Um excerto...

quinta-feira, março 13

... do que se poderá ler na integra no dia 22 de Março.

Quando me fazem a pergunta “és lésbica? bi?” eu fico sempre sem saber bem o que responder. A dúvida mistura-se com a relutância de ter que colocar uma etiqueta nos sentimentos, porque é de sentimentos que se trata. Sentimentos que podem ser dirigidos a mulheres hoje mas não me livro de que amanhã possam ser dirigidos a homens.

Se, antes daquela tarde fatídica de 2001, alguém me dissesse que eu me ia apaixonar por uma mulher eu iria rir. Tal nunca me tinha passado pela cabeça, mas a verdade é que me apaixonei e que a partir dessa tarde tudo mudou. Não para melhor nem para pior. Mudou.

Hoje, 7 anos volvidos, sou mãe e partilho a minha vida (parte dela, porque é saudável não partilharmos tudo) com uma mulher. A minha maneira de ser, a minha forma de viver manteve-se. Porque é que teria de alterar isso só porque me relaciono com uma mulher? Não tenho. Nunca me exibi em público nas relações com homens e com mulheres ajo exactamente da mesma forma.

Tenho para mim que quando se age naturalmente as situações são aceites, mesmo que sejam aceites em silêncio. Nunca sofri qualquer tipo de recriminação ou descriminação. Mentira, há alguns anos atrás, num jantar de um grupo de mulheres homossexuais, houve quem pensasse que eu estava lá por ser irmã ou prima de alguém, isto só porque estava grávida e como tal não passava por aquela cabeça que eu pudesse estar com outra mulher.

Como mãe preocupa-me que um dia o meu filho possa sofrer alguma represália por esta minha escolha de vida mas a verdade é que acredito que não estando a fazer nada de errado e educando-o da forma que eu considero correcta (para qualquer outra pessoa pode ser a errada, mas isso não interessa) ele conseguirá defender-se. Na verdade os homens da vida dele são o Tio, o Padrinho, o Avô. A Mãe viverá ou estará sempre com a Tia, e é isto que faz sentido na cabeça dele.

Apesar de não ter o costume de lutar pelos direitos do que quer que seja acredito que o comum dos mortais não deva ser castrado dos mesmos por religião, credo ou orientação sexual. Penso que hoje a sociedade está "muito à frente" e acredito que irá estar cada vez mais e que com calma e persuasão chegar-se-à ao dia em que todos os casais possam usufruir das mesmas "regalias". O que não acredito é que isso seja conseguido através de marchas pela Avenida da Liberdade.

Pode ser parco mas a minha contribuição para esta peça será a minha maneira de dar um passo em frente e, se calhar, afinal até luto para que alguma coisa mude.


Este não paga direitos de autor porque foi escrito por mim.

61 comentários:

jc disse...

wow
é um orgulho ser teu vizinho.

Acid Pig disse...

Shaken parabéns pelo pequeno excerto que escreveste. Podes dizer-me onde posso ler o resto dia 22? (desculpa se este assunto já foi referido)

Shaken disse...

Acid, não tens de pedir desculpa.

Na revista única do Expresso.

i. disse...

e marchas pela rua da misericórdia abaixo?
é que a marcha mudou de percurso :)
e não percebo a fobia, alguém se opõe a manifestações de professores? a marchas pelos anos do 25 de Abril?
Porque raio só as bichas e as fufas têm é que ficar quietinhas no seu canto?
Eu diria que tens o direito de ficar. Diria também que quem acha esta uma forma interessante de passar uma mensagem tem o direito de o fazer.
Qual o método mais eficaz - ficar em casa e criticar, ou vir para a rua com uma faixa ou cartaz - remains to be seen :)

Shaken disse...

i., por acaso oponho-me às marchas de professores e as do 25 de abril e a qualquer outra. Mas isso sou eu.

Eu não estou a negar o direito de marchar, estou simplesmente a dar a minha opinião :)

Anónimo disse...

Bem... Vê lá a ironia... E não é que só foi discriminada por outros homossexuais? Extraordinário! Onde é que encontraram este peixe raro?
Não me digas... E os africanos só são discriminados por outros africanos? Maravilha!

Ah... Mãe e Tia... Gostei... Sim, lá em casa tb tenho a mãe e o tio! duh!

É mesmo a mensagem que se quer passar... + uma 'lésbica homofóbica'... A proxima será de uma mulher machista não?

Assim nada se muda!

Shaken disse...

marta, quando se escreve algo pessoal é isso mesmo que isso é... pessoal.

Devo ficar triste por nunca ter sido descriminada noutra situação qualquer?

A mensagem não era mesmo essa, talvez culpa da transmissora ou então de quem não a interpretou como desejado. O que é legítimo porque sendo pessoas diferentes não têm que interpretar as palavras da mesma forma.

O importante é continuar a fazer juízos de valor e isso, está garantido, acho que consegui... enfim!

Shaken disse...

errata:

Onde se lê: "O importante é continuar a fazer juízos de valor e isso, está garantido, acho que consegui... enfim!"

Devia ler-se: "O importante é continuar a fazer juízos de valor e isso, está garantido, acho que conseguiU... enfim!"

D'Menor disse...

Shaken...parabens pelo texto, e também sou da opinião que não são com passeatas e carros de som com pessoas se expondo demasiadamente que as coisas vão mudar.
Parabens pela dadiva da maternidade, e pela lucidez de saber que gostar de outra mulher não te faz menos capaz para isto.

Anónimo disse...

Bravo Shaken! E sim tb ja fui e só victima as vezes de descriminaçao dentro do ambiente homosexual, por diversas razoes, em relaçao as passeatas tamos tds no direito de nos representar ai o nao, mas a verdadeira conquista, ta no dia a dia, em nao baixar a cabeça quando ouvimos uma boca foleiro. educar nossos filhos, para serem independentes e com criterio propio. SHANE.

Estrelaminha disse...

Estou de acordo com todas as letrinhas que escreveu e até estou a viver uma situação quase semelhante.
Bem, vou ver se encontro a revista.

Anónimo disse...

Shaken,
Admito que há várias formas de passar uma mensagem, vir para a rua, e chamar a atenção, ficar em casa, provocar publicamente, enfim, a minha experiência de vida, leva-me a concluir que, em democracia, tudo é necessário, até as manifestações/desfiles/intervenções públicas são necessárias. Mas, os exemplos de vida, o aceitarmo-nos entre iguais é sobejamente, mais importante.
Quem nunca sentiu descriminação, dos seus pares?
- Quem nunca entrou numa festa/bar/discoteca/restaurante, pretensamente frequentado por lésbicas, com a intenção, pura e simples de se sentir “entre iguais”, e ter que abandonar o local em questão, porque afinal, “é possivelmente lésbica, mas não faz parte do dito “grupinho” da X, ou não é habitue, ou não está na faixa etária certa, ou ainda já foi vista no local…mas embora com namorada…falta as “ligações” a alguém do meio”!!!.
- Já alguém pensou, nas mulheres que por esse país fora, algumas já na terceira idade, com uma vida proibida, mas mesmo assim vivida, que sempre lutaram (a maioria sem cartazes, manifs, prides…) em silêncio, vivendo na rua da cidade de província, ou mesmo na aldeiazinha, onde todos sabem que a “X” é fufa, pois vive à anos com a “Z”, mas no entanto, tanto a “X” como a “Z” são essencialmente, e além do mais, umas excelentes vizinhas, pessoas estimadas e queridas pelos seus conterrâneos! Pois é!.., daquelas que o vizinho do lado, sempre soube que eram “fufas”, mas, se questionado por terceiros, é o primeiro a dizer que elas são as melhores vizinhas!!!.
No entanto, poderão ser estas “X” e “Z”, que são descriminadas pelas “suas iguais”, as tais…., que sem alarido, no dia a dia, e em sociedade diga-se, fazem mais, que aquelas que ignoram, (ou querem ignorar…), e infelizmente, nem sabem que as lésbicas são transversais à sociedade portuguesa, e como é óbvio, são de todas as raças, estratos sociais, profissões, cultas, analfabetas, adolescentes, jovens, terceira idade…enfim….à imagem e semelhança dessa mesma Sociedade, na qual vivem inseridas, e para a qual contribuem!
- Por último uma só pergunta, e esta vai para todas as frequentadoras da “blogosfera”, estarei enganada?.. Sinceramente… ao saltitar como eu de blog em blog, fico com a sensação de que somos muito felizes, altamente modernas, desinibidas, tolerantes, nada homofóbicas, quanto fará hetrofóbicas!... de uma intelectualidade de fazer inveja a qualquer prémio Nobel!!! Não há “lésbicas” pobres, analfabetas, em lares de terceira idade, sem família, doentes, enfim ser “Lésbica”, é estar numa espécie de “Limbo”, está na “MODA”!!!!
Por favor, precisamos de fazer um auto-exame, e não nos preocuparmos cegamente com o “papão da homofobia”, façamos sim, uma reflexão e aceitação de nós mesmas, para que os “outros também nos levem a sério, e nos tratem essencialmente como PESSOAS

P.S. Fica o mail, para qualquer opinião: dl5561@gmail.com

JCA disse...

muito interessante o que está escrito no post.

várias coisas se cruzam, desde com quem queremos estar e quem amamos e aqui digo amar sem sexo, isto amamos a pessoa X, que pode ser menino ou menina e devemos respeitar essa escolha

cruza-se o facto de seres mãe, e teres de educar um filho, e fazê-lo entender e respeitar as escolhas que as pessoas fazem na liberdade sexual

mas pronto, a cima de tudo, parabéns pelo texto que gostei bastante :-)

luafeiticeira disse...

Acabei de conhecer este blog e ainda só li este texto, mas vou ler mais com certeza. realmente as fobias e as descriminações estão na cabeça de cada um, independentemente da tendência sexual, cor, sexo, etnia... Há que agir contra isso.
beijos

Angelo disse...

Ora, toma!

Concordo perfeitamente: as coisas tem que ser vividas naturalmente... Assim nao havera desculpas para a nao aceitacao!

Acid Pig disse...

Obrigada Shaken, dia 20 já vou ler isso (espero eu)!!! :)

Shaken disse...

Acid, querida... tão baralhada que andas!!!

É dia 22 :)

Anónimo disse...

E que passo em frente! Julgo que qualquer pessoa, independentemente da sua orientação sexual entenderá muito bem a mensagem deste excerto...ou melhor a mensagem de uma vida.
Parabéns pelo texto e muitas felicidades para esse filhote que deverá ter muito orgulho na mãe que tem.

Anabela Rocha disse...

Realmente somos tod@s muito diferentes!
1) As manifestações públicas de carinho não são exibições, são simplesmente públicas.
2) não se trata de sermos aceites mas de sermos respeitados, mesmo que todos diferentes e todos incompreendidos
3) a aceitação silenciosa é apenas sinónimo de falta de direitos de expressão, principlamente pública
4) uma sociedade que é maioritariamente constituída por pessoas que não têm o costume de lutar pelos direitos não está muito à frente, está muito atrás
5) calma e persuasão, nas lutas públicas, será sinónimo de discrição salazarenta?
Por todas estas ingenuidades e conformismos as manifestações PÚBLICAS, sejam manifs, ajuntamentos, arraiais, etc, são e continuarão a ser uma via urgente de conquista de direitos democráticos, nomeadamente de visibilidade e expressão pública, de que tanto precisamos!
P.S.- este comentário não tem nada de pessoal, claro; eu nem sequer sei o teu nome...

Sweet Cow disse...

Adorei o excerto do teu texto. Identifico-me bastante e acredito que todos somos livres para expressarmos as nossas convicções da forma que acharmos mais correcta para nós.

Parabéns :)

Acid Pig disse...

Shaken não estou baralhada, eu tenho acesso à única na quinta-feira dia 20! ;)

Shaken disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Shaken disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Shaken disse...

Acid, estou muito mais descansada porque já estava a preocupar-me :)

Shaken disse...

Anabela, li tudo atentamente e continuo a ter a minha opinião daí concordar com o "somos tod@s muito diferentes" e ainda bem que assim é para nos podermos respeitar tod@s, porque o eu não acreditar que faça alguma diferença não menosprezo quem acredita que faça, simplesmente não participo.

Anónimo disse...

obrigada... So isso consigo pensar em escrever... Obrigada pelas suas estas linhas tao gostosas de ler.

Mak disse...

Interessante texto, gostei do que transparece de si! pareceu me que a maioria dos leitores (vá, comentadores) são mulheres e arrisco...lésbicas? O que sendo eu homem e heterossexual, me faz sentir um pouco deslocado.

Ou talvez não, já que partilhamos interesses comuns - refiro-me pura e simplesmente ao acto que é amar uma mulher, que sendo uma permite-lhe um conhecimento tão mais profundo desse ser, a mulher. nesse sentido partilhamos o mesmo interesse, e invejo-a porque esse conhecimento almejo eu ter um dia, desta vida de bronco que é a nossa, a dos homens).

Mas relativamente às ditas manifs/parades/etc.
Sendo alguém que vê de fora, no sentido em que não me identifico com a msg, a não ser no acto de reivindicar, lutar por direitos ou aceitação social, nunca concordei muito com isso. Acho que é uma forma errada de comunicar algo, principalmente na imagem que isso transporta em si, e na imagem que as pessoas recebem, que é sempre adulterada.

Tal como esta manif dos professores, eu compreendo as reivindicações mas por acaso cruzei-me na rua com a dita, e era vê-los a umas quantas centeneas a beber a bela da mini e todos a rir num regabofe qual passeata de domingo a tarde. Para quem vê de fora isto retira toda a seriedade a um grupo de uns quantos mil, é pena mas é verdade.

No mesmo sentido não acho que é por "gritar" X vezes a um não fumador que eu o sou que ele me vai aceitar pura e simplesmente por eu gritar, quanto mais será por cansaço.

Não estou a comparar os fumadores aos homossexuais, de todo. Quero apenas dizer que não é por se insistir em gritar aos ouvidos de alguém que difere nas nossas escolhas Lá está, quanto muito será por cansaço, e isso na verdade não é aceitar. Existe uma grande diferença entre não atrapalhar e ajudar, acho eu.

*Vim aqui parar por acaso, mas depois de ler o texto vou continuar a vir mais vezes.
Cumps

Shaken disse...

Mak, bem vindo e volta mais vezes mas lamento desiludir-te dizendo que por ser mulher não me habilita a perceber melhor esse ser fascinante :)

rv disse...

percebo a questão das lutas pelos direitos, sou a favor de q cada um o faça da melhor maneira possível, se uns o fazem de forma mais explícita outros o fazem de forma mais branda, no fundo cada um manifesta-se de acordo com o seu ritmo, formas de estar na vida, isto apenas acontece pq vivemos num país q ainda se intimida com as diferenças sejam elas quais forem por isso compreendo ainda mais q qd se tem um filho o cuidado ainda seja mais peso, pq conheço bem a comunidade educativa e sei como ela funciona ou seja, por vezes os códigos de ética são esquecidos o q posteriormente leva estupidamente a discriminações ilegáis até em especial qd ocorre em meios pequenos...sei do q falo infelizmente.
Por isso concordo q cada um viva de acordo com aquilo em q acredita pq ´s a atitude de se viver de acordo c o q se é, sem receios por si só é uma forma de vencer!

por isso vivam e deixem viver,

:)

rv disse...

errata: " ...qd se tem um filho o cuidado ainda tem mais peso..."

Placi disse...

Concordo absolutamente com o Mak. Quando assisto a manifestações para reivindicar seja o que for, só consigo associá-las a um oportunismo político (a esquerda em todo lado) e uma representação circense que faz perder o sentido do porquê. Respeito as lésbicas que vão para a rua gritar, como gostava de ser respeitada por não o fazer.
Sou mulher, amo uma mulher, tenho uma filha mulher. Vivo com muito orgulho uma vida banal. Ser lésbica não é estar na moda. E cada um sabe de si. Obrigada shaken!

Gustavo Gouveia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gustavo Gouveia disse...

Eu cá gosto muito deste blog. E do texto.
O facto de seres homossexual, viveres com outra pessoa e teres um filho significa que tomaste uma decisão muito complexa e profunda, a de conjugares duas situações que tradicionalmente e aos olhos da sociedade portuguesa não são compativeis. E eu aprecio profundamente a força nessessária para realizar esta combinação: só um grande Amor, como aquele que tu seguramente sentes pela pessoa com quem estás, é que pode mover isso. E Amor é uma linguagem universal e por isso eu acho que posso afirmar que te compreendo e que te admiro, pois não sei se teria coragem para tomar essa decisão.
Mas acho muita piada também á maneira como começas o teu post. Um amigo meu, que também é homossexual, definiu-me as suas escolhas a ese nível á semelhança da atracção que eu tenho (por exemplo) por raparigas morenas e baixinhas que os meus amigos que preferem as loiras ou as mais altas compreendem. E eu compreendo e aceito que ele prefira estar com homens. Mas se existisse palavra para tal será que me classificariam como "um gajo que gosta de morenas baixinhas"? Porque nunca me perguntaram na vida "Heys, tu preferes gajas morenas e baixas ou ruivas e gordas?" porque motivo te hão de perguntar se és lésbica ou bi? porque se estereotipa?
Até porque a minha ex-namorada era quase mais alta do que eu, o que significa que eu não olhe para as raparigas e pense "bem, eta é loira, cagou pa ela" porque o Amor acontece sem contas ou previsões. O meu amigo de quem te falei também já se envolveu com uma mulher apesar de ser gay, não planeou nada simplesmente aconteceu... E eu não digo que o gajo seja bi. Não se classifica assim. Digo que o gajo, e isto porque ele me diz, prefere estar com homens. mas homens, mulheres, loir@s ou moren@s ou baix@s são pessoas - o que interessa é estar com quem Amamos. Será o resto relevante?
Quanto á luta que refers, eu concordo. Ou aliás, aquilo que mais me custa são as manifestações do chamado "orgulho-gay" que raio, pergunto-me, será que é suposto eu ter orgulho por ser heteróssexual?
Ou ir para a rua manifestar-me e gritar porque sou heteróssexual, porque durmo com mulheres... A menos que seja um facto tão raro e inalcançável que mereça uma comemoração de tal ordem, o que seria chato^^
Mas por exemplo, uma vez um amigo gay pediu-me a mim e a um conjunto de pessoas todas heterossexuais, para participarmos numa manifestação na Av da Liberdade em honra do rapaz transsexual que foi brutalmente assassinado no Porto. E para isso eu manifesto-me! É claro que o numero de aderentes não vai trazer o pobre rapaz á vida, ou compensar a familia e amigos pelos danos que sofreram... tão pouco punirá os filhos da puta que lhe fizeram aquilo. Mas é o minimo que eu posso fazer, e se pudesse fazer algo mais para honrar o triste protagonista de uma história que me comoveu bastante, eu fá-lo-ia. E isto são os hábitos da politica: saímos de casa pelaquilo que acreditamos, envolvemo-nos em movimentos que por muito ridiculos ou inuteis que pareçam, são a mais simples expressão dos nossos ideais, reconhecendo que se houvesse algo mais que pudessemos investir para concretizar os modelos que aos nossos olhos gerassem o mundo perfeito como o vemos, fá-lo-iamos. E a minha esperança, no dia em que participei na manifestação, foi para que nunca mais neste país (ou em qualquer outro lado do mundo) alguém fosse morta, mal tratada e humilhada devido a uma discriminação de qualquer tipo. Sobretudo homossexual!
Gosto muito do teu blog. A tua escrita é cativante e os temas que abordas são extremamente pertinentes. Sou simpatizante porque tenho várias pesssoas na familia e vários amigos e amigas que são homossexuais. Posso ainda acrescentar que desde que terminei a minha relação mais recente, conheci várias dezenas de raparigas de todas os origens, generos e feitios, mas a unica que verdadeiramente me cativou (nos poucos momentos em que estive com ela no Maria Lisboa) era Lésbica e apercebi-me muito rapidamente de que a homossexualidade, nas mulheres, é para mim um factor extremamente compreensível atendendo á beleza natural (em todos os aspectos) do femenino no ser humano. Portanto permanecerei como leitor assíduo=)
Desejo-te muito boa sorte na tarefa particularmente árdua que terás ao ensinar ao teu filho o porquê de não ter um pai "como os outros meninos" as decisões da mãe, e sobretudo que o Amor não escolhe generos e representa muito mais do que a sociedade pretende impôr. Se fores bem sucedida, como espero que sejas, vou acreditar (porque não acredito) que este é um mundo acolhedor e justo para todos os que nele habitam. E que ninguém tem de carregar á cruz a decisão de ser feliz á sua maneira. E agradecer-te-ei por isso=)
Beijinhos

Shaken disse...

Gustavo, só dois comentários que acho importante deixar aqui.

Este blog não é meu, em última instância é da AR (propriedade que ela negará). É um blog partilhado por mais de meia-dúzias de pessoas.

O outro é só para referir que o meu filho tem pai, não um pai presente mas ele existe.

Obrigada a todos pelo v/ feedback

Anónimo disse...

Cara Shaken,
agradecia que para a próxima vez, já que não costuma lutar pelos direitos dos outros, e, aparentemente, nem pelos seus, se mantivesse calada. Isto, porque é este tipo de depoimentos que faz manter as lésbicas e os gays como cidadãos de segunda, uma vez que é dada à sociedade em geral a imagem errónea que eles e elas não são discriminados. E já agora lembro-lhe que, por exemplo, se não houvesse luta e manifestações, as mulheres possivelmente ainda nem poderiam votar (experimente usar ""suffragette" no Google, talvez aprenda alguma coisa). Ainda bem que houve mulheres que pensaram de modo diferente do seu.

Anónimo disse...

Shaken,

queria só lembrar-te que é o facto de seres lésbica (ou bissexual), que te impede *por lei* de
- casares com a pessoa que amas
- recorreres às técnicas de procriação medicamente assistida
- adoptares em casal

O facto de possivelmente nunca teres sofrido directamente as consequências destas discriminações na lei não deixa de te fazer alvo delas - e elas tornam-te legalmente menos *pessoa* e garantem que és discriminada 24 horas por dia...
Neste momento, dizeres que não és discriminada seria como dizeres que, como não gostas de votar de qualquer forma, enquanto mulher não precisas do direito ao voto nem és discriminada se o não tiveres.

Para além disso, se procurares "Don't ask, don't tell", vês como a discriminação das lésbicas e de gays funciona mesmo como tu a descreves: na remissão para o silêncio e para o "recato". Aliás, a discriminação só funciona enquanto forem as próprias pessoas discriminadas a não sentirem que o são – e a dizerem que nunca foram discriminadas.

É notável que pelos vistos a tua grande experiência de discriminação tenha sido pessoas terem pensado que és heterossexual (mas foi a única vez que te aconteceu pensarem que eras heterossexual? Isso não te acontece *sempre* com pessoas heterossexuais que não te conheçam?). A discriminação não é um fenómeno pessoal do tipo “eles/as não gostam de mim”; a discriminação acontece em função de uma característica identitária (neste caso a orientação sexual) que, quer se queira quer não, marca todo um grupo de pessoas.

Foste, és, e continuarás a ser discriminada enquanto mulher lésbica, bissexual ou “com sentimentos” (Achas mesmo que há alguma coisa de original na tua descrição? Que ela não é comum à de toda a gente que se identifica como lésbica ou como bissexual?). Tens todo o direito a não querer ter consciência da discriminação (e todas as pessoas fazem o que podem para aguentarem conviver com a discriminação), embora isso demonstre pelo menos falta de solidariedade. Mas nesse caso pelo menos era bom teres consciência de que não tens consciência – isto porque pelos vistos, e apesar do recato, não te inibes de falar em público numa peça que pode afectar-te não só a ti mas a muitas outras pessoas como tu.

Anónimo disse...

Gostei muito de te ler, gosto de diversidade de opiniões, pois é sinonimo de liberdade. Penso que calar uma voz só por ter opinião diferente, seria talvez descriminação!

Shaken disse...

Susana, deixo aqui uma frase sua "Ainda bem que houve mulheres que pensaram de modo diferente do seu". E repito, AINDA BEM. Garanto é que por ter opinião diferente não me calarei.

Paulo, por ser solteira poderei fazer duas das três coisas que aponta estarem-me vedadas.

Continuo a manter a minha opinião, que é isso mesmo, a minha opinião.

Inês, concordo contigo. Será sim um tipo de discriminação o que falas.

Obrigada a tod@s pelo v/ feedback

Má ideia! disse...

Reconhecer a discriminação não diminui ninguém. A identidade sexual baseia-se na discriminação, tu vais para aqui, tu vais para ali, eu sou como estes, tu és como aqueles, é super-relacional, não confundir com a identidade a si mesmo.
Quando o tu vais para ali mexe com o que é de tod@s, se te faz perder acesso, é discriminatório com carga negativa. Ponto.

aquelabruxa disse...

alguém (não me lembro quem)disse uma vez "o melhor a fazer com preconceitos é ignorá-los". quem diz preconceitos diz discriminação. gosto dessa frase, este teu texto lembrou-me dela.

Anónimo disse...

Não é por alguém dizer que nunca se sentiu discriminada que estará a afirmar que @s homossexuais, num todo, não são alvo de discriminação...

Rute disse...

Adorei ler este excerto... algumas partes fazem parte da minha vida, outras partes espero que venham a fazer... o meu desejo é que no futuro sejamos todos "iguais" aos olhos de quem ainda ve o mundo da sua gruta da idade da pedra...
Bjinhos

Valsa Lenta disse...

Muitos foram os comentários a este post. Este será mais um.
Tenho uma relação com uma mulher que é mãe de uma menina. Se alguma vez me senti verdadeiramente descriminada foi no chamado "meio". Respeito as ideias e formas de vida que cada pessoa leva. Confesso que não gosto de ver determinados exibicionismos levados ao extremo, nas chamadas marchas do orgulho. Mas, esta é a minha opinião!
Vivo o meu dia-a-dia com toda a naturalidade. Não há razão para o seu contrário! Sinto-me uma pessoa perfeitamente normal e bem comigo mesma.
Volto a repetir posso não concordar com marchas... mas, respeito! Penso, apenas, que necessitam de sobriedade.

Felicidades

SimplesmenteAgua disse...

Cara SHAKEN,

Felicito-a por este seu depoimento! Por esta forma transparente e sincera de expor os seus sentimentos. Acredito, que a mudança, não se faz com marchas na avenida da liberdade, mas sim com contributos (em nada parcos)como o seu!

Por fim, agradeço, a quem teve a gentileza de me indicar o seu/vosso blog, à Dona Cuore um obrigada.

Obrigada,
SA

Anónimo disse...

Será que ninguém repara no paradoxo em escrever "Nunca me exibi em público nas relações com homens e com mulheres ajo exactamente da mesma forma" num jornal?
Que acto mais público que este?

SimplesmenteAgua disse...

Caro anónimo,

Não creio que haja qq contradição na afirmação, pode é, haver uma interpretação errónea da sua parte.
Julgo, que ao se afirmar num jornal, os tipos de relacionamentos que se tem, não é uma ostentação pública do acto, em si, das relações passadas ou presentes, mas apenas que a expressão dos sentimentos que nutre por determinada pessoa é transmitido em privado (dentro de 4 paredes, ou outro local qq...não interessa onde!)e não o pratica para os outros verem (os actos de carinho, amor, ...)! Não há show-off, talvez por uma questão de educação (e bom gosto) e tb de uma personalidade, coerente pq, tb não acha necessário haver marchas públicas para ocorrer a mudança de comportamentos.
Se num jornal,afirmar que gosto de beber gin, não numa esplanada, mas sim no jardim da minha casa, não me parece que me esteja a exibir, ou a exibir o acto de beber!
Esta é a minha interpretação...

Identidades LGBT disse...

Obrigado pela coragem de dar a cara face à normalizaçao dos afectos!

too lost... disse...

bem... parecem-me q mesmo assim ainda foste atacada aki no teu blog... enfim, presa por ter cão e presa por não ter...
Da minha parte so tenho de te dar os meus PARABENS pela coragem que tivest em dar a cara, tu e todas as outras mulheres que o fizeram e todos os dias o fazem... opiniões todas as pessoas as têm e eu respeito as tuas... só é pena que mesmo depois de tudo o que dissest ainda haja gente que pensa que só chocando e atancando é que se ganha alguma coisa...
Muitos PARABENS :)
beijoca**

nandokas disse...

Olá shaken,
Vim aqui parar numa das 'viagens' que às vezes faço através da blogosfera. E, admito, fui atraído pelo nome do blogue.
Li este teu excerto duas vezes, com muita atenção. E gostei do que li, das palavras com que exprimes o que sentes e o que pensas. E gostei ainda do que dizes acerca da tua preocupação com o teu filho.
Parabéns!
E um beijinho.
Fernando Oliveira
[português, 60+2 anos, pai e avô]

Anónimo disse...

Considero-me activista, luto pelos meus direitos, já dei a cara, vou à marcha, mas acho que antes de tudo, ser lésbica é um acto pessoal e não político. Quem não o quiser encarar assim tem esse direito. Lamento ver pessoas que fizeram mais do que a maioria, como ter a coragem de aparecer no Expresso, serem criticadas porque "a imagem de uma lésbica não devia ser passada bem assim". Dou os parabéns a todas as mulheres que participaram na reportagem. Apesar de discordar de algumas coisas acho que as pessoas não devem ficar caladas porque a opinião não é igual à minha. Muitos parabéns! Foram fantásticas porque foram vocês.

Anónimo disse...

cara shaken
face a tantos comentários "hostis", não posso deixar de escrever que deram todas um grande passo em frente e lutaram muiito, sem marchas e activismos.
naturalmente...
parabéns

Anónimo disse...

Olá Shaken,

O que me incomodou neste post não foi o dizer que se prefere não ir a marchas, que se acredita que há outras formas de luta mais eficazes. O que me incomodou foi:

1. Falta de consciência: há mais tipos de discriminação do que aquela que podemos ver/sentir cara a cara - e suspeito que depois da Shaken ter dado a cara no Expresso subiu exponencialmente a probabilidade de lhe acontecer isto, se não aconteceu ainda, como diz, nem que seja lendo comentários que andam no site deste semanário sobre a homossexualidade, embora as discriminações mais comuns para quem decide ser visível são as veladas e nas costas -, tal como a omissão, a negação, a aceitação e uso da homossexualidade como insulto, o boato, a exclusão, o isolamento a priori das pessoas pelo medo das reacções e atitudes dos outros, etc e a diferenciação negativa no acesso a direitos, quer venhamos, ou não, a sentir directamente a falta de não poder fazer usufruto deles;

2. Falta de solidariedade: o facto de não ter sofrido discriminação directa (violência verbal, psicológica, física, etc, etc ou de não precisar de certos direitos) não é motivo necessariamente digno para sacudir a água do capote, dizendo "nunca precisei dos direitos e da protecção que outros dizem sentir falta e portanto justifica-se não ter de lutar por eles" - estando quase mesmo a "dar a entender" de certo modo que são coisas desnecessárias no seu âmago na realidade, porque para si o são desnecessárias;

3. Maior preocupação em criticar aqueles semelhantes que foram discriminatórios consigo e a excluíram ou a tentaram inferiorizar - ninguém lhe tira a razão e direito de falar neste assunto, mas também acorde e perceba que só tem em comum a orientação sexual com elas e não têm de se identificar todas umas com as outras por isso ou serem todas repente amigas ou que ser de um um grupo minoritário e discriminado implica perfeição de carácter -, do que aquela maioria que a discrimina de forma muito mais pungente - por negar-lhe igualdade de direitos, por fazer chacota de si de forma muitíssimo mais vil e psicologicamente destrutiva e até mesmo por violência física se um dia lhe acontecer o mesmo que já aconteceu a outras - e de forma muito mais massiva; o acto de discriminar é transversal a qualquer grupo de pessoas; não é surpreendente que aconteça entre "pares" ou entre "semelhantes", mas isso não significa que essa discriminação passe a ser a principal ou mais importante que outras... ou pior, justificação para não lutar por algo que é digno e justo, por si mesmo, algo que faz sofrer, mesmo que seja só terceiros, sem nós próprios incluidos;

4. A crítica implícita e o julgamento velado sobre as pessoas que participam na marcha e sobre a seriedade dessas pessoas, quem sabe, até mesmo dignidade do acto... notei uma superioridade moral, por detrás do discurso polido; como disse seria diferente para mim se tivesse lido que acha que há outras formas mais eficazes ou com mais impacto, sem ir pela via do pejorativo (que vai dar origem a sentimentos da existência de um insulto velado a quem luta de forma diferente de si, ou igual a si, mas com mais aquela forma incluida, que é a das manifestações e marchas).

Sou da opinião que tem um coming out demasiado recente e, por isso, pouca experiência da sua vivência plena enquanto mulher que tem a capacidade para se apaixonar por outra mulher. Acho que lhe fez falta um coming out na adolescência e na juventude, um outro ambiente social e familiar, quem sabe.

Shaken, procure conhecer as realidades das outras pessoas, que não têm o seu percurso, porque não lhe vejo assim tão grande diferença no acto, comparado com aquelas que criticou (e bem) por a terem discriminado: no fundo neste post rejeita a validade, a importância e necessidades de outras mulheres lésbicas e bissexuais, porque não são as suas.

Não venho com duas pedras, mas com palavras simples para lhe explicar porque algumas pessoas não gostam do seu discurso (é das que mais críticas recebeu pelo depoimento pessoal no Expresso, por onde tenho lido) e pedir-lhe que pense porque lhe incomoda tanto a diferença dos seus semelhantes e a discriminação de alguns deles para fazer disso uma linha de discurso predominante ou, pelo menos, tão importante.

Não estou a dizer que deixe de falar ou dizê-lo. Mas após o ter feito, que pense seriamente nele e porque colhe determinadas reacções.

Felicidades e bem-haja pela visibilidade. É o mais importante, afinal.

Shaken disse...

Cara anónima,

Não tenho qualquer problema em ler comentários que não concordam com o que digo ou escrevo senão não o diria nem o escreveria.

Há determinadas afirmações no seu longo comentário que são falsas ou incorrectas ou más interpretações.

Ponto 1: em não sabendo quando (temporalmente) eu assumi o meu coming out o melhor mesmo é não arriscar que foi recente, talvez possa estar enganada.

Ponto 2: qt ao resto e porque me pediram a minha vivência pessoal, essa (a tal da opinião pessoal) não englobou os problemas/discriminações/etc que outras pessoas sofreram e continuam a sofrer, se calhar terei de ir fustigar-me por não o ter sofrido.

Continua a manter a minha opinião, é minha e vale o que vale... ou seja, vale para mim. Se me pedem a minha opinião não a vou "florear" só porque fica bem ou para não ter um determinado tipo de reacções.

Quanto à luta, cada um fá-lo da forma como lhe apraz e até há o direito de não lutar coisa nenhuma.

SimplesmenteAgua disse...

Bom dia!

Não poderei ficar indiferente ao ler um post aqui colocado, sou apologista da partilha de opiniões e a troca de ideias (se num tom aceso, melhor, é porque há paixão naquilo que se defende!), no entanto, nunca, mesmo nunca posso ficar indiferente à violência verbal!

Ao ler o post de um(a) anónimo(a), no seu início pensei que fosse uma opinião diferente… Viva a diversidade de opinas!!!
Depois, constatei que se apresentava como uma crítica... Viva a capacidade de criticar!!!

Mas afinal era demasiado personalizada, uma «discriminação» a uma vida pessoal!! E que culminou em VIOLÊNCIA VERBAL!

« Acho que lhe fez falta um coming out na adolescência e na juventude, um outro ambiente social e familiar, quem sabe.»

Mas o que é isto?!

Desejar que alguém «passe» por situações desagradáveis e de sofrimento que outros passaram?! Sou assim é que se poderá ser uma verdadeira L?!

Não deveria ser pelo contrário, DESEJAR QUE TODOS TENHAM A MESMA SORTE DE NÃO PASSAR POR SITUAÇÕES TRAUMATIZANTES, tal como a Shaken?!

Se uma mulher num relacionamento hetero, não for vítima de violência doméstica, vou desejar que ela passe por isso, para assim valorizar o que é ser vitima? E ela não poderá opinar que nunca foi vítima de violência?! Isso torná-lo-á menos defensora dos direitos à não violência doméstica?!

E minha Caro(a) cada um nasce no berço, que nasce! Não é uma escolha! Deve achar tb que se deve tirar aos ricos, para dar aos pobres e assim ficarmos todos pobres! (Isso poderá ser uma opção de vida pessoal, como a dos Franciscanos.)

Isso é que é DISCRIMINAÇÃO SOCIAL!!! Onde já vi e ouvi este tipo de discurso…

Quem teve a possibilidade de ter e fazer determinadas coisas, tem que fazer um mea culpa?! Abdicar dessa possibilidade?!
Realmente… não se pode ter tido e ter uma boa vida… senão corre-se o risco de ser um alvo a abater! Pensei que estes tempos e «lutas» já estivessem ultrapassados…

Por isso e por muito mais, mas não vos vou maçar mais:
- Cara Shaken, ainda bem que existe! Que a sua realidade pessoal existe e não é apenas uma mera utopia!

E atirar com «palavras simples» sabem perfeitamente às «pedras» dos trotskistas!

Não à violência!
Apenas na defesa da honra!

Shaken disse...

Cara Simplesmenteagua, nem eu conseguiria dizê-lo/escrevê-lo de melhor forma.

Ainda tentei vislumbrar o e-mail no seu perfil mas tal não está disponível!

Definitivamente, não à violência qualquer que ela seja!

SimplesmenteAgua disse...

Pois...
Sabe o meu «coming out» no que toca à blogosfera é muito recente... ah ah

é ...@gmail.com, so sorry.

Anónimo disse...

Ó Shaken podes ter o direito de não lutar por nada ou o quer que te apeteça. Não te fica é muito bem "atacar" aqueles que lutam (ou que lutam de forma diferente de ti)... e que por acaso até têm feito muita diferença. Ou sequer esperar que não sejas atacada, quando foste a primeira a desferir um ataque. Mas "prontos", opiniões. Quanto tu falas são só opiniões, quando os outros falam não são opiniões, são ataques. Afinal são tudo críticas mútuas, excepto que só as tuas são válidas e não constituem ataques, não é?...

Shaken disse...

Só um detail, em momento algum usei a palavra ataque.

Cada pessoa tem direito à sua opinião, caso contrário já se teriam eclipsado daqui as opiniões diferentes das minhas e tal nunca irá acontecer.

Anónimo disse...

eu acho tudo isto tao absurdo e estupido, estarem aqui a retaliar-se por pormenores, e opinioes diferentes, o q interessa e q muita gente viu a reportagem, gostando de tudo o nao,as lesbicas vao saindo aos poucos de serem fantasias de homens insaciaves(isto pra a sociedade "normal")de filmes pornos, e vao tendo forma de gente com tudo o q ser "gente" tem implicito, quem quer marchar marcha, boa!Eu vou(e ñ é ao rock&rio).Mas nao convirtamos o nosso territorio em uma guerra(a palavra guerra e territorio e uma maneira de falar, ñ fazam filmes) civil,de qual e a melhor maneira de ser lesbica, ser lesbica sou eu somos tds nos, se consguiremos ver pra alem das diferencas. Eu ñ tinha coragem d sair assim numa revista, ñ ainda. Espero q algum dia ja nem seja necesario, e isso tudo conseguesse com marchas, com reivindicaçoes,com dar a cara. Co ser feliz como se é.
Shane

Anónimo disse...

a participação neste post cheirou tão mal!!!!
tratou-se de um testemunho PESSOAL de Shaken, porque haveria de se confundir com o testemunho de A, B ou C?
De onde vem o incómodo? Faltaram referências a todas as lésbicas, passadas, presentes e futuras???
A minha incursão e participação na blogfuféria é muito recente, e não percebo!!!!!!!
Nem sequer quero pensar que é a confirmação de uma impressão: gostar de um determinado modo de vida sem compromissos (os saltos de "raxa em raxa" como já aqui foi referido)e o culto do vitimismo.
Até chego a pensar que quem se apraz com a discriminação é a própia comunidade!pa mor da santa!!!!

Anónimo disse...

Gostei tanto das suas palavras.

Venho cá muitas vezes, mas só hoje deixo uma marca.




Abraço.