Ser (ou não ser) II

segunda-feira, julho 3

Antes de mais o esclarecimento, o texto intitulado “corpo” foi feito a pensar especificamente na transsexualidade…

De toda a forma, cá está um excelente tema… Mulheres masculinizadas, masculinas, macho, macholas… Como quiserem…

Não tenho, de todo em todo, uma opinião negativa, acho que é uma questão de estilo… Como ser punk, beta, desportiva, e outros estilos mais ou menos identificáveis… Não acho que uma mulher deva-a ser na imagem que projecta.

O que se projecta na imagem pode ser uma afirmação, uma forma de estar, um hábito, uma resistência à mudança, moda, vaipe, e por aí adiante.

O que noto na maioria das mulheres “masculinas” é algo que talvez vá para além da imagem! (Vou tentar explicar-me com jeitinho).

Um dia disseram-me “As mulheres masculinas não me atraem nada, mas algumas têm muito estilo, e isso de uma forma ou de outra mexe comigo”.

Esta afirmação faz-me pensar que as mulheres masculinas, não tendem a escolher de forma consciente a imagem que projectam, tendem a colar-se a uma imagem com a qual se sentem confortáveis, mas, que no entanto sabem que é distónica, que não é aceite e que tem uma dada conotação pejorativa (inclusive dentro da comunidade gay/lésbica).

Saber que a forma como nos sentimos confortáveis não é agradável para grande maioria das pessoas, leva a um pensamento, do estilo, perdido por 100 perdido por 1000, o que acaba de alguma forma por agravar a nossa própria percepção de imagem “auto-imagem”. (isto está confuso).

Por exemplo: Se eu me sinto confortável de fato de macaco e quero andar assim, e se a maioria das pessoas não gosta de me ver de fato de macaco, mas eu continuo a querer andar com ele, a certa altura depois de muito ouvir, de muito aturar, eu vou começar a acreditar que o fato de macaco me fica mal, mas também não quero me sentir desconfortável, logo, começo a ficar-me nas tintas para a minha imagem, com ou sem fato de macaco.

Aqui começa o problema, o desinvestimento na sua própria imagem… Descuidam-se com o peso, com o cabelo, com a roupa e por aí fora… Existe então uma tendência a colarem-se ao que já conhecem, à sua imagem, que mesmo sendo distónica é a que conhecem, logo, mais segura que uma diferente. E aí sim… Mas também acontece com qualquer mulher…

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