segunda-feira, janeiro 7

Nesta época é comum cairmos na tentação de fazer balanços sobre o estado das nossas vidas.
Uns planeiam conquistas, outros estabelecem metas, a mim deu-me para fazer uma retrospectiva da minha vida amorosa.

E uma pergunta ficou a pairar na minha cabeça, dada a dificuldade em ser respondida:
O que fica das relações passadas para alem de um monte de fotografias empoeiradas?

Podemos facilmente sair deste impasse com aquele lugar comum “somos tudo quilo que vivemos”, sim, é uma forma de justificar que o que outrora importou não caiu no esquecimento.
Porem de um ponto de vista mais cínico, o que fica é a saudade, a sensação de perda e essa “desgraçada” demora a ser eliminada do sistema.

Se perdi a esperança e a capacidade de acreditar ???? Não !!! Mas sinto-me cada vez mais cansada e perdida na infinidade de variáveis que constituem cada ser humano.

11 comentários:

Miss Shirley B. disse...

Olhe querida, deixe-lá isso. E você ainda tem sorte que ficou com umas "fotozitas". Aqui a Miss Shirley só ficou com os obituários.

Venenosa. Mas verdadeira. Siempre!

Beijinho bem.

Anónimo disse...

"O que fica das relações passadas para alem de um monte de fotografias empoeiradas?"
Hum...o "perfume" (lol,ai, q poético)
...Penso q fica sp alguma aprendizagem... um registo.

(E partilho tb desse mm ultimo parágrafo )

Anónimo disse...

Hum, acho que nem sempre fica a aprendizagem...acho que começas a aprender quando tentas eliminar a sensação de perda do sistema - e como é difiícil :((. Além disso tb não acho que as relações devam propriamente acabar, podem é reformular-se os termos dessa relação e nunca partir de uma forma definitiva que deixe a outra pessoa desamparada...enfim...mas de facto, concordo ctg, a partir de uma certa altura já só queres "eliminar do sistema", o que também pode significar que estás a partir para outra...Bjs de uma leitora solidária :)

Anónimo disse...

Eu acho q ficam sempre aprendizagens feitas nem q seja p o facto de te lembrar q isso n queres voltar a viver, embora ache q qd somos nós a parte lesada custe sempre a perceber q tipo de aprendizagem se fez, só mais tarde com o bendito tempo q demora mais do que queremos é q conseguimos vêr coisas q não vía-mos antes.
A saudade por isso mesmo transformar-se-á em longínquas lembranças, embora eu ache q nem todas atingem este patamar,

coragem

Anónimo disse...

Ai Ambrósio, apetece-me dizer algo!

Algo tão profundis, tão profundis, mais ou menos assim: Hum! deixa ver?

" As flores do jardim da nossa casa Morrerram todas
com saudades de vç, e as rosas que cobriam nossa estrada perderam a vontade de viver.... Tristeza e solidão foi o que restou.." Maria Bethânia

Mas outro jardim há-de reflorir, dentro de nós, sempre!

É nesta capacidade de nos reinventarmos em cada momento da nossa existência, que acredito.

Bjo
ES

Anónimo disse...

O que fica, além de fotos empoeiradas, de um relacionamento lésbico:

- roupas dela que ficaram emprestadas e você não vai devolver

- inúmeros bichinhos de pelúcia acumuladores de poeira

- cartas, muitas cartas de amor

- cd gravado com todas as "suas" canções

- dvds que ficaram emprestados a ela e você nunca mais verá

- conta conjunta, conta de celular uma no nome da outra e diversas outras burocracias a desmanchar (algo de infernal)

... Enfim... muita coisa!

Sobretudo a preguiça de encarar um novo relacionamento. Aiai.

Anónimo disse...

pelo que li vais ter duas festas de arromba! pensa nisso:)

Anónimo disse...

Em época de balanços, deixa-te baloiçar na tentação de acreditar que vai chegar o dia em a infinidade de variáveis de um determinado e especial ser humano, te vai deslumbrar mais do que fazer sentir-te perdida!... esse será o dia de ganhar balanço para o resto da tua vida, porque esse será o ser humano que te completa e amará infinitamente!

Helena disse...

Por vezes é bom sentir o tal cansaço.
Serve de filtro, de rede de segurança para que não sejamos mais danos colaterais nas incertezas dos outros.

Sweet Porcupine disse...

Chego atrasada.....mas chego...... para dizer que se deve de acreditar sempre!

Um super mega giga 2008 a tod@s e em especial a esta fantastica equipa!

:)

Cosmopolita disse...

Em jeito de balanço, como dizes, fica o que se aprende (ou deveria ter aprendido) com as relações que tivemos. Todas as experiências, boas ou más, nos ensinam alguma coisa sobre nós próprios e sobre os outros seres humanos. Muitos desses ensinamentos só são interiorizados por nós depois de as relações terem acabado. Quantas vezes fomos prevenidas, por pessoas diferentes, para este ou aquele nosso defeito que tanta mágoa lhes causava? E, no entanto, só depois da(s) separação(ões) somos capazes de raciocinar sobre isso, de nos introspeccionarmos e perceber que temos de mudar porque estamos erradas!

Mas ficam muito mais coisas. A memória é uma coisa engraçada e o coração também. Com o tempo e a distância o que houve de mau tende a esbater-se, ou a apagar-se mesmo, e só nos lembramos com saudade, do que houve de bom...Se tivessemos vivido as relações da mesma forma terna, saudosa e positiva do que nos fica na memória, então elas, provavelmente, não teriam acabado nunca!

Mas, como diz o Miguel de Sousa Tavares:

"...E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.

Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."