Literatura Lésbica

segunda-feira, julho 31

Tenho uma tendência irritante de ler muito e em “zapping” (sempre 5 a 6 livros para serem lidos em simultâneo e vou revezando-os). Existem poucos livros que consigo ler de fio a pavio, mas quando isso acontece, leio-os de rajada (já me aconteceu deitar-me no sofá, e levantar-me só 6 horas depois e com o livro terminado).

Serve esta introdução para falar de literatura de temática lésbica, minto, serve para dar a minha opinião sobre livros que li, e por motivos óbvios, serão apenas livros de temática lésbica.

Aquele que me prendeu de fio a pavio, foi por sinal o 1º que li. Reli-o uns anos mais tarde, com um interesse renovado, já não com tanta sofreguidão, mas na mesma de fio a pavio (foi o único livro que conseguiu a mesma proeza duas vezes).

Beatriz e os corpos celestes” da Lúcia Etxebarría.

Esta Sr.ª escreve bem, muito bem! A escrita é fluida, descritiva o quanto baste, a profundidade psicológica dos personagens admirável, os enredos das histórias bem trabalhados, e os tempos que se misturam de forma harmoniosa.

E como gosto tanto da Sr.ª não consigo acrescentar muito mais… Se alguém tiver lido que dê mais umas considerações…

Retórica

domingo, julho 30

As relações homossexuais são vividas com base nas relações heterossexuais? Socialmente perguntando...

Responda se Souber VIII

quinta-feira, julho 27

Porque é que, sendo a proporção de lésbicas igual à de gays, eles andam aí e elas só às vezes (ou andam mas escondidinhas)?

Responda se Souber VII

Porque é que os gay são muito mais simpáticos que as lésbicas?

Responda se Souber VI

Porque é que 90% das lésbicas tem um gato ou um cão? (De toda a forma, eu não tenho)

Responda se souber V

quarta-feira, julho 26

Porque é que toda a lésbica tem um amigo gay de estimação (sendo o inverso também verdade)?

Responda se souber IV

Porque é que quando se pensa em Gay, pensa-se em bom gosto! E quando se pensa em lésbicas, pensa-se em carros e pneus (ou pornografia)?

Responda se souber II

Porque é que eles usam mais maquilhagem que nós?

Responda se souber III

Porque é que as discotecas GLBT nunca têm ar-condicionado em condições (daqueles que permite que a temperatura no interior dos estabelecimentos seja aceitável e não um sufoco)?

Responda se souber

Porque é que eles tratam-se por “mulher” (ou a variante mais in “melher”), e elas não se tratam por “homem”?

O Advogado do Diabo

segunda-feira, julho 24

Luís Grave Rodrigues – Este nome diz-vos alguma coisa???? Sim, ele mesmo, o Sr. Dr. Advogado do caso da Teresa e da Helena.

Este Sr. tem um blog, ou melhor, tem 3, mas este é o que tem os desenvolvimentos mais recentes do caso. Este “O Advogado do Diabo”, link no titulo do post! Vale a pena consultar e acompanhar. Estão lá as alegações do recurso, um documento extenso, mas muito interessante, talvez um pouco confuso para os leigos, mas não deixa de ser esclarecedor. E gosto sobretudo do facto de ter posto em “post”, acessível a todos, os argumentos que se esgrimem neste caso.

Ainda não dei os parabéns à Teresa e à Helena, aproveito agora a oportunidade:

Obrigada, por darem a cara por mim!
Obrigada, por tudo o que vão sofrer em meu nome também…
Obrigada, pela vossa coragem (num país em que duas marchas GLBT, não conseguiu reunir 1000 pessoas)!
Parabéns, porque não deixa de ser um momento de felicidade para mim!

Ao Dr. Luís Grave Rodrigues desejo sucesso por todo(a)s nós! E um sincero agradecimento pelas alegações jurídicas!

Alma Rasgada


Assino os meus “postes” com AR, as iniciais de Alma Rasgada.
Não é um “nick” depressivo (como podem ver pela seriedade e tom taciturno dos meus postes), foi somente um nick que ficou de um sentir. Um sentir que às vezes me arrebata. Um sentir que aparece quando um grande amor se (es)vai (pelas minhas contas, é um por década). Esse é o sentir que depois se cola a mim durante muito tempo (2, 3 anos). Um sentir persistente, um sentir de que a minha Alma foi Rasgada.

Como em qualquer tecido delicado, cozer um rasgão torna o tecido funcional, mas inestético. A vida vai sempre cozendo a minha Alma, ajudada por amigos e pessoas que se cruzam na vida, no sentir e na cama!

Mas quando olho a minha Alma vejo-a feia, vejo-a cozida, dorida e inestética! A primeira vez que a senti Rasgar, achei que tinha sido o fim, que nunca mais a minha Alma estaria funcional. Mas com o passar do tempo, da vida, um dia acordei e vi que estava cozida, apesar de mais feia, ela funcionava!

Nesse dia decidi que o rasgão cozido teria de ser tapado, lembrei-me de o tapar com um “patch” (remendo, em português, acho), (para que fiquem com uma ideia – lembram-se do casaco do Tom Cruise no Top Gun??? – piroso eu sei!), o melhor patch que encontrei foi uma tatuagem. Tatuar em arte a dor que me assolou, para que me lembrasse que a vida coze a Alma.

Chegou a vez de me tatuar de novo, de tapar mais um rasgão cozido! Desta vez tatuarei o símbolo da Entropia!!!

Noites

Há serões quase perfeitos, este foi um deles!
O meu melhor amigo (gay), a terceira série de “Will & Grace” e uma pizza & Coca-Cola!!!
Gargalhadas que se sucedem…
Há noites que não deviam terminar!

Sondagens (lá da feira)!

quarta-feira, julho 19

Abrimos a rubrica das sondagens, que se encontra aí ao lado (por baixo dos arquivos). Esta tem especificamente a ver com os textos “Ser ou não ser (ping’s e pong’s)”! Prevê-se um fecho de contas à votação dentro de um mês.

Neste momento esperamos sugestões para posteriores sondagens, se quiserem escrever a pergunta e as respostas possíveis, prometemos considera-las com cuidado e respeito, e de preferência com gargalhadas saudáveis!

Espero que se divirtam tanto quanto nós!

Incursões no Hi5

Hoje andei pelo Hi5 a dar uma volta, com atenção… Claro que andei a espiolhar activamente os grupos dedicados a lésbicas. E o que encontrei foi no mínimo deprimente.

Enfim, o do costume! Tal como era o mirc (era, porque já lá não vou faz tempo). Digo deprimente (no mínimo), porque 50% são homens, 40% são mulheres em posições “sensuais” (metade devem ser homens), e 10% de lésbicas ou bi’s.

Claro que estou a falar de grupos que se intitulam: lésbica, lésbicas, les portuguesas e tudo o que explicitamente tem a letra L (lol não incluídos)! Tal como no mirc, os canais por onde andam as lésbicas não são esses, são outros, com nomes menos sonantes mas bastante conhecidos da equipa (e não, não vou dizer os canais, evitar inundações de pilas curiosas :p)!

Pergunto-me o que passa na cabeça dos moços? (Quer dizer, não pergunto, porque acho que sei a resposta). Mas faz-me lembrar a anedota, que me apetece sempre contar nestas situações:

Entra um homem num bar de lésbicas, dirige-se ao balcão, e ao ver uma lésbica que lhe agrada, diz:
Homem – Gostava de te conhecer. É que sabes, eu na realidade sou uma lésbica presa num corpo de homem!
Lésbica – A sério?! Na realidade eu sou um “serial-killer” preso num corpo de uma lésbica.

O olhar!

Hoje sinto-me animicamente em baixo, nestes dias só me apetece doçura!!! Nem suporto que me toquem, que me mexam, que me digam… Só suporto a doçura à distância…

É em dias como este que preciso de um olhar como o desta Srª… A doçura perpetuada naqueles olhos demasiado meigos!!!

Para quem não a conhece, apresento-vos Miss Clair Forlani…

Vira o ano e passa o mesmo (versão de: vira o disco e toca o mesmo)

segunda-feira, julho 17

Atrasada como sempre... Ainda relativamente às séries... Muito se fala em repetir o L word, em nada concordo com isto. Julgo que cada coisa tem o seu tempo e cada serie do L word também, repetirem a mesma serie duas,três, quatro vezes para quê?! (já agora no horário nobre...) Para isso servem os dvds, em tv é uma perca de tempo, mais para nós que para eles. A maior parte das pessoas não sabe que possivelmente está para vir a 5ª temporada (universo LGBT não incluído)! E cá, ainda estão a passar a primeira! Começar-se a passar a 2ª também não era nada mau... e passarem a primeira temporada para a RTP memória para aqueles que realmente querem a repetição!
Tem é que cada vez mais, existir uma maior oferta de variadas séries neste sentido :D, nas quais se viva e respire todo um universo comum e andrógino e (gajas boas)! Idealista eu sei... Mas tudo é possível no mundo cinematográfico portanto...
Caso para dizer: "Quaisquer semelhanças com a realidade são, (Im)puras coincidências..."
P.S: Transcrevendo uma breve passagem de um comentário ao post intitulado "Gaydar": "Quanto a quereres alguém, para dares umas beijocas, há os chats, e encontras várias raparigas com vontade de ter uns encontros, mas tens o hi5, e outros sites que tens várias raparigas com vontade de sair!Mas se arranjares amigas, pode sempre surgir um namoro! " estão aqui as melhores soluções para quem está a "sair dos armários", acrescento ainda, porque não ir para uma equipa de futebol feminino?! Assunto arrumado!
(De todo, ferir susceptibilidades)

Mais um Pride

domingo, julho 16

Depois dos “Prides” de Lisboa e Porto, fica a sugestão, para fechar a época dos meses mais coloridos em todo mundo, o Pride de Mira.
No dia 22 de Julho, na praia de Mira - Discoteca Vip.
Deixo o Link para mais informações.

http://portugalgay.pt/evento0619.asp

Ela


Tinha de ser, não era???
Tinhas de te ir casar e partir corações a bilhões de nós!
O que vale, é que parece que escolheste bem [pelas conversas que tenho ouvido, ninguém critica a escolha, (não é o meu caso, mas enfim - dor de cotovelo, eu sei!)].
Mas eu sabia que não me desiludirias, tiveste uma menina!!! Parabéns querida...
Se entretanto mudares de ideias apita, somos uma legião delas à tua espera!!!

Editora GLBT

sexta-feira, julho 14

Ora cá está uma editora portuguesa GLBT.

Ao navegar pela net, deparei-me com o site desta editora, com venda on-line [o que é uma preciosidade para pessoas que: ainda não saíram do armário, pessoas preguiçosas como eu, ou que não tenham acesso a livrarias de qualidade (obviamente as que têm livros com temáticas GLBT)].
A editora é a Zayas (link para a página principal no fim do post).

Apesar de ser um site com uma navegação algo confusa (é preciso não perder a paciência), apesar dos métodos de pagamento serem da idade da pedra (mas não deixam de ser os mais seguros), o site apresenta os livros de forma exemplar: fotografia da capa, resumo do livro, características do livro, preço e autor. Os preços presumo que estejam dentro da média (como em tudo o que se vende para minorias, os preços insuflam), e tem uma boa variedade de livros.
Além de livros tem DVDs, postais, revistas, guias de viagem e artigos diversos.

Agrada-me em especial a segmentação em função do G, do L, do B e do T, sempre poupa tempo!

http://www.zayas-editora.com/index.html

Lido de Passagem

quinta-feira, julho 13

Navegando calmamente na net, entro num site chamado “Os maiores cromos portugueses”, eis senão quando, por baixo da fotografia do João Baião deparo-me com esta pérola de sabedoria:

“Pago a peso de ouro para dizer asneiras e fazer voz de paneleiro, o bobo lá continua, triunfante e feliz, neste país de cegos em que um bom olho é rei. Se a homossexualidade fosse natural, Deus teria criado Adão e Ivo.”

Confesso que por segundos o meu cérebro parou. Voltei a ler. Distanciei-me. Fechei os olhos. Voltei a abri-los, fixei o monitor.

- “Não, a página não desapareceu”

Procurei as configurações do meu browser a ver se encontrava a opção “bloquear páginas de conteúdo promíscuo”. Não encontrei nada que bloqueasse esta página (ainda dizem que estas máquinas são inteligentes).

Voltei a ler, e fiz um tentativa de desconstruir a frase:
1. “Pago a peso de ouro para dizer asneiras e fazer voz de paneleiro” – portanto, segundo estes indivíduos fazer voz de paneleiro na televisão nacional, transmitida em canal aberto, em “prime time”, vende. Caso contrário não seria pago a peso de ouro. (Hummm, então voz de paneleiro agrada à maioria das pessoas – esta é nova).
2. “neste país de cegos em que um bom olho é rei” – Será que está subjacente o que a minha mente depravada pensou? Ou será, que quem aposta em vozes paneleiras tem bom olho para o negócio? Ou ainda, só tem bom olho quem diz asneiras em voz paneleira? (Que confusão! Será que estes indivíduos são tão inteligentes que escrevem com múltiplo sentido, ou sou eu que estou com o raciocínio limitado?)
3. “Se a homossexualidade fosse natural, Deus teria criado Adão e Ivo.” – (Hum, lá vem a invisibilidade lésbica, não podia ser Adoa e Eva?) Bem, pelos vistos estes indivíduos acreditam em Adão e Eva, lá se vai a teoria da evolução das espécies para as urtigas. E no Pai Natal acreditam? Dito isto, presumo que os indivíduos em causam devam professar a fé católica, se assim o é, com um site destes o(a)s menino(a)s vão parar ao Inferno. É que não é bonito dizer mal dos outros (pecado venial). E evocar o nome de Deus em vão (pecado capital). Aí vão para o Inferno vão…

Dá-me, dá-me, dá-me (a prece)

quarta-feira, julho 12



Oh, Senhora do(a)s Aflito(a)s queria tanto um bombom destes! Tanto, tanto, tanto...
Oh vá lá... Só 24 horas já era bom...
Oh só uma vez...
Oh!

Gaydar

terça-feira, julho 11

Por falar na série “The L Word”, algures na 1ª temporada da série levanta-se a questão da Dana não possuir “Gaydar”, (aquela “coisa”, que dizem fazer parte do equipamento - genético, fisiológico ou mental dos Gay, que permite detectar outro gay nas imediações sem serem necessárias apresentações).

Como eu compreendo a Dana! Parece que o meu equipamento também não veio completo, ou veio com graves defeitos de fabrico, ou simplesmente, ainda não encontrei o botão do “ON". Não entendo, eu quase que necessito que as pessoas se apresentem segundo o pior do estereótipo gay, para que eu consiga perceber que o são, caso contrário… nada… népia… nicles… Não dou pela identidade sexual dos gay's!

Não parece grave?!? Mas é!

Já somos tão poucas e já é tão difícil encontrar semelhantes, que sem este miraculoso equipamento, a árdua tarefa ainda se torna mais complicada. E fica pior ainda quando: encontramos alguém, falamos cordialmente sobre algo, acharmos que a nossa interlocutora insinua-se, mas no momento imediatamente a seguir nós pensamos “Nããã, ela não parece nada gay, deve só ter sido simpática e eu estou a interpretar mal”.

Aaaggghhhh… Mais do que querer um gaydar só para mim, eu estou urgentemente necessitada de um… (alguém sabe onde posso o adquirir?)

Ouvido de Passagem II

sábado, julho 8

Uma esplanada frequentada maioritariamente por membros da equipa. Domingo à tarde, recuperando da noite anterior, jornal, cafés, cigarros, óculos escuros e água. Mesa ao lado da minha, duas pessoas, ela notoriamente da equipa, ele não consigo descortinar. Ouvido de passagem o diálogo que se segue:

Ele – Aquela série da dois é arrojada! (The L Word – ou na melhor tradução de todos os tempos - a Letra L)
Ela – Sim, gosto muito, já a tinha visto! Tenho em DVD as 3 épocas da série!
Ele – Mas é um bocado “holywoodesca”! Aquilo não é assim na vida real, nem elas são tão bonitas.
Ela – Sim, mas é uma série de entretenimento, ficcionada… Mas está muito bem feita, e aborda um pouco de todos os assuntos das mulheres, mesmo que de uma forma leve!
Ele – E tem cenas de sexo que devem agradar a quase todos os homens.
Ela – Calculo, embora duvido que o propósito seja esse!
Ele – Pois, mas continuo a achar que devia ser mais real, vê-se logo que aquilo é muito ao estilo americano.
Ela (visivelmente alterada) – Eu não entendo! Vocês vêem a playboy e ninguém refila que aquelas não são as mulheres do dia-a-dia, vocês vêem filmes de acção em que os heróis não morrem depois de levar com uma ogiva nuclear na testa, e quando aparece uma série de gajas, para gajas, vocês prefeririam que fosse o National Geografic Wild Life presentes: The Lesbians.

(Ora toma que já almoçaste apeteceu-me dizer por trás dos meus óculos escuros. E no meu pensamento passeavam ainda as imagens de um documentário, que retratava as férias de um grupo de lésbicas inglesas em Lesbos. Foi muito mau… Muito mau… Viva “The L Word”.)

Ouvido de Passagem

Estava eu num bar do Bairro Alto, quando um jovem casal se instala junto do balcão do bar, ao meu lado. Segue-se a conversa ouvida de passagem:
Ele – Este bar é conhecido por ter muitas lésbicas!!! (Tom de voz a denotar entusiasmo)
Ela – Ah é?! Não me faz diferença nenhuma. Até é bom estar num bar com mais mulheres que homens.
Ele – Também acho! Mas é um desperdício!
Ela – Só não gosto quando me olham daquela maneira…
Ele – Não te incomodes! Sempre é melhor do que comigo que não me olham de maneira nenhuma!
Ela – Quando olham assim para mim, até parecem homens!!!
Eu viro-me propositadamente, precisava de ver as caras daquelas vozes… Eles encolhem-se em desconforto. Eu sorrio. Eles pegam nos copos e vão para o outro lado do bar.
Fico eu nos meus pensamentos prestando pouca atenção à minha companhia.

(Então agora, uma mulher lésbica, que olhe com olhar de desejo parece-se com um homem? Será que as mulheres hetero, quando olham para um homem com olhar de desejo também se parecem com homens? Que raio de comentário!)

Ser (ou nao ser) V (Ping Pong?!)

quinta-feira, julho 6

Androginia é originalidade?!Androginia refere-se a dois conceitos, a mistura de características femininas e masculinas, ou uma forma de descrever algo que não é nem masculino nem feminino. A maior parte das pessoas não sabe o que é ser androgeno e no entanto fazem-no inconscientemente, daí não haver originalidade nos actos psicologicos ou físicos.
Para mim é, uma pura, nua e crua adaptação à sociedade, generalizando. Há uma tendência cada vez maior, para que se disfaça a diferença entre masculino e feminino, assemelhando-se. Razões que têm essencialmente que ver com padrões sociais. Androginia, apesar de ser o feminino e masculino, deve sim, exercer uma nova natureza, e não serem facilmente identificáveis ambos os sexos, um de forma biológica, inevitavelmente, outro por questões de foro social ou não.
Androgeno, é o fantástico ser que um dia, use e abuse da sua igualdade passando esta pelo direito à diferença, sem o qual ninguém terá a oportunidade de levar às últimas consequências as capacidades contidas na sua natureza.
Por vezes, tenho a sensação que, as pessoas tentam atirar areia para os olhos dos outros, sendo os delas, os primeiros a estarem tapados.
Retomando o belo Banquete, quando Andro e Gynos foram divididos, continuavam a sentirem-se atraídos pelas almas por serem semelhantes. Uma pessoa hetero ou bissexual pode perfeitamente sentir-se atraída por outra com caracteristicas femininas e masculinas. Hetero traduz-se em androgynos (segundo o Banquete), logo algo se assemelha, algo os liga.

Ser (ou não ser) IV (Ping?)

quarta-feira, julho 5

Discordo mais uma vez, a transsexualidade é uma coisa, e não tenhamos duvidas nenhumas que ela existe também no sexo feminino, é sem dúvida mais mediatizada a transsexualidade masculina. Mas não é disso que falamos quando falamos de mulheres mais masculinas.

Quando dizia que é inconsciente, dizia-o em relação ao desleixo da imagem projectada por algumas mulheres, especialmente, as cognominadas de “camionistas”.

No que diz respeito a mulheres masculinas mas de imagem cuidada, continuo a achar que é uma opção, é um encosto à androgenia (fusão de características dos dois géneros). "Isto é, de dois fazer-se Um. No Banquete, Platão nos faz Aristófanes contar sobre o mito da androgenia. Conclui, (…) nada mais é do que o reencontro das duas antigas metades em novo e definitivo Um. Insinuou, porém, que tal reajustamento nunca é perfeito, sempre será marcado pela cicatriz e pelo estranhamento". (Revista Espaço Académico – Nº35 – Abril 2004)

A mulher como mulher! O homem como homem! Em imagens projectadas, parece-me um conceito demasiado estereotipado, colar o sexo biológico ao género. Não concordo em absoluto, haja liberdade de escolha, haja criatividade, inventem-se novos conceitos, novos géneros (dois, só??? Parece-me curto, tão curto), haja coragem para baralhar e voltar a dar, e que tudo se misture à exaustão da vontade…

Tenho pena só da estranheza de que Platão falava, que as pessoas estranhem, que rotulem, que acusem a diferença… Em especial (como não podia deixar de ser) a própria comunidade homossexual no seu seio – “Não gosto de bichas e bichismos”, “Camionistas fazem-me impressão”, como se já não nos chegasse o resto do mundo a dizer essas coisas.

Para quase terminar, gostava de citar uma Sr.ª que dá pelo nome virtual de Limoca e tem um blog intitulado: ponto sem nó. “(…) Pensei em beijar a tua boca de homem-mulher. Por isso não te olhei nos olhos. Não te contei sobre o poder da tua androgenia. (…)Fala pronta que repeti para mim mesma pela falta de coragem: "a sua androgenia mexe com o bissexual de qualquer um". Assim mesmo, afirmativa. Cheguei até a pensar em "a sua androgenia deve mexer...". Mas não. Pensei melhor. "Deve" é subjectivo demais. Incoerente. Você mexeu comigo.(…)”

Agora, em termos de preferência estética de cada um, também não tenho nada a dizer, cada um escolhe o que lhe der na “gana”, desde que o consiga apanhar…

E agora sim, para terminar Garbage “Androgyny” – You free your mind in your androgyny!

Ser (ou não ser) III (Pong!)

segunda-feira, julho 3

As mulheres são mulheres, como tal, independentemente de ser ou não inconsciente o facto de se vestirem mais ou menos masculinas, são mulheres.
Como pessoas, evidentemente que, têm que se sentir bem, consequentemente, como mulheres também. Se querem vestir-se de forma a associarem-se ao género oposto, começa a atingir outro grau, a transsexualidade. É o meu ponto de vista. E aí, ou se assume, ou foge-se. Ser homossexual feminino ou masculino é menos difícil que ser transsexual.
E assim termino, ao invés de um ponto final sobre este assunto, fica este texto como reticências, visto que este assunto tem pano para mangas. É do foro psicológico de cada um, uma coisa é o que se vê outra é o que vai por dentro do ser - humano e os métodos usados para camuflar o que realmente se é, o que se sente, ou então não. É-se e pronto.

Ser (ou não ser) II

Antes de mais o esclarecimento, o texto intitulado “corpo” foi feito a pensar especificamente na transsexualidade…

De toda a forma, cá está um excelente tema… Mulheres masculinizadas, masculinas, macho, macholas… Como quiserem…

Não tenho, de todo em todo, uma opinião negativa, acho que é uma questão de estilo… Como ser punk, beta, desportiva, e outros estilos mais ou menos identificáveis… Não acho que uma mulher deva-a ser na imagem que projecta.

O que se projecta na imagem pode ser uma afirmação, uma forma de estar, um hábito, uma resistência à mudança, moda, vaipe, e por aí adiante.

O que noto na maioria das mulheres “masculinas” é algo que talvez vá para além da imagem! (Vou tentar explicar-me com jeitinho).

Um dia disseram-me “As mulheres masculinas não me atraem nada, mas algumas têm muito estilo, e isso de uma forma ou de outra mexe comigo”.

Esta afirmação faz-me pensar que as mulheres masculinas, não tendem a escolher de forma consciente a imagem que projectam, tendem a colar-se a uma imagem com a qual se sentem confortáveis, mas, que no entanto sabem que é distónica, que não é aceite e que tem uma dada conotação pejorativa (inclusive dentro da comunidade gay/lésbica).

Saber que a forma como nos sentimos confortáveis não é agradável para grande maioria das pessoas, leva a um pensamento, do estilo, perdido por 100 perdido por 1000, o que acaba de alguma forma por agravar a nossa própria percepção de imagem “auto-imagem”. (isto está confuso).

Por exemplo: Se eu me sinto confortável de fato de macaco e quero andar assim, e se a maioria das pessoas não gosta de me ver de fato de macaco, mas eu continuo a querer andar com ele, a certa altura depois de muito ouvir, de muito aturar, eu vou começar a acreditar que o fato de macaco me fica mal, mas também não quero me sentir desconfortável, logo, começo a ficar-me nas tintas para a minha imagem, com ou sem fato de macaco.

Aqui começa o problema, o desinvestimento na sua própria imagem… Descuidam-se com o peso, com o cabelo, com a roupa e por aí fora… Existe então uma tendência a colarem-se ao que já conhecem, à sua imagem, que mesmo sendo distónica é a que conhecem, logo, mais segura que uma diferente. E aí sim… Mas também acontece com qualquer mulher…

 

© Free blogger template 3 columns