Compromisso de meias verdades

quinta-feira, janeiro 10

Cada qual tem o direito de trilhar o caminho por onde deseja seguir, respeito esta premissa na sua totalidade.

Porém as relações desabam à minha volta pelo motivo que me parece ser “the flavor of the month” - não assumir a própria homossexualidade.

De repente descobri que no meu “mundo” as pessoas com quem partilho confidências, copos, noitadas e desgostos optam por ocultar, até mesmo daqueles que supostamente lhes são mais próximos, a sua orientação sexual.
Em pleno século XXI somos modernas, bem sucedidas, inteligentes, bem de vida e desempoeiradas, mas no fundo continua a reinar o Medo, a Angústia, a Culpa, a Depressão, a Ansiedade e a Vergonha.

O problema de tudo isto, é que para os que decidiram trilhar um caminho diferente, para tornar o seu “mundo” coerente consigo próprios à custa de muito sangue, suor e lágrimas, não conseguem viver com todo este mutismo dentro da sua vida.
É como regredir a um tempo em que a nossa identidade ainda não estava formada, que ainda não éramos suficientemente livres para sermos nós próprios.

Aprendi, como provavelmente alguns estarão a aprender neste momento ou talvez amanhã, que o AMOR não é suficiente para esquecermos os ideais que fazem de nós o que somos, e se estivermos com alguém que se recusa a caminhar em breve estaremos sós algures neste percurso incerto porém coerente.

12 comentários:

Anónimo disse...

M a questão é q somos nós quem escolhe as pessoas q nos acompanham seja emtermos de amizade seja em termos amorosos, quanto ao reto há q respeitar até pq tenho uma profissão q n me permite de td ser aberta a esse nível o q n quer dizer q as pessoas mais próximas n o saibam,antes pelo contrário, m a este nível ainda a sociedade nos obriga a viver em guetos

Anónimo disse...

eu acho que em breve, serão é cada vez mais e logo uma força maior, onde a afirmação será uma evolução natural.

Unknown disse...

Como te entendo.

Helena disse...

Não se pode pedir à sociedade para mudar se nós não mudamos de atitude. Se por um lado todo o show em torno do comig out da Jodie, foi um exagero, por outro ... infelismente, ainda é com esses shows que vamos lentamente tendo a oportunidade de viver uma vida congruente com aquilo que somos.

Jinhos
Druiel

Anónimo disse...

há já alguns dias q descobri o teu blog, gostei e desde aí tenho vindo todos os dias.
Sou aquilo que se designa por heterossexual (que estupidez, arrumar as pessoas por adejectivos!), mas com a mente aberta e despodurada. Confesso que não gosto de gays efeminados e não gosto de mulheres que espalham aos sete ventos a sua homossexualidade como forma de marcar teritório... porque acho que devemos assumir aquilo que somos e aquilo que preferimos com convicção e não para chocar.
Engraçado é que num mundo tão estranhamente pequeno nunca convivi com ninguém com preferências sexuais diferentes das minhas, pelo menos não assumidamente... mas não tenho a menor dúvida que não seria por esse motivo que eu ia fazer o meu juízo de valor relativamente a essa pessoa ou à sua conduta.
se cada um se importasse muito mais em tornar a sua vida melhor e deixar de comentar a dos outros, penso, teríamos uma vida bem melhor.
Por isso, aqui fica a minha admiração expressa por encarares "o touro pelos cornos"!

Duca disse...

São opções de vida tão válidas como quaisquer outras.
As pessoas têm o livre arbítrio de escolherem como desejam viver: na penumbra ou à luz do dia.
Desde que descobri que era lésbica, decidi viver à luz do dia, portanto só tenho que procurar relacionar-me com pessoas que estejam na mesma vibração que eu. Só assim é possível viver de acordo com os meus códigos de conduta e evitar surpresas desagradáveis.

Estrelaminha disse...

Eu continuo a preferir viver na sombra, mas acredite que o Sol brilha mais assim do que se optasse por viver à luz do dia.

via disse...

grande berdade sim senhor.

Anónimo disse...

Adorei o vosso espaço...destinto.

claras disse...

Mesmo para as heressexuais, nas quais me incluo, tudo pode ser visto como transgressão.

Ainda as mulheres não são livres e a homossexualidade muito mal vista, principalmente por cá.

Depois nós mulheres, nunca nos uniremos para nada, o que gostamops é de dizer mal umas das outras.
percebo muito bem quem não se queira assumir, apesar de achar que é um caminho mais sombrio e sofredor, do que aquele de quem escolhe dizer o que é livremente.

Julgamos pelas aparências.
Pelos códigos

Anónimo disse...

Eu acho que o segredo de assumir com “sucesso” aquilo que somos (sim, porque ser-se homossexual é, certamente, apenas uma parte do todo que somos!), passa pela a educação. Ou seja, em vez de se largar a “bomba” sem mais nem menos, deve preparar-se o “terreno”, ir mostrando o natural que é amar alguém do mesmo sexo, etc., etc., etc.… e então, depois, contar essa parte da nossa vida. Eu tenho feito assim, e nunca tive problemas com ninguém (amigos, família, etc.)
De facto o ideal seria podermos, sem esquemas e sem stress, dizer com naturalidade “olha, ontem fui ao cinema com a minha namorada!” sem levar, de seguida, com a maior cara de espanto. Mas, se ainda não pode ser assim, há que arranjar outras formas. Acredito que se todas nós tentarmos mudar o nosso pequeno mundo, estaremos de alguma forma a contribuir para o mudar o Mundo.
No entanto, sei que cada pessoa é uma pessoa, cada caso é um caso, e não há uma fórmula secreta que dê sempre certo. Por isso respeito a opção de cada um de se assumir, ou não!

P.S.: parabéns pelo blog, está fantástico!

A + disse...

tão verdadinha, o que disse ...