Gisberta - 1 Ano Depois

domingo, fevereiro 25

«NÃO TEMOS VERGONHA! Um ano decorrido sobre o assassinato da Gisberta, inicialmente, alvo dos actos inqualificáveis de adolescentes e, posteriormente, vitima do preconceito e da discriminação social e institucional que culminou no lamentável desfecho do caso, como se de um crime menor se tratasse, com o beneplácito de muit@s e a indiferença de muit@s outros, achamos que a memória da Gisberta merece que nos ergamos e que demonstremos que existimos, que somos cidadãs e cidadãos deste País, e que não temos que ter vergonha de sermos quem somos ou de sermos como somos. Em homenagem às Gisbertas e aos Gisbertos, que alguma vez sentiram na pele a discriminação com base na identidade do seu Género psicológico, está na hora de mostrarmos que não temos vergonha de sermos Transgéneros e/ou Transexuais, amig@s, companheir@s ou simpatizantes e recusaremos, SEMPRE, pertencer a qualquer grupo, conjunto ou comunidade que aceite, ser definida ou se autodefina como "oculta" ou "invisível".»

Quem não tem vergonha está aqui!

4 comentários:

Siona disse...

Eu, pelo contrário, tenho vergonha... das pessoas, duas ou três, que deram origem a esta "campanha".

São pessoas que, embora se assumam como activistas Transexuais, nunca se preocuparam muito com activismos. Divertiram-se a crucificar a imagem da Transexualidade nos média, e a reforçar os estereótipos. Não quiseram avançar com propostas de legislação para uma lei de identidade de género, porque isso dá trabalho. As entrevistas são chiques, fixes, e fáceis.

E, um dia, apareceu um blog sobre Transexualidade. Elas não gostaram, porque não gostavam da pessoa. Então decidiram insultá-la, provocá-la, e nunca chegaram a parar (fiz mal em não ter decidido processar as criaturas em questão, por isso a culpa é parte minha). Quando outras associações começaram a ter iniciativas na área da Transexualidade, sentiram-se ainda pior. Adeus protagonismos.

E então decidiram aproveitar o aniversário da morte da Gisberta para lançar uma campanha não contra quem a matou, quem deixou que ela fosse morta, quem não castigou os assassinos (e quem os deixou matar), quem a tratou no masculino nos média, mas sim...

"recusaremos, SEMPRE, pertencer a qualquer grupo, conjunto ou comunidade que aceite, ser definida ou se autodefina como "oculta" ou "invisível".»"

... as pessoas T que não usam um letreiro na testa a falar do seu historial clínico. Que são a grande maioria de nós. Tal como com as pessoas LGB.

Não temos vergonha. Temos razões. Temos medo, sim, muito. Medo de ser insultad@s, medo de ser agredid@s, medo de ser despedid@s, medo de perder tudo, e medo de nos matarem. Essas coisas acontecem. Aconteceram à Gisberta.

Sabe bem ver os discriminados discriminarem. Só tenho é pena de quem subscreveu a campanha, sem saber as razões por trás da iniciativa de umas quantas pessoas... com muita pouca vergonha.

Agora desculpem, vou até à cozinha tomar um Eno...

lr disse...

Olha, L., pessoas como tu valem mais que as centenas de 'activistas' que fazem festarolas e campanhas da treta que afinal só perpetuam a visibilidade 'folclórica'. Repito: que nunca te falte a coragem, a persistência e o discernimento.

Anónimo disse...

Boas tardes a todos...
Estou longe dessa discussão, dessa confusão de bloggers (bloguistas),espero que se entendam... Queria sim dizer que a Justiça Portuguesa é vergonhosa permitindo que processos se arrastem, que criminosos saiam com pena suspensa e que cada vez existam mais vitimas...
Para mim as coisas são tão simples...Porquê que não pode ser assim para toda a gente?
Acho que cada um de nós deve viver como acredita que ser melhor. Cada um de nós deve fazer um esforço para viver o mais feliz possivel, em vez de perder tempo agarrado a pensamentos angustiantes e crenças irracionais...todos os dias devemos colocar a seguinte pergunta a nós mesmos: Sou feliz porquê?
E é claro, responder...
Sou feliz porque tenho emprego, sou feliz porque tenho amigos, sou feliz porque tenho uma cama onde dormir e alguém com quem partilhar, sou feliz porque tenho filhos, sou feliz porque sou gay, sou feliz porque sou lésbica, sou feliz porque sou hetero, sou feliz porque sou bi, sou feliz porque consigo ver... e por aí fora. Vá lá comecem hoje, libertem-se de mesquinhices, de falta de coragem e perguntei a vocês mesmos porque são felizes hoje...

Bjs
Mi
Um brinde a tod@s

Anónimo disse...

Os meus mais sinceros parabéns pelas tuas palavras (L)mas passa-as para a acção faz-te ouvir pois são pessoas como tu que fazem muita falta nesta sociedade hipócrita.
Eu já senti medo, senti vergonha...não de ser quem sou, mas da sociedade onde estou.
Não esquecer esta sociedade é composta por todos nós...somos bocados da podridão.........