O Homem da Relação!

segunda-feira, outubro 29

Perguntavam-me muitas vezes quem era o homem da relação. Cansei-me de explicar que era mulher e que tinha relações com mulheres, logo o homem da relação não existe. Compreendi que este tipo de explicação não serve a quem pergunta, simplesmente porque não o entendem, é como tentar explicar o vento a quem nunca o sentiu.

Agora simplesmente agarro-me ao estereótipo de género e vou dando exemplos ilustrativos.

Eu sou quem cozinha (até bolos faço). Ela quem arruma a cozinha.
Eu tenho o ar mais “desportivo”. Ela não prescinde dos vestidos e dos saltos.
Ela tem a panca das motas e da condução. Eu ainda não sei estacionar.
Ela joga bem quase tudo. Eu não sei chutar uma bola.
Ela tem medo de insectos. Eu tenho medo da condução dela.
Eu tenho a caixa das ferramentas. Ela é quem abre os frascos em casa.
Ela tem mais olho para a decoração. Eu sou quem gosta de ir às compras para a casa.
As duas: vemos jogos de futebol; perdemos horas nas compras; jogamos playstation; maquilhamo-nos; passamos a ferro; arrumamos a casa; solucionamos problemas informáticos…
Nenhuma: cospe para o chão; cose botões; faz renda; arranja canalização; mete-se em lutas; ou tem ataques de ciúme…
E na cama, pois na cama, vale tudo menos tirar olhos.

E agora quem é o homem da relação?

27 comentários:

Anónimo disse...

Casal interessante, de facto ! :)

(ainda bem que nenhuma "faz" de homem)

Body Expertise disse...

um post sem bolada nos tomates. rs
voltei e deixo 1 bj

Anónimo disse...

LOLOLOLOLOL EXCELENTE COMO SEMPRE AR.

Anónimo disse...

Simplesmente genial! :o))))))

Aposto que fica um grande vendaval dentro das cabecinhas! lol

MC disse...

Tiro o chapéu... ;-]

Pedro Almeida disse...

Posso ser eu ???

Lololololol

indigo des urtigues disse...

ahahaha belo post! Estes estereótipos é mesmo de duma cultura e educação virada para o machismo e heterossexismo! Felizmente...acho que tem vindo a mudar..

Inha disse...

Oh, minha querida..deixa lá o homem para quem dele precisar... Estão as duas contratadas para virem cuidar aqui das vossas vizinhas.. e eu trato-vos das torneiras, sei dar uns estálos e posso fazer uma cena de cíumes, ok? Combinado?
(Acho que a Viz pode dar um jeitinho quanto ao "corte e costura", lol)
Quando começam os treinos das cuspidelas? Há nivel 1 para iniciadas?
Beijo

Duca disse...

Pois a minha T ajeita-se com os arranjos do tipo canalização, electricidade, pregar pregos e arrumações, eu lá me ajeito com a costura quando é preciso, as compras e mais umas botas. As limpezas da casa e engomar a roupa é trabalho para a empregada. Olho para mim, olho para ela e não vejo gajo nenhum e a verdade é que até hoje não nos fizeram qualquer falta.

Beijo

Anónimo disse...

Genial:D pra quê um homem, pra estragar tudo isso?

Anónimo disse...

genial, vizinha, genial.
vou linkar.

Anónimo disse...

Querida AR,
Este blog está a tornar-se num manual de sobrevivência incontornável para lésbicas. Este post vou imprimi-lo e depois limitar-me a distribuir panfletos por quem me fizer perguntas parvas.
Beijo!

Anónimo disse...

Esta cultura heterossexual não percebe que "NINGUÉM FAZ O PAPEL DE HOMEM...?!!!!!!Lésbicas é só mulheres...!"
Felizmente a AR consegui dar uma explicação mt simples d entender..! Parabéns pelo post, tá fantástico!

bjs :-)

Anónimo disse...

Se precisarem de ajuda para cozer botões é só dizer...ainda dou um jeitinho :o)

Beijos grandes

carpe diem disse...

Esperamos que quem ainda têm esse tipo de questôes na cabeça passe por aqui ;)...

Pedro Almeida disse...

Analisando melhor:
Quem usa calças nessa relação é claramente a tua namorada, senão vejamos, homem que é homem sabe estacionar, mulher que é mulher só sabe criticar a condução do homem.
Aposto que estás o tempo todo a dizer "cuidado com aquele carro...vai mais devagar...olha o cão..mete a terceira..."

:-)

Isa disse...

Grrr... Não há pergunta que me irrite mais que essa!

Ridícula a prepotência que *tem* de haver um homem para a relação existir e ser válida...

mistik disse...

Ar como sempre no seu melhor e igual a si mesma!!!
Adorei o post

jinhos

Mistik

calvinn disse...

post descontraído.Tinha piada se te tivesses enganado em alguma coisa. Depois vai na volta chateavam.se e tinham de tirar tudo menos os olhos.

cumprimentos

Beganga disse...

*Thumbs up*
eheheh! Com humor a mensagem chega lá! ;)

Adoa Coelho disse...

Que confusão... mas agora não onde está a confusão.. em que cabeça...
Será na minha na tua , na da tua girl... na das outras pessoas...

Acudam... Tirem-me deste filme!

Detesto quando as pessoas pensam nesse estereótipo. É tão feio e errado...

enfim
Carpe Diem!

sem-se-ver disse...

muito muito muito bom.

inês, a anónima disse...

Porquê algodão, quando pode ter seda?:P

s disse...

ahaha congrats

Nuno Baptista Coelho disse...

215% de acordo. Digo-o sem reservas, na minha qualidade de homem, e heterossexual. Considerando a opinião que sempre mantive, de que uma relação entre um determinado número de adultos responsáveis, com mútuo consentimento, é assunto que só aos próprios diz respeito, por que cargas de água é que se precisaria de fantasiar um homem nesse filme?

No entanto, encarando a questão de um ponto de vista estritamente pessoal, devo confessar que me recuso a prescindir da mulher, pelo menos nos casos que me envolvem a mim. Mas isso sou eu, YMMV.

Quanto aos imaginários que requerem um homem numa coisa de mulheres, aceitem o meu conselho: let them be. Afinal, até o Lewis Carroll reconheceu o direito de todos a viverem a sua própria fantasia. Se um gajo acha que ou tu ou a outra se têm de transvestir de homens, se eu suspeito que todos os gays querem ir comigo para a cama (e logo comigo, santo deus, em que é que eu estava a pensar?), se a população das tascas portuguesas (que pessoalmente aprecio bastante - as tascas, não a população), vive na ilusão de que uma mulher nada é sem um macho, e, faltando este, alguma terá de simulá-lo, que interssa isso? Como dizia Joe Dassin, Ça vas pas changer le monde.

Não costumo intervir neste blog, por não ter muito a dizer, no aspecto pessoal, sobre o que aqui se versa. Este assunto, no entanto, toca-me pessoalmente. Ser heterossexual é algo que nos acontece, tanto como nos pode acontecer ser homossexual. Ser uma besta, todavia, é uma daquelas coisas que qualquer pessoa deveria esforçar-se por evitar.

Nuno Baptista Coelho disse...

Inês, a anónima,

só uma observaçãozita, à posteriori: "porquê algodão, quando se pode ter seda"? Talvez seja apenas um sintoma de retardamento da minha parte, mas escapa-me essa pretensa inferioridade do algodão em relação à seda. Quero dizer, eu não percebo nada de tecidos (macho tradicional, claro), mas tento sempre comprar para o meu filho roupas de algodão. Esse endeusamento da seda não será, digo eu, um estereótipo? É que eu, como penso que já deixei bem claro em comentários anteriores, tenho uma certa aversão a estereótipos. Nada de pessoal, Inês, não me interpretes mal.

Lápis-lazúli disse...

Adorei o post! Isso já não é novidade. Achei que não tinha nada a acrescentar mas não pude deixar de dizer que ri (no bom sentido) quando li o comentário do Nuno Coelho. Adorei!