Será que sou lésbica?

terça-feira, julho 31

Se soubessem a quantidade de vezes que estas palavras: “Teste Lésbica”; “Teste para saber se sou lésbica”; “Como saber se sou lésbica” (e mais algumas variantes) são inseridas no Google e que aqui vêm parar, estariam como eu, de boca aberta.

Aproveitei para fazer a mesma pesquisa e descobri o que provavelmente estas pessoas também descobriram, não há teste em português que responda a esta questão, há alguns em inglês (ao bom estilo da revista Maria)!

(Eu sei que no fundo tudo se vai resumir aos rótulos, mas esta questão, para mim, tem exactamente o mesmo significado que a LiveJustNotSurvive uma vez tão bem descreveu aqui. Como tal dêem-me alguma liberdade de manobra na quantidade de rotulagens que vou fazer a seguir.)

Eu nunca tive dúvidas sobre a minha orientação sexual (andei perdida sem saber o que lhe fazer e como viver com ela, mas nunca tive dúvidas). A primeira vez que me lembro de me ter apaixonado perdidamente por uma “mulher” tinha 5 anos e ela 7.

Chamava-se Sofia, era loira de olhos azuis. Nas férias ela frequentava o mesmo ATL que eu, foram dois anos em que as férias presa naquele sítio eram o ponto alto da minha vida. No resto do ano eu “namorava” a contra gosto com o Miguel, o rapaz mais enfezadinho do ATL, que não arranjava namorada e que os nossos amigos achavam que como sobrávamos os dois seríamos o casal perfeito (hoje pergunto-me se ele não seria/será gay).

Fiz de tudo para ser amiga da Sofia (a diferença de idades nesta altura é lixada) e por fim consegui. Os melhores momentos das férias, que ainda guardo com carinho, eram passados no autocarro do ATL nas visitas de estudo que fazíamos, uma vez por semana religiosamente. Ela sentada ao meu colo e eu a fazer de sinto de segurança toda a viagem (agarrava-a pela cintura e puxava-a para mim) o seu cabelo cheirava a Baby Johnson (ai esse odor traz tanta saudade, mata-me de amor, dá-me liberdade – já dizia o outro Sr.) e eu literalmente derretia.

Costumam-me perguntar se eu tinha consciência, nessa altura, que estava apaixonada. Acho mesmo que sim, eu queria namorar com a Sofia. Sabia também que isso não era possível (além de que todos me diziam que o meu namorado era o Miguel e o namorado da Sofia o César), sabia que as meninas entre si eram amigas e entre meninas e meninos havia namorados. Achava também que a Sofia gostava de verdade do César, logo, eu não era correspondida. No entanto, o sentimento de incomodo com a minha homossexualidade só apareceu na adolescência, na infância nunca me senti incomodada.

(O post já vai longo e não falei de nada que queria falar, fica o resto para amanhã, que eu hoje fico com o sentimento enternecedor do meu primeiro grande amor platónico e puro)

A sensualidade de um penduricalho

segunda-feira, julho 30

Confesso que estive muito indecisa entre o título em epígrafe ou o "Entrada a pé juntos" mas acabei por decidir-me pelo outro até porque só por si ele é uma entrada a pé juntos!!!

Girls, I'm back!!!

E agora vamos ao que interessa que é para isso que a AR não me paga!!

Entrei na discoteca e mandei-lhe uma mensagem a dizer "Miúda, muda lá a música que isto não dá para dançar" (se não foi isto foi algo muito parecido) e pouco tempo depois vi-a aparecer com o penduricalho na mão (Miss Shirley B, achavas que só tu é que terias penduricalhos???? ah ah ah)!

Os meus olhos esbugalharam (não sei se disso ou de do álcool que eu teimava em consumir). Claro que lhe perguntei logo "é por aí que mandas vir as miúdas giras?" e agarrei o dito cujo e bem que as chamei mas nada!

E depois, bom... depois ela pendura o coiso atrás nas calças, valha-me a Santa Engrácia que ia ter que passar a falar com a parte de trás dela (acho que isto não soa nada bem mas a bem da verdade não fui eu que pendurei o coiso ali atrás)!

Próximo passo, perguntar-lhe se não precisa de ajuda lá na discoteca. A única coisa que quero é mesmo o penduricalho!!

Exposição

sexta-feira, julho 27

O humor é tantas vezes uma forma de esconder(-me), é a mais perfeita capa à exposição. Esconde quem somos e o que sentimos. Mesmo quando não esconde deixa margem a múltiplas interpretações. Além disso, rir e fazer rir é sempre bom, melhora o sistema imunitário, dispõe bem e aquece a alma.

Quando escrevo aqui, tento manter este registo, nem sempre é possível (porque às vezes dá-me a maluca e mando a capa às urtigas). Mas tenho muita atenção com o que escrevo, tento não me expor em demasia, nem expor os meus. Porque apesar de não ter rigorosamente nenhuma razão de queixa sobre pessoas mal intencionadas, este não deixa de ser um espaço público, logo, aplico as mesmas regras de prudência que aplico fora de casa (casa - leia-se família e amigos).

Compreendo a Blue que para além de ter deixado de escrever, sentiu necessidade de apagar tudo o que já tinha escrito. Ela ao contrário de mim expunha-se na sua escrita, pensava-se alto, dizia o que lhe ia na alma sem considerar as palavras. Há quem ache a atitude irreflectida, há quem a ache corajosa e todas as variantes de cinzento que possamos encontrar nesta palete. Para mim, sempre me foi indiferente os adjectivos, era simplesmente assim – era a Blue.

Tenho pena! Muita pena que tenha saído como saiu! Deste blog já entraram e saíram outros colaboradores, uns de forma intencional, outros simplesmente deixaram de estar tão presentes. Mas ninguém tinha saído por medo (prudência, o que quiserem), ninguém teve de apagar o seu passado no blog.

Confesso que fiquei sem pinga de sangue ao abrir o pc anteontem, depois furiosa, depois distanciei-me do facto e ao reflectir a frio apenas me ficou a saltitar na cabeça “liberdade de expressão também é isto, poder retirar tudo o que se disse”. (Mas eu devo ter qualquer coisa contra a liberdade… Porque apesar da Blue ter apagado tudo, eu tenho todos os posts dela gravados no e-mail… Blue: Não entres já em pânico. Só os porei on-line quando e se quiseres… Ou se me pagarem uma quantia generosa, assim de 69 milhões de €…)

Como sabes Blue tens a chave para a porta desta casa, por isso, quando quiseres é só entrares… (Já agora, temos chaves para dar a quem quiser escrever). Até breve!

Em homenagem à Blue hoje vou sem humor (que nem sempre é muito bem conseguido) expor um pouco de mim.

This one go’s out to the one I love!

Hoje tenho o coração nas mãos. Detesto esta sensação. Todo o meu corpo rejeita activamente o que o meu cérebro quer à força que ele acredite: que não há-de ser nada e que daqui a pouco tudo voltará à normalidade. O estômago arde, os músculos estão tensos, a respiração acelerada e o suor que não me permite ter as mãos secas.

Fazes-me falta! Não porque preciso de ti, que sabemos bem que precisar nunca esteve no nosso vocabulário senão de forma pontual, mas porque simplesmente quero-te. Porque contigo sinto prazer nas suas mais variadas formas. Porque ao teu lado tenho uma estranha tendência a querer ser melhor. Porque a minha calma desmesurada ao teu lado ganha sentido de contra peso. Porque é fácil manter as coisas simples contigo (sem espinhas), como te disse uma vez, as tuas cores são compactas, o verde é o das florestas, o azul do céu e vermelho do sangue, embora tenham todas demasiadas tonalidades, nunca há lugar para dúvidas sobre a cor da cor.

Enquanto aguardo os dias de amanhã, primeiro desejo-te ponto, e depois desejo-te que tudo corra bem, estou a torcer por ti! E como em tudo na vida, mesmo nas coisas mais difíceis encontra o melhor de ti e o melhor delas…

(Não, não acabamos o namoro, nada disso…)

Mentes Brilhantes

quinta-feira, julho 26

Não sei quem será pior os nossos Ministros dos Negócios Estrangeiros (os dos 27) que acederam ao pedido, ou os Departamentos de Governo Norte Americanos que o fizeram. Falo obviamente da transferência de dados sobre as informações pessoais de passageiros de voos transatlânticos, que vão ser utilizados na tentativa de identificar elementos de organizações extremistas.

Ora entre a lista de coisas que estes Sr.s querem saber, temos: morada, número de cartão de crédito, dados de saúde, eventual associação a sindicatos, origem étnica, orientação sexual, política e religiosa e (claro, importantíssimo) eventuais pedidos de alimentação especial feitos às companhias aéreas (não vá um vegetariano radical bombardear um talho de bairro durante as suas férias).

E claro agora falta fazer a pergunta que passeia em todos os cérebros assim que se lê a noticia: Como vão ser dadas estas informações? Que base de dados europeia tem acesso às nossas orientações sexuais, politicas e religiosas? (Já para não falar da legalidade e pertinência dos dados recolhidos)…

Thhaarraaaa!!! Pasmem-se: os dados vão ser fornecidos pelos passageiros ao fazer a reserva.

Palmas para as mentes brilhantes, que acham que os extremistas que querem fazer explodir umas bombas (ou algo mais imaginativo) na terra do Tio Sam, são todos uns santinhos que acham que mentir é pecado…

Nem é preciso ir tão longe, eu lá irei nos próximos 7 anos se tudo correr bem, e podem ter a certeza que vou mentir com todos os dentinhos que tenho na boca, e só para irritar, vou fazer um pedido especial de alimentação à companhia aérea.
Mas já agora, para que querem saber a orientação sexual? Acham que vão distrair os terroristas com cópias da “Men’s Health” ou anúncios da CK (presumindo que os terroristas são todos homens)?

Acabou...

quarta-feira, julho 25

Hoje termino a minha participação neste espaço. Tenho muita pena que tenha que ser assim mas já percebi que há pessoas mal-intencionadas em todo o lado e eu preciso de me proteger e proteger as pessoas que eu amo. Para todos e todas eu sou apenas a Blue, e para todos os efeitos não existe ninguém por trás desse nick.

Um grande bem-haja a quem me acompanhou ao longo destes meses em que tive o privilégio de conhecer pessoas extraordinárias e muito especiais. Acabo por aqui uma participação na blogosfera que me mostrou também o lado pior da humanidade. Não sei se voltarei a escrever em blogs algum dia, hoje a minha convicção é de que não.

Preservativos e Pelicula Aderente

terça-feira, julho 24

Já de algum tempo a esta parte tenho andado com a cabeça nos preservativos (salvo seja. Se fosse homem isto até me tinha corrido bem). Falo obviamente de preservativos para lésbicas (luvas de látex e aquela coisa que se me escapa o nome que parece um lenço de látex).

A primeira vez que tive contacto com o “lenço de látex” estava em casa de uma amiga staight que tinha assistido a uma formação de planeamento familiar, na qual tinham distribuído preservativos femininos entre os quais estava o dito lenço. Lembro-me de ter reagido com a atitude que aprendemos a condenar “Hum, fazer com isto tira o gozo todo ao sexo oral, além de que não deve dar o mesmo gozo a quem recebe”.

De lá para cá a conversa da prevenção às DST vai aparecendo amiúde, mas lenços de látex nunca mais os vi. Sempre me foi dito que usar película aderente de cozinha teria o mesmo efeito, o que motiva sempre grandes exercícios de imaginação. Deixo duas conversas que ilustram na perfeição as milhares que já tive sobre o assunto

Miúda gira na noite a fazer-se a uma amiga.
Eu – Então, trouxeste a película?
Amiga – Oh pá não! É que o rolo não cabia na mala, e a minha mala grande não fica bem com estes sapatos… Pode ser que ela tenha trazido, já viste o tamanho da mala dela?

Ou
Amiga – Tu não acreditas no sexo seguro pois não?
Eu – Porque dizes isso? Claro que acredito…
Amiga – É que não trazes mala, não me digas que andas com a película aderente no carro? Olha que com este calor aquilo cola que se farta!

Depois na Pride de Lisboa fiquei indignada, andavam a distribuir milhares de preservativos (camisas de vénus, borrachinhas), pensei logo na descriminação de que estava a ser alvo, tudo para os nossos gay e para as lésbicas nada. Mais espantada fiquei quando me vieram entregar uns pessoalmente (Eu numa festa gay de mãos dadas com a namorada, e esta gente tem o descaramento de me dar uma camisa de vénus, como se eu fosse sair daqui e desatar a atirar-me a pilas, embrulha-las em látex e brincar com elas!) (Burra eu sei, já percebi, escusado será continuar a bater).

Há uns dias navegando na net (bendita seja) encontrei a forma fácil de converter a camisa de vénus (ver imagem) num lenço de látex. Já não há desculpas para não andar com ele no bolso, na mala, na carteira, onde der jeito. A partir de agora só não faz sexo seguro quem não quer.

Ask not what was, but what could be...

quinta-feira, julho 19


Saquei a foto num blog onde as meninas fazem maravilhas com o Photoshop!
Uma verdadeira inspiração...

Ah Pois é, Bébé!

sexta-feira, julho 13



Taxa de divórcios nos casamentos gay é metade das dos heterossexuais! São notícias de Espanha, que fazem o balanço de dois anos de direitos iguais!
Lá se vai a promiscuidade de que se falava no post anterior…

(Evitem comentar a foto “descontextualizada” e o título piroso. Já assumi que não estou bem da cabeça, e não se deve contrariar os malucos.)

Sobreposições

quarta-feira, julho 11

No meio do jantar de um grupo de lésbicas (grupo grande)!

Amiga – Quando a X andava com a Y, blá, blá…
Amiga 2 – A Y? A Y de que falas é a Y. Z.?
Amiga – Sim…
Amiga 2 – Andaram quanto até à quanto tempo?
Amiga – Até Dezembro.
Amiga 2 – Ups!

Pimba! Já é a segunda vez a que assisto a isto! Anda aí muito boa gente a fazer sobreposições, que se esquece que este mundo é bem mais pequeno do que se pensa…

Enganei-me

terça-feira, julho 10


As festividades ao que parece ainda não terminaram…

Mira Pride a 21 de Julho o evento que ainda falta para fechar o período do orgulho em festa.

Tanta coisa e tão pouco tempo!!!

segunda-feira, julho 9

Estou a pouco mais de 10 dias de entregar a tese!

O tempo foge-me no que considero essencial, a minha cabeça anda a implodir a cada 3 segundos, as crises existenciais angustiam-me ao ponto da prostração (às vezes pergunto-me porque preciso de me levar à beira do precipício para perceber que não irei saltar?). Seja como for, esta semana consegui em fim arrumar-me interiormente e olhar de novo a vida em tom de combate. Conseguir, ou morrer a tentar é o que espero de mim até ao fim deste mês.

Estas considerações servem (obviamente) para que tenham pena de mim e desculpem o aparente abandono que o blog tem sido votado, e que poderá continuar a ocorrer durante este mês.

Serve também para pedir desculpa à falta de resposta a desafios que nos têm lançado e prémios que nos têm atribuído, bem como, e especialmente, a minha falta de resposta aos inúmeros comentários que têm sido deixados em cada um dos posts que vou conseguindo fazer.

Fazer um post é relativamente fácil, porque é um exercício masturbatório (esta franqueza um dia deixar-me-á em maus lençóis), responder a comentários já exige outro tipo de energia e atenção que o tempo e cabeça neste momento não me permitem. Leio-os todos, mas para dar respostas rápidas só para dizer que respondo, não me apetece de todo.

Assim, gostava de agradecer em nome de toda a equipa à Capricórnia, à Angell e à equipa do Uva na Vulva pelas distinções com que nos presentearam, Obrigada meninas! A quem por aqui vai comentando e felicitando o blog, um agradecimento igualmente sincero, Obrigada a tod@s.

Um pequeno apontamento pessoalíssimo se me permitem: aos meus amigos um desculpem o mau humor e descuido persistente com que vos tenho vindo a presentear ultimamente; à família um “calma pessoal, estão piores que eu!” já sabem que isto tem de ser a um ritmo estranho, sei que me estiquei desta vez, mas poderia ter sido bem pior; à minha namorada “thank you for standing by me” (eu sei que às vezes dá vontade de me abanar, como se não houvesse amanhã, para ver eu reajo). A todos estes, que eu sei que me vão carregar ao colo daqui até ao júri, Gracias Tanto Meus Querid@s.

Assim, que este mês terminar e que a minha tese (ou tesão) esteja entregue nas mãos dos elementos do júri, eu volto ao registo normal, até lá, venho sempre que a coisa estiver a andar bem. Até já!

Para Terminar as Festividades

sexta-feira, julho 6



Fishing Party

quarta-feira, julho 4

Com uma amiga ao telefone sobre a próxima festa na Maria Lisboa (ela faz parte da organização).

Eu – Fishing Party? Festa da Pescaria?
Amiga – É mais ir à pesca… É uma festa de verão, com música de verão, motivos de verão, etc.
Eu – Recebi o convite em casa e lá fala de fato de banho… Não me digas vamos à praia.
Amiga – Quase, vamos à piscina!
Eu – Vocês vão enfiar para lá uma piscina?
Amiga – Claro!
Eu – Oh Deus, vocês não batem bem…
Amiga – E se eu te disser que dentro da piscina vão estar umas sereias?!?
Eu – Ok, vocês batem bem, muito bem! E quem são as sereias?
Amiga – As dançarinas que já estiveram noutra festa…
Eu – Ah, ah, ah! Quer dizer que vou ver aquela morena molhada?
Amiga – És terrível.
Eu – Eu? Tu é que as molhas, e eu sou a terrível?! Tá bem, tá! Quer dizer que devo ir preparada para me molhar, é isso?
Amiga – Não tens de ir, mas acho conveniente.
Eu – E as 7 maravilhas o que são?
Amiga – Não sei, depende das votações…
Eu – O pessoal vai andar a votar nas miúdas mais giras da festa?
Amiga – Iap! E as 7 têm direito a prémios!
Eu – Tou lixada… Não me vai tocar nada a mim, a não ser um ego ferido…
Amiga – Tadinha, estou cheia pena de ti…

As Coisas que se Lêem

terça-feira, julho 3

“Acho que vou ter de me tornar lésbica.”
Joss Stone, cantora dizendo que não tem namorado há dois anos, The Times.

(Engraçado como mulheres que não têm sucesso com os homens, acham que as lésbicas poderão ser menos exigentes, logo uma opção de reserva)

“Paulo Portas não parece adepto dos conservadores gémeos Kaczynski, que governam a Polónia. Mas os motivos além de políticos, poderão ser estéticos. Dizia o líder do CDS ao deputado João Rebelo, na semana passada, na Assembleia da Republica: «O difícil é saber qual é o mais feio, o que tem sinal ou o que não tem sinal.» Clarifiquemos: nem é um sinal. Lech tem uma verruga na cara, Jaroslaw não tem nada.”
(Já sabíamos que os gémeos polacos são homofóbicos confessos. Quando li a 1ª parte do artigo ainda pensei: Querem ver que o Portas vai falar sobre a homofobia e confirmar os rumores sobre a sua suposta homossexualidade!? Mas não… Quando acabei de ler o artigo só uma frase me surgiu no cérebro: How gay can you be?)

Parte da entrevista a Fernando Negrão:
“Sábado – Já tinha ido às marchas populares?
Negrão – Várias vezes. Não sou fã, mas gosto de ver, é um espectáculo interessante.

S. – E as paradas Gay também são interessantes?
N. – Não, não acho grande interesse.

S. – Já participou em alguma?
N. – Não.

S. - Participaria?
N. - Não participaria.

S. – Porquê?
N. – Não vejo interesse nisso. É uma coisa que me faz alguma confusão as pessoas assumirem a sua posição de orgulho relativamente a alguma opção, designadamente a sua opção sexual. Eu não tenho qualquer orgulho em ser heterossexual. Não percebo porque é que as pessoas têm orgulho em ser homossexuais ou qualquer outro tipo de opção sexual.

S. – Acha que as relações homossexuais deviam ser contratualizadas?
N. – Não, acho que não. O casamento é visto como uma instituição conservadora pelas pessoas que têm uma posição diferente daquilo que é dominante numa sociedade.

S. – É homofóbico?
N. – Acha que isto é ser homofóbico? Eu já lhe disse que devemos respeitar todas as opções sexuais das pessoas. Há algumas limitações que têm carácter criminal, cada um toma a sua opção em plena liberdade e felizmente que assim é.

S. – Alguma vez quis saber a orientação sexual de um colega ou funcionário?
N. – Por amor de Deus! Nunca. Nem sexual nem partidária.”
(Além de trocar-se todo com a EPUL, EPAL, IPPAR, também se troca com Opção e Orientação, com Contratualização e Instituição, Orgulho com Direitos e Plena Liberdade com Metade dos Direitos/Todos os Deveres… A confusão que vai naquela cabeça).

Todos os excertos foram retirados da revista Sábado nº 165.

Casais

segunda-feira, julho 2

Este fim-de-semana fui celebrar o amor de um casal amigo que deu o nó (aquela coisa pela qual não temos o direito de optar). Fomos para longe, vi pessoas que não via há tempo a mais, diverti-me no meio dos meus e vim embora com uma sensação calorosa (somos o que vêem em nós, e estes meus amigos vêem-me para além do que eu me imagino ser).

Éramos 13 à chegada e tínhamos reservado 6 quartos numa hospedaria. A Sr.ª que nos atendeu (velhota e castiça) explicou logo que nem todos os quartos teriam cama de casal. Entre nós encontravam-se 5 casais, um dos quais composto por 2 homens gay, e 3 solteiros e/ou desacompanhados, destes: um gay, uma lésbica (moi) e uma straight.

Como a viagem demorou uma eternidade chegamos à hospedaria às 04:00 da manhã (confesso que ainda fomos beber um copo antes), acordamos a Sr.ª que gentilmente, se predispôs a acompanhar-nos pessoalmente a cada um dos quartos reservados. Estávamos todos espalhados pelo corredor e a Sr.ª abre o 1º quarto (de casal), automaticamente o casal gay faz menção de entrar. A Sr.ª assusta-se e tenta impedir a entrada dos rapazes.

Sr.ª – Não, este tem cama de casal, há outros com camas separadas.
Amigo Gay 1 – Não faz mal, não se preocupe.
O resto do pessoal a rir, baixinho e a começar a fugir para o fundo do corredor.
Sr.ª – Mas vocês são dois homens grandes, não vão ficar bem aí.
A. Gay 1 – Não tem importância, nós ficamos bem.
Passa por mim o meu amigo gay solteiro e diz:
A Gay 2 – Vai lá AR, explica à Sr.ª o que é ser Gay.

Eu não sabia se me havia de rir se havia de lá ir, porque a esta altura já a Sr.ª estava a barrar a porta com toda a sua força, e o casal a tentar forçar a entrada. Resolvi tomar uma atitude. Abri os olhos a duas amigas minhas que estavam mais perto da Sr.ª e mando-as tomar uma atitude.

Elas lá demovem a Sr.ª dizendo que não fazia mal que eles se entenderiam. A Sr.ª pediu desculpa, mas foi dizendo que não havia necessidade de eles não ficarem bem instalados, e a contra gosto foi abrindo outras portas, já sem olhar para quem entrava nos quartos.

Estávamos já todos a rir quase de forma descarada e o resto do grupo resolveu gozar com a situação. Um dos casais a dizer à Sr.ª que eles é que mereciam a cama de casal, outro dos casais a perguntar um ao outro se poderiam dormir juntos, ao que a Sr.ª diz que eles é que sabem, mas homem e mulher é que estava certo. Enfim… A dada altura um dos meus amigos tem pena da Sr.ª e diz o seguinte:

Amigo – Deixe lá, nós somos todos amigos, e eles já estão habituados, é assim como na tropa, todos juntos!

E não é que a convenceu!?!

 

© Free blogger template 3 columns