sexta-feira, fevereiro 6
Não sei a quem passou pela cabeça escrever um artigo sobre mulheres casadas que têm casos com outras mulheres. Cheira-me que terá sido um homem pela quantidade de fotografias de mulheres a beijarem-se que aparecem nas páginas da revista Sábado desta semana. Será que precisam assim tanto de aumentar as vendas da revista? Será que este assunto merece assim tanto destaque?
Mulheres que se envolvem com outras mulheres sempre existiram, sendo essas situações mais ou menos bem toleradas consoante as morais vigentes da época. Hoje em dia e provavelmente fortemente impulsionadas pela gigantesca indústria de pornografia essas situações tornaram-se corriqueiras, saltaram dos filmes XXX para filmes e telenovelas que passam em horários em que sabemos que as audiências são maioritariamente constituídas por crianças e adolescentes. Estranhamente não vejo a Igreja a insurgir-se contra a quantidade de barbaridades ditas e mostradas em nome da "abertura sexual" na nossa televisão hoje em dia.
Uma coisa é certa. A mim sempre me disseram para não me meter com mulheres casadas e eu sempre achei que eram de carácter moral duvidoso as mulheres casadas que se envolviam com outras mulheres. Esta reportagem serviu para reforçar ainda mais essa minha convicção.
As mulheres que se dizem heterossexuais, casadas (e algumas inclusive afirmam-se de católicas!) que se envolvem sexualmente com outras mulheres são umas cabras. E tentam branquear a infidelidade que cometem com a justificação inverosímil que os maridos até sabem, gostam, querem ver e participar! Os maridos dessas mulheres, esses que sabem, gostam e querem participar, para além de serem cornudos são uns parvos e uns tristes que não percebem que qualquer traição ou infidelidade é uma tremenda falta de respeito! Essas mulheres que os enganam, que lhes mentem e que os convencem que é tudo muito diferente e que só o fazem para os excitar ainda mais são umas cabras manipuladoras que possivelmente só continuam casadas pelo conforto financeiro que lhes advém dessa situação. E nesse caso para além de cabras estão ao nível das prostitutas de vão de escada!
E para além de tudo o resto essas mulheres estão também a prejudicar a luta pelos direitos dos homossexuais, nomeadamente das lésbicas. Elas fazem questão de sublinhar que apesar de gostarem de se envolver sexualmente com outras mulheres, são heterossexuais e não lésbicas. Consideram as relações entre mulheres como algo menor, talvez apenas "para aquecer", e logo não concebem que essas relações possam estar ao nível das relações entre homens e mulheres e nunca lutarão pelo nosso direito de acesso ao casamento civil, provavelmente muito pelo contrário! A sua postura é tremendamente machista, chegando a raiar a homofobia. Mas também mais não seria de esperar de cabras que põem os cornos aos maridos sem qualquer pejo nem sentimento de culpa.
A única nota relevante numa reportagem carregada de lugares comuns e da perpetuação de mitos sobre a sexualidade das mulheres, e admito que seja uma coscuvilhice de baixo nível, foi confirmar as minhas suspeitas que a actriz Alexandra Lencastre será lésbica. Resta saber se é das simples ou das com gelo...
32 comentários:
Bom post! Apoiado.
Essa reportagem vem assinada por alguém chamado "Raquel Lito". Mas pessoalmente concordo com tudo o que disse. Principalmente com a parte de que a maioria das mulheres entrevistadas dão a entender que uma relação entre duas mulheres, seja afectiva ou sexual, "não é tão boa" como com um homem. É pura parvoíce.
Subscrevo a generalidade das linhas que escreve. Considero, no entanto, que possa haver mulheres que tenham tido um ou outro envolvimento com mulheres e que continuem a preerir estar com homens. As pessoas são livres de terem mau gosto.
O que acho de extremo mau gosto e sem desculpa é o facto da reportagem ser toda centrada na homossexualidade como se fosse apenas uma fase de transição, uma moda, um jogo para "temperar" um casamento heterossexual.
Claro x-pressiongirl eu entendo perfeitamente que há mulheres que se assumam como bissexuais e que gostem de estar com mulheres mas também com homens. Desde que não seja ao mesmo tempo, que não façam disso parte integrante do seu modo de vida de mulheres casadas e que falem das suas relações com mulheres como algo menor!!
Hum... concordo na generalidade
(Sou quase uma extremista na defessa da monogamia. lol )
E particularmente em relação à Alexandra :P
Respeito e aceito completamente a tua opinião!
Mas há sempre um mas....
Eu sou uma dessas mulheres casadas que no momento está a trair e faltar ao respeito ao meu marido.
Não sei porque o estou a fazer, nunca o tinha traido e nem sei porque estou a sentir-me atraida por outras mulheres.
Na verdade sinto-me bastante confusa e estou a ser bastante egoista admito. Se isso faz de mim cabra...assim o seja.
Gosto mesmo muito do meu marido.. como homem completa-me. De inicio achava que o que sentia por outras mulheres era diferente, não era traição - mas logo, logo descobri que é exactamente o mesmo: sinto-me ansiosa, sinto-me excitada, envergonhada e definitivamente estou a TRAI-LO.
Tentei ser sincera com ele, disse-lhe que estava a sentir-me atraida por outras mulheres, a reacção nao foi nada boa (como seria de esperar)e agora acabo por esconder-lhe o que penso para nao o perder.
Ou para não perder o conforto que é ser bem aceite pela sociedade e sobretudo pela minha familia.
Será que sentir-se atraida fisica e emocionalmente por outras mulheres pode ser só uma fase???
Mesmo que venha a descobrir que não é apenas uma fase sei que serei mais uma cobarde que nunca teria a coragem de assumi-lo.
Peço-lhe por favor um pouco de paciência para ler e responder a este post.
Obrigada
Antes de mais eu sou contra qualquer tipo de preconceito e má língua sem se saber do que se fala e venha de onde vier.
Aqui, as mulheres foram qualificadas de cabras por admitirem terem tido ou terem relações com outras mulheres, sendo casadas, ou tendo sido casadas.
Aqui afirma-se que tal reportagem só pode ter vindo de um homem, quando a mesma vem assinada como disse alguém e muito bem por 'Raquel Lito'.
Todos podemos dizer o que queremos, somos livres, mas o que não podemos, ou pelo menos não devemos, é exigir respeito dos outros quando não respeitamos essas mesmas pessoas.
É fácil dizer-se que se é alvo de preconceito, mas não é fácil admitir-se que esse preconceito também está enraizado de quem se sente vítima dele.
Talvez fosse melhor existir uma maior abertura de ideias e pensar que existe um mundo para além do nosso mundinho.
À cyclongirl eu dou os parabéns porque deu a sua opinião, assumindo sem qualquer receio ir contra as linhas orientadoras dos comentadores mais acima.
A minha é mais uma opinião, por acaso, a opinião de alguém que respondeu a essa reportagem, que não é casada, mas mesmo que o fosse não se consideraria uma cabra por ter tido uma relação extra-conjugal com outra mulher, pelo menos não mais do que aquelas que se enchem de moralidade para criticar os outros e depois partem a loiça debaixo do pano.
Um bem haja a todos
é giro. a homossexualidade das mulheres é observada numa revista séria à luz de modas sociais, quase como uma cena das ciências, como apenas mais um passo normal na escala da evolução social. tipo, primeiro começaram a usar calças e a gora comem-se umas à outras. nada de anormal aí. como é que as lésbicas saltaram a fase em que os paneleiros ainda estão, da constante correlação com o boneco do castelo branco, do cláudio ramos e das personagens bicha das novelas da tvi?
Não gostei da reportagem. Achei-a fútil e sem o mínimo de inteligência, explorando os picantes possíveis de cada história. É uma reportagem bastante redutora, mesmo dentro do tema.
Quanto à crítica, também ela é redutora, entra nos mesmos moldes com mais um acréscimo, o do insulto. Se as pessoas tem um acordo dentro do seu casamento/relação ninguém tem nada a ver com isso. Para mim não serve, mas os que os outros fazem não sou eu que devo julgar.
Afinal a liberdade só serve para uns? Na ausência da mentira, quanto a mim, tudo é válido, pois as partes podem escolher.
É só mais uma opinião...
O que vale é que elas têm a certeza que são "100% heterossexuais".
cyclongirl desde já deixe-me elogia-la pela coragem que teve em deixar aqui o seu testemunho, considero que já é um passo importante para alguém que se encontra numa situação que não deseja.
A sua situação não é de todo aquilo que me referia no texto, e é muito mais comum do que se calhar pensa. Teve a coragem de assumir o que sentia, teve a coragem de contar tudo ao seu marido que reagiu mal como seria de esperar. Sinto que gosta muito dele e ele de si. É natural haver atracções por outras pessoas, até podia ter-se sentido atraída por outro homem. Agora tem que reflectir sobre aquilo que quer para si... se de facto gosta muito do seu marido sabe que não poderá continuar a fomentar casos, não faz sentido para si, irá fazê-la sentir-se infeliz e a ele também porque se ele gosta muito de si irá perceber o que se passa consigo, mesmo que não lhe conte nada...
Não sei se poderei ajudá-la, mas se precisar de desabafar por favor não hesite em contactar-me por mail: miranda.lopesss@gmail.com
Em relação aos outros comentários como é óbvio esta é a minha opinião, é a opinião de alguém que preza a verdade e a honestidade acima de qualquer outra coisa. Também tenho assumido riscos por fazê-lo mas acho que qualquer adulto que toma decisões na sua vida tem que ter coragem para se responsabilizar por elas.
E apesar de alguns acharem que não têm nada a ver com o que se passa entre casais que têm "acordos" entre si também não era isso que eu criticava. Critico é as mulheres que mentem quando dizem aos maridos que os casos que têm com outras mulheres são algo menor, que isso não afecta de todo a sua heterossexualidade e que nunca, (mas nunca!!) serão lésbicas. E dizem-no se calhar com a boca cheia do sabor do sexo das suas amantes!! Quem gosta de foder mulheres tem que pelo menos assumir que isso põe a sua sexualidade em causa, nem que seja só um bocadinho, ou não?...
Olá
Também não achei a reportagem em causa minimamente interessante. De facto, detestei. Mas o que realmente me deixa surpreendida, talvez chocada seja até uma palavra melhor, é ver alguém que supostamente luta pelo direito à diferença não hesitar em julgar o modo de vida de terceiros de uma forma tão amarga, tão endurecida. Elas são umas "cabras" e eles uns "cornudos tristes". E depois há logo um coro que se levanta e diz bem dito, sim senhora.
Isto só vem confirmar o que eu já achava da comunidade lésbica: acham-se melhores do que as outras pessoas e as mulheres que não são gays é porque têm mau gosto. Minhas queridas, pelos vistos quem precisa de uma injecção de tolrância são vocês, é por causa de gente tacanha e fundamentalista como vocês que os direitos dos homossexuais ainda não foram consagrados da forma que deveriam. Vocês e os gajos da extrema direita são iguais, só muda a orientação sexual.
Neste mundo, deveria haver lugar para que toda a gente se divertisse e levasse a vida como quisesse, desde que sem prejuciar ninguém. E não me parece que elas nem os maridos estejam mal com a vida.
Por mais que vos custe, há muitas mulheres que gostam de estar com mulheres de vez em quando e não sejam lésbicas puras, nem toda a gente é homossexual encapotado como vocês acham.
Luz Ribeiro
Confesso que li só metade pois tinha afazeres inadiáveis mas irei ler o resto.
Confesso que não achei muito interessante a reportagem não necessariamente pelo tema/assunto mas sim porque o achei trabalhado de forma pobre.
Quanto ao que outras mulheres fazem... alguém que atire a primeira pedra porque eu não o farei com toda a certeza mas sem dúvida que é interessante ver tanto pedragulho atirado neste post.
"Quem gosta de foder mulheres tem que pelo menos assumir que isso põe a sua sexualidade em causa, nem que seja só um bocadinho, ou não?..."
Eh pá, eu aqui já discordo. Sexo é sexo. Quantas mulheres não estão com outras só pelo gozo que lhes dá estar a fazer alguma coisa "transgressora", diferente? E sim,depois voltam para a vidinha delas.
Claro que também existem aquelas que passam uma vida inteira em casamentos de fachada a fantasiar com outras pessoas.
Agora não podemos misturar fantasias sexuais com orientação sexual. Se uma mulher vive uma vida inteira com um homem e os dois decidem comer umas gajas pelo meio pra animar a coisa, porque não?...
Eu penso que não o faria (incluir uma 3ª pessoa ainda que ocasionalmente), mas desde que as pessoas sejam adultas e se respeitem, vale tudo.
Ó minhas amigas atirem "pedras" à vontade que é também para isso que estas caixas de comentários servem! A mim cheira-me a hipocrisia sempre que uma mulher se envolve com outras mas depois diz que não é lésbica, e nem sequer questiona a sua heterossexualidade.
E depois parece-me que quando as pessoas são adultas e começam a incluir 3ªs pessoas não me parece que se respeitem assim tanto como isso... mas posso ser só eu... achei o testemunho da cyclongirl um exemplo muito honesto daquilo que 3ªs pessoas fazem aos casamentos de pessoas que se gostam e se respeitam verdadeiramente.
Mas lá está, esta é a minha opinião, vale o que vale. Não serei politicamente correcta, pois não... mas se os homossexuais fossem todos politicamente correctos nunca teriam saído do conforto social dos seus armários!
Alguém me pode explicar como é que se pode foder várias vezes com mulheres e ser heterossexual?
Miranda respondendo-te existe um meio termo, nem todas as mulheres que ficam com mulheres têm de ser lésbicas, podem ser bissexuais.
....
Claro baresi88, concordo totalmente contigo! Mas este texto não é sobre as mulheres que são bissexuais. É sobre mulheres casadas, que afirmam que são heterossexuais e que depois têm casos com outras mulheres!
Faço uma crítica à "menorização" das traições das mulheres casadas com outras mulheres! Pelos vistos há quem ache que isso não tem mal nenhum... gostaria de saber a opinião duma mulher casada que soubesse que o seu marido está a ter um caso com um homem, será que essa situação para ela lhe seria indiferente ou a excitaria? Não me parece...
Traição: como uma forma de decepção ou repúdio da prévia suposição, é o rompimento ou violação da presunção do contrato social (verdade ou da confiança) que produz conflitos morais e psicológicos entre os relacionamentos individuais, entre organizações ou entre indivíduos e organizações. Geralmente a traição é o ato de suportar o grupo rival, ou, é uma ruptura completa da decisão anteriormente tomada ou das normas presumidas pelas outros.
(A menos que queira considerar a definição medieval.)
Como sabe que as pessoas não se respeitam? quem lhe dá o direito de impôr as suas regras aos outros mesmo que seja para "atirar pedras" num post de um blog que se rege pela boa educação e pela liberdade. posso-lhe transcrever tb a definição de liberdade. Acho que ultrapassou esse limite ao insultar pessoas pelo facto de, conscientemente, terem vidas diferente da sua. E para lhe poupar suposições erradas, sou lésbica, monogâmica, activista, de tendência politica centro esquerda, católica de educação, cristã de convicção. Peço-lhe que reflita na forma como expressa as suas opiniões de modo a que elas cheguem claramente a quem pretende.
Obrigada.
Cara anónima, e quem lhe disse que as minhas opiniões não chegaram a quem eu pretendia? Eu cá acho que sim... e admito que parte do que escrevi está inserido numa batalha pessoal minha que (felizmente) já ultrapassei há algum tempo. Ok, terei abusado da minha liberdade de expressão e admito que terá havido efeitos colaterais num insulto que eu quis personalizado.
Sinceramente lhe digo que não era a minha intenção ofender ninguém (enfim, ninguém para além duma determinada pessoa) e sim, como é óbvio não tenho direito de julgar ninguém. Peço desculpa se de alguma forma as minhas palavras a incomodaram, e agradeço-lhe o comentário.
Oh Miranda, não sou completamente contra algumas das coisas que aqui se disseram. Achei a reportagem má! Pessima até. Mas ainda assim parece-me que não li a mesma que a miranda. Não vi em lado nenhum essa generalização de mulherio casado e hetero. Pelo contrário. Houve quem se dissesse Bi com preferencia pelos Homens e quem se dissesse homo.
Se por um lado não gostei da reportagem, pelo retrato futil de quem dá mais importãncia a quem andou pela cozinha nu do que o que esteve na base do desejo, também não aprecio criticas que nem são fundadas na realidade. Leia lá outra vez.
cá para mim, a infidelidade não tem mais ou menos culpa de acordo com a orientação sexual...
cá para mim exageraste um bocado grande...
Eu fui uma das entrevistadas e concordo contigo nalguns pontos...
As coisas foram tratadas de forma a que chamasse a atenção e vendesse...essa parte "do andar nuas cozinha" foi completamente descontextualizado.
E não, a jornalista é mulher mesmo.
Mas eu não sou casada, nem me enquadro muito naquilo que a jornalista procurava.
Detesto rótulos e acho que a reportagem está rotulada demais.
bem..curto e grosso!é assim mesmo..eu fiquei ainda mais curiosa..admito que gostaria de passar por uma experiencia dessas(mulher-mulher)hummm
visitem e comentem:
www.mysecretvenice@blogspot.com
Não sei como alguém pode perder tempo a ler revistas, que do ponto de vista da seriedade e profundidade jornalística e científica, deixam a desejar.
O que esperavam?
muito interessante a discussão. permitam-me que me junte a ela. fui contactada pela jornalista que me perguntou num mail urgente se conhecia alguém que se enquadrasse no perfil de mulher "tipo L word" para fazer uma sessão fotográfica. Devo confessar que não gostei nada da abordagem. Como não me encaixava no perfil, sugeri que contactasse as autoras de alguns blogs, que não fazendo ideia se são glamorosas ou se enchem o olho para uma reportagem fotográfica, mas que achei que poderiam ter alguma coisa a dizer sobre o tema. Um dos blogs que referi foi este. Apesar da falta de tacto que senti por parte da jornalista, nada nos garante que a ideia tenha sido dela, e o tratamento do tema tresanda realmente a sensasionalismo para conquistar audiência masculina, tal como fazem as novelas e os filmes que usam o mesmo estratagema.
Em relação à traição, que afinal parece ter sido o motivo de indignação que originou o post, tenho a dizer que sempre foi uma coisa que me fez confusão. Consigo compreender pondo-me no lugar das outras pessoas, mas é muito difícil de aceitar. No entanto, é uma noção que depende de cada pessoa e sobretudo de cada relação. eu posso ponderar a hipótese de ir para a cama com outra pessoa, de lhe confiar a minha intimidade, sem que isso seja uma traição. Usando simplesmente a honestidade. Não é por estar com alguém que eu deixo de sentir atracção por outras pessoas. Isso faz de mim má pessoa? Suponho que sim, segundo a moral e os bons costumes. Eu diria que sou apenas um ser humano. E que a monogamia é um mito. Mas tento sempre usar de honestidade. Comigo e com quem está comigo. A minha orientação sexual é hetero, mas não exclusivamente. Não me considero bissexual simplesmente porque o que eu tenho tido com uma mulher não é a mesma coisa que tenho com um homem, mas não me chateia nada se couber nessa definição. Na verdade, estou à procura da pansexualidade, uma forma de encarar a orientação sexual de modo a que o sexo da pessoa amada seja irrelevante.
carpe vitam: Eu fui entrevistada mas não aceitei a sessão fotográfica. Decidi responder-lhe às perguntas que me foram feitas e disse várias vezes que se calhar não me enquadrava na definição que a jornalista andava à procura.
Se estou arrependida? Nada.
Gostei de ler a minha história!
Estava resumidamente bem contada, contudo um pouco ambígua e confusa nalgumas partes, mas tudo bem.
Muito obrigada pelo seu contributo carpe vitam! Realmente "mulher tipo L word" parece-me logo um rótulo daqueles... enfim!
E mesmo que fosse esse o propósito a reportagem tomou outro rumo porque o que diz na capa é mesmo "são casadas ou tem namorado mas envolvem-se em experiências com outras mulheres"...
Há-de haver um dia em que os "rótulos" não sejam necessários no que concerne a orientação sexual de cada um. Mas até termos igualdade de direitos nas relações homossexuais como nas heterossexuais, não podemos encolher e ombros e pensar que é tudo a mesma coisa, porque se um dia eu morrer quero que a minha mulher herde o meu património, e não uns quaisquer familiares longínquos que a ele têm direito pela lei neste momento.
Lovely Miss D, compreendo a posição, é sempre publicidade para o blog, mas quem fez o trabalho nem sequer se lembrou de perguntar se eu tinha alguma história para contar e achei logo de início que o trabalho estava a ser mal conduzido. Depois, não é o tipo de mensagem que quero passar. Nada contra quem aceite isso na boa.
Miranda, tem todo o meu apoio nessa luta. Creio que as coisas estão a encaminhar-se rumo a essa igualdade de direitos que deseja. Fico a torcer :)
carpe vitam: Foi uma experiência gira...ver a nossa história (ainda por cima uma coisa tão especial) publicada numa revista. Gosto de encarar a "coisa" assim :-)
Não li todos os comentários, mas alguns me deixaram bastante confusa. Eu apoio completamente a opinião da autora do blog. Porque? Oras, simplesmente porque ela acertou quando critica a reportagem por passar a impressão de que é apenas um modismo a homossexualidade feminina e, principalmente, a afirmar que este tipo de comportamento não gera dividendos para o movimento.
Sinceramente? Sim, mulheres com um comportamento destes são sim 'cabras'. Acontece que a nossa sociedade quer ser tão relativa em seus conceitos, que as pessoas se cercam de idéias para não verem a verdade: que são traidoras, que seus relacionamentos são cheios de imperfeições (por isso procuram algo fora) e acima de tudo, para esconder a falta de coragem, de personalidade e de carater em se assumir. E porque não de respeito?
Esse é o problema de hoje: as pessoas estão tão egoistas que acham que podem fazer de tudo para alcançar a sua 'felicidade'. E relativizam todo o qualquer conceito para o que lhes convem: Para que se sintam menos culpadas; para que não tenham consciencia e para que não enxerguem a realidade vazia de suas vidas.
Abraços,
Fernanda
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