Parece que alguém encontrou a cura para a homossexualidade! Espantem-se aqueles que achavam que Portugal não poderia trazer nada de novo ao mundo! Porque foi mesmo cá pelo burgo que uma Sr.ª anunciou que “ A homossexualidade é um complexo, um transtorno da identidade sexual. É uma doença e tem recuperação”. A Sr.ª chama-se Margarida Cordo, Psicóloga e Terapeuta Familiar. (In Visão, ou para ler mais em
Conhecimento do Inferno)
Depois de me ter rebolado de alegria pelo chão da sala, começaram a surgir perguntas neste meu cérebro nem sempre inteligente (o chão da minha sala tem este efeito em mim, especialmente quando me rebolo).
As perguntas:
Antes de mais, apreendi no 11º ano na disciplina de psicologia, que em psicologia só existia um
complexo, o de Édipo (até o de Electra, já o deixou de ser, passou a Édipo também). Nenhum outro transtorno, sindroma ou patologia poderia ser denominado de
complexo. (Mas há que dar o desconto, todos sabemos que o ensino publico em Portugal não é grande espingarda. Se houver algum psicólogo a ler que se chegue à frente e confirme, ou não, o que me ensinaram há 15 anos).
1ª Pergunta – Será que a Sr.ª inventou um novo
complexo para a ciência da Psicologia?
Depois, ao que parece a Sr.ª chegou a esta conclusão depois de acompanhar 4 casos (sim, 4 leram bem) de homossexuais que se queriam “curar”, chegando à conclusão que a recuperação é possível em 30% dos casos.
2ª Pergunta – Será que um tratamento com 70% de probabilidade de falhar poderá ser considerado um tratamento?
A APA (American Psychiatric Association) depois de 35 anos de investigações decidiu em 1973 retirar a homossexualidade da sua lista de doenças mentais e emocionais, evocando que, “a homossexualidade, por si e em si, não está associada a qualquer distúrbio mental, emocional ou social”.
3ª Pergunta – O que saberá esta Sr.ª com os seus 4 casos, que as mais prestigiadas associações e organizações (incluindo a Organização Mundial de Saúde) não sabem?
Mas o que me deixou completamente intrigada é que a Sr.ª por fim diz que: “A meta é conseguir a monogamia e o aprofundar de laços com o cônjuge.”
4ª Pergunta – Eu sou monogâmica e tenho relações bem aprofundadas com a minha namorada, será que estou curada? Posso sair pelo mundo a gritar que sou hetero? E os meus amigos straights que já saltaram a cerca, posso chama-los de homossexuais e insulta-los com nomes feios, tipo: “Sua Lésbica, volta para o teu marido” ou “Larga a tua amante seu Gay”?