quando tinha 16 anos, uma grande amiga que era reconhecidamente lésbica e que já estava com os copos, me ter pedido a dada altura para lhe dar a mão diante de todos. Fiquei aterrorizada durante uns segundos pela imediata conotação que toda a gente iria fazer (eu era straight na altura), mas acabei por dar a mão, não a uma lésbica, mas sim à minha querida amiga, baldando-me para o que os outros pensassem.

A outra história foi com a mãe de uma amiga de infância que me aconselhou a não me dar com uma amiga por ela ser sobejamente conhecida como lésbica e que isso me poderia prejudicar, a mim que não o era. Respondi-lhe que só me importava a opinião de quem eu gostava e considerava e que a opinião das outras pessoas que não me conheciam e de quem não era amiga não me aquecia nem arrefecia. Quem me conhecia gostava de mim e respeitava-me pelo que eu era como pessoa e não por quem eu acompanhava.

Gosto muito de pessoas, de outros seres humanos e isso não tem a ver com orientações sexuais, com sexos, com raças, com profissões, com estratos sociais, com êxitos profissionais, com partidos políticos, com qualidades de carácter. Como no poema de Fernando Pessoa, tão bem dito por Bethania, "Eu simpatizo com alguns homens pelas suas qualidades de carácter. Com outros, eu simpatizo, por simpatizar com eles. Como eu sou rei absoluto na minha simpatia, basta que ela exista para que tenha razão de ser..."

Quanto a essa questão de teres tido até recentemente só namoradas straights, não se tratará antes de tudo de não haver termos de comparação anteriores a ti? Lol, lol, lol!

Ah, já me esquecia! Também fiquei impressionada com as maminhas da rapariga em cima do bolo...Que coisa mais linda!!!

Anónimo disse...

Minha querida, quando fizeres um post sobre a sexualidade entre mulheres não deixes de visitar o http://uvanavulva.com.br/ que tem um post de dia 2.10 muito interessante sobre este assunto. Vale a pena ler.

Duca disse...

Ó minha amiga, a sério que não percebo a tua preocupação sobre as calças brancas. É que ficam-te muito bem. Eu gostei de te ver com elas e olha que eu sou uma mulher de bom gosto.

Desconhecia os termos "colar e descolar velcro" e "bater pratos".

Beijo

Viz disse...

"bater pratos"="bater palminhas"?

PS: EU NÃO te vi em calças brancas!!!!!! :O(
Exijo recompensa!
Bjo

Maria Papoila disse...

Essa de "bater pratos" não conheço.
Outro post explicativo.

M de M disse...

Por falar em velcro....
como é que as mulheres praticam sexo seguro?

Marlene disse...

Oh pá, essa das más linguas sobre as mamas da senhora do bolo não era para mim, de certeza...:p

Quanto ao resto...já ouvi dizer "as lambe carpetes"...pronto...já baixei o nível..sorry! eheh

Anónimo disse...

Não fui à Lesboa... Estou triste:( Não vi as maminhas da senhora, bolas!!!Assim, não posso comentar!!! Mas posso comentar as calças brancas, já te vi...Mui bien!!! Então e foste, novamente, com os teus amigos straights?
Olha, concordo com a poll proposta pela amiga, mas não te esqueças do pedido da outra amiga...
Beijos
Saudades
Mi

Miss Shirley B. disse...

Velco é aquela coisa do rec rec, não é? Eu cá prefiro bater bolos porque lá em casa os pratos são todos Vista Alegre (colecções limitadas, claro está).

Foi preciso uma Lesboa temática para a menina voltar a usar calças brancas ao fim de muitos anos. Trés bien. Já estou louco para que façam a festa da saia. Nem que me matem que eu falto a essa festa. E de máquina fotográfica em riste.

Miss Shirley B. disse...

Shit! Não é velco, é velcro. Isto logo de manhã...

Lápis-lazúli disse...

Isto do branco é de facto chato. Eu percebo-te! Hoje fui dar uma lavadela ao carro por causa de um pombo com problemas intestinais e quando pensei "ja está lavadinho", quem nao ficou lavadinha fui eu! Uma esguinchadela mal orientada e.. ups!! Mas só para não parecer que me rendo hoje vou sair de casaco branco..

E as maminhas não eram de silicone!!!

Anónimo disse...

o branco tem imensos inconvenientes, concordo. mas o que apreciei neste post foi perceber que és uma 'mulher do norte'- percebi mal?
lr

Anónimo disse...

Olá! Olha para já gostei do post, e de outros que li entretanto, mas sem querer ser antipática... Quando te referes a pessoal do sul referes-te exactamente a quem? É que eu sou do algarve e nós usamos a expressão SAPATILHAS e não ténis,ísso é o pessoal de Lisboa que é do Centro.
Beijinhos e continua a escrever ;)