Ai e o sexo no campo... pois!

sexta-feira, junho 20



Agora voltando atrás e abaixo verifiquei que poderei ter defraudado as expectativas de algumas leitoras mais atentas que buscaram o texto à procura de tórridas cenas de sexo sem delas verem nem um boi. Vou então contar-vos como se passou a minha primeira vez, a minha perca de virgindade por assim dizer, já que considero que foi com um brutal orgasmo que me despedi dessa pudica casca que carregava em mim e desde então nunca mais fui a mesma!

Há que acrescentar que os meus pais sempre quiseram ter um filho varão e quando eu nasci e notaram a falta de algo em mim sofreram uma grande desilusão, sobretudo o meu pai que nunca ultrapassou esse facto e me tratou sempre como se fosse o filho com que ele tinha sonhado. Depois da morte da minha mãe o meu pai continuou tratando-me como se fora filho homem agora com ainda mais convicção. Felizmente nunca cá sofri de perturbações por ter tido uma infância desregrada e feliz, já que aos putos se dava mais liberdade do que às miúdas e assim que se me vieram as curvas e outras coisas que essas sim poderiam não ter vindo, gostei de me ver e saber mulher e não deixei de olhar para a Maria Cristina da mesma forma do que antes ou até com mais intensidade e vontade do que antes.

Ai a Maria Cristina... que recordações picantes me sobem à memória sempre que me lembro dessa bela rubia de pele morena que cheirava sempre a tardes solarengas passadas entre correrias e risos juvenis à beira do único regato digno desse nome lá nas terras fronteiriças que os seus abuelos possuíam. Mari Cris era meio espanhola e era de uma beleza rara que me fazia eriçar todos os poucos pelitos que possuía sempre que a via chegar para mais uma temporada de férias no campo. Acho que não havia moço da aldeia que não cobiçasse a pequena, e possivelmente algumas moças também porque a beleza quando é assim tão forte e evidente apela a todos os géneros e feitios.

Mari Cris gostava de mim, achava-me uma certa piada pelo meu ar meio assexuado. Estou em crer que foi ela que me seduziu, ela com os seus modos e maneiras e os seus jeitos femininos e sensuais... foi ela que preferiu uma iniciação diferente do que aquelas que as suas coleguinhas de escola lhe relatavam, feitas de suor, sangue e lágrimas e pouco ou nada agradáveis para as meninas que assim se queriam tornar mulheres. Os rapazes são brutos, quase selváticos no que toca ao sexo e não era pela dor que Mari Cris se queria transformar.

Lembro-me perfeitamente desse verão, como se fosse hoje. Lembro-me dessa tarde em que Mari Cris me levou para a casa vazia dos seus avós e me disse que quando dali saísse já não seria a mesma. Lembro-me de tomarmos banho numa banheira enorme cheia de água morna e perfumada. E de como ela me olhou nos olhos e sem nunca os fechar me beijou na boca. E eu fechei os meus e senti um frémito interior tão grande que pensei que seguramente enlouquecia. Temporariamente sim, deixei-me ir entregando-me nas mãos dela que me ensaboavam as costas e os braços e as pernas numa tentativa de me transformar em algo decente e apetitoso para a sua boca que eu sentia colada ao meu pescoço subindo e descendo lentamente em beijos longos e quentes.

Secámo-nos e deitámo-nos na sua cama, uma cama de dossel enorme que Mari Cris me dizia ter pertencido a uma duquesa que ali mesmo se envenenou para acabar com o sofrimento de um terrível desgosto de amor. Para mim era seguramente a cama mais maravilhosa e confortável onde já me tinha deitado e não perdi um só momento a pensar nessa outra alma torturada quando a minha estava a pontos de ser purificada. Ai a Mari Cris e as suas mãos quentes de fada que me volteavam massajando-me e tocando-me e puxando-me para si, encostando-me aos seus peitos redondos e perfeitos como dois pêssegos maduros com a pele prestes a estalar.

É duro confesso... mas ela merece que eu conte esse dia em que ela me transformou numa mulher. É falso quem diz que uma mulher não sabe o que fazer a outra mulher. As mulheres que não sabem, não querem, nem gostam de tocar noutras mulheres dificilmente saberão, quererão ou até gostarão de tocar em homens ou até nelas próprias. E quem não gosta de si mesmo nunca gostará de outro alguém a pontos de lhe querer proporcionar momentos de prazer inolvidáveis. É de sexo que aqui se trata, mas de sexo com estilo e com alma, nada desses rituais rotineiros que os casais tanto enaltecem para justificarem qualquer coisa que não tem justificação possível uma vez que o desejo ou existe ou não existe e o sexo ou é maravilhoso porque há sintonia ou então torna-se num banal acto mecânico vagamente frustrante.

Como eu desejava a Mari Cris... e ela sabia-o, sentia-o e nesse dia provou o quanto também ela me desejava a mim. Foi um anjo que me agarrou e me prendeu contra si. E foi um demónio que soltou os seus dedos dentro do meu sexo molhado e latejante. Acariciou-me ao mesmo tempo que me enchia a cabeça de palavras que eu nunca antes ouvira. Em círculos, em passagens suaves alternando com outras mais pujantes, abriu-me o sexo e penetrou-me com os dedos que prontamente lambeu, sorvendo cada gota do meu sabor como se fosse o líquido mais precioso e saboroso à face da terra.

Ai Mari Cris... fez-me vir como se fosse eu mesma a fazê-lo, tocando nas pontas soltas que ansiavam por ser estimuladas. Não sei durante quanto tempo me vim, na altura os espasmos prolongaram-se durante uma pequena eternidade... e quando voltei a mim senti uma vontade tão grande de lhe oferecer o mesmo sentir que a puxei contra mim e a sentei na beira da cama, abrindo-lhe as pernas sem pudor e sentindo o seu calor e o seu cheiro a chamarem por mim. Não há prazer maior do que ver o sexo da mulher amada chamando por nós assim. Especialmente e sobretudo porque é mais o que se esconde do que aquilo que se vê e é precisamente no que se esconde que residem os maiores segredos e as maiores descobertas. Nunca na minha vida tinha provado nada tão doce, tão sublime, tão forte e tão intenso. Dizem-me que há mulheres que possuem sexos salgados, talvez derivado àquilo que comem, mas o sexo de Mari Cris era muito doce, inebriante mesmo.

Senti-a ofegar, senti que algo nela estava a mudar enquanto o seu líquido escorria pela minha boca num caudal cada vez mais abundante. Mari Cris, Mari Cris, vem-te Mari Cris e baptiza-me para a vida, para o amor e para o sexo!

Ai e fazê-la vir... e como ela se veio... e eu de joelhos sem querer largar aquele sexo poderosamente magnético. Por muito que tenha gostado de ter tido o meu primeiro orgasmo nunca poderei comparar ao que foi proporcionar um orgasmo a uma outra mulher e para mim é por aí que o sexo no feminino me valida e me completa. É um gesto de altruísmo só alcançável por uma mulher. São raros os homens que não são egoístas por natureza, que não pensem sempre e em primeiríssimo lugar no seu próprio prazer, talvez porque em termos reprodutivos é mesmo assim que tem que ser.

Mas em termos humanos o sexo sempre foi, é e será como cada um@ de nós assim o desejar. Mari Cris abriu-me os olhos e o corpo para o sexo feito de paixão e cumplicidade e eu nunca mais quis nada que não fosse assim, leve, intenso, poderoso e libertador!

38 comentários:

do paraíso.. disse...

Bestial! ehehe

Rebeca disse...

brutal.................. :D

Estrelaminha disse...

boa tarde!
divinal!!!

Recuperação disse...

Gostei!!
Isto andava meio paradito, mas pelo visto está de volta em grande :)
Vou voltar a passear por aqui :)

Anónimo disse...

simplesmente genial! e sim ainda bem q isto volta a funcionar e em grande! mais post's destes é o q s quer! ;)

Anónimo disse...

...tanta página dobrada e folheada para quê, deusa minha?????!!!!

Anónimo disse...

woow!

Anónimo disse...

Só quem sente a magia do feminino é que entende as maravilhas do AMOR lésbico.

Através deste texto recuei no tempo e revi-me na minha primeira vez.

Mas não foi no campo. Foi na city Ai Ai Ai....

AR, não dizes nada?? Espero-te bem!

ES

sara cacao disse...

Amazing e de deixar qualquer primeira vez "étro" de olhos em bico. *risos*

Ég Bani disse...

BEm! Anda cá um Sol para os lados do Campo! UI.....

Alice disse...

Uau, anda alta a temperatura neste blog, adorei!

Angelo disse...

Eu pergunto-me o que sera feito da Mari Cris...

Marta Rema disse...

"e não perdi um só momento a pensar nessa outra alma torturada quando a minha estava a pontos de ser purificada." :-D:-D:-D:-D:-D:-D:-D:-D:-D:-D:-D:-D

Sónia Dias disse...

mto bom mto bom!
adorei mm! isto é que foi um texto para abanar um blog meio adormecido :P
**

Espelho d`água disse...

Gostei muito, excelente descrição. Tomara muitas mulheres poderem viver algo assim tão saboroso e inexplicavel :)

beijoquita

Liz disse...

genial!
e ainda por cima no campo lol!
é bonito teres falado tão abertamente do assunto! bj

Anónimo disse...

Bemmmmm.....!!!
Esta foi a primeira vez que vi alguém descrever tão bem algo tão maravilhoso e intenso, quase como se de certa forma nos pudessemos rever naquele momento, ou para muitas fantasiar. Obrigada por partilhar algo tão íntimo e tão precioso, espero voltar a "presenciar" momentos destes :-)

x-pressiongirl disse...

Gostaria de lhe dar as boas vindas à blogaysfera. Apesar do meu nick ser antigo ainda nem tenho 2 meses de blogger mas acho que se aprende rapidamente.
Nunca vivi no campo mas já vivi em Portimão e acho que até deve ter algumas parecenças. Tenho é de ter cuidado com as drogas porque a minha mãe já me disse que a continuar assim ainda me vem buscar à capital de volta para lá.
Boas escritas! ;-)

Anónimo disse...

Adorei o blog! Parabéns!
Muitos Parabéns!!!!muito bom

Anónimo disse...

Muito lindo!!! é assim o AMOR lésbico com muita Paixão!!! .... :D

abraço enLUArado (

L.A. disse...

Que grande começo Miranda =)

Uma curiosidade, se me é permitida, que idade tinhas nesta tua primeira vez?

;) bjs

Anónimo disse...

Havia uma Arlinda na Blogosfera que escrevia a modos que assim... Eu cá gosto de mais requinte. Mas todos somos filhas de Deus. LOL

Anónimo disse...

Muito bom texto. Gostei. Abraços d´A SEIVA e do EU, SER IMPERFEITO.

Anónimo disse...

lindo!!
toda a gente devia de ter uma primeira vez assim!

desabafos disse...

Uma lufada de ar fresco, sem dúvida. Aguardo ansiosa por mais histórias da nova colaboradora. Bem vinda a este espaço

Anónimo disse...

Adorei este texto! Muito romântico! Também gostaria de ter uma relação tão romântica como essa!

Anónimo disse...

Uau! A srta tem msn? Seria uma honra trocar ideias com vc... o meu vivianepsc@hotmail.com adiciona vai...

Coelho disse...

Apenas posso dizer: Que primeira vez maravilhosa!

Anónimo disse...

Se antes poderia ter deixado alguém decepcionada... Com toda certeza agora superou as expectativas,

Anónimo disse...

texto genial, escreves de uma forma mto profunda parabens :D

fiel.jardineira disse...

prefiro a sensualidade à sexualidade explicita... Bjs

Anónimo disse...

Perfeitamente escrito
Deliciosamente descrito
Que pena haja tanta mulher que não sabe-experimentou sentimentos tão intensos no corpo e na alma!

maria disse...

lindo!

Αμαζόνες :P Susana disse...

o blog ja faz parte dos meus preferidos :P mto bom msm

Anónimo disse...

Texto perfeito, você escreve com maestria, fiquei muito impressionado com a redação e muito excitado com a história, escreva mais, talvez um livro, é sucesso certo. Kako.

d disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

um ode à mari cris, à minha f., a todas as deusas sáficas e amantes generosas desta vida!

Anónimo disse...

Que delícia, sabe aqueles textosx que parecem que tem sabor? Suas palavras tem sabor e são doces...
Perfeita.
Dá vontade de fazer amor com você após ler isso.