A noite foi correndo calmamente, sem grandes sobressaltos, entre uns passos de dança com os amigos ao som da 1ª Dj que me encheu as medidas. De toda a forma, ainda estou para entender o que se passava com o som, ele eram músicas cortadas pela metade e provocações de inícios de músicas que depois não tinham continuação, não entendi nada.
Lá para as tantas o Vodka instalou-se definitivamente e as idas ao wc aumentaram de intensidade, e não é que a coisa até correu bem!?! Não era preciso vir munida de lenços de papel, não tive de tapar o nariz, não escorreguei no chão molhado, até parecia uma casa de banho normal…
Quando a segunda Dj entrou em cena já eu estava tão completamente anestesiada que não me lembro de nada das músicas que ela passou, o caso ainda ficou pior quando uma das amigas me atirou com uma caipirinha pela goela abaixo (o que era aquilo??? Caipirinha??? Nem que a pintassem de ouro e a dessem à borla aquilo era caipirinha…)
(Antes de continuar tenho de explicar uma coisa. Eu quando começo a ficar intoxicada alcoolicamente, assim a passar das marcas, começo a perder funcionalidades, o meu organismo inicia um lento mas persistente processo de shut-down: começo por perder o piu, deixo de falar e só sorriu; começo a perder destreza de movimentos, pelo que me encosto a alguma coisa e endireito muito o corpo; e, começo a perder a minha visão à distância só conseguindo reconhecer as pessoas já muito perto de mim. Dito isto avancemos!)
Lá estava eu intoxicada, encostada a um dos vidros, muito direitinha, com um sorriso transversal e dificuldades de focagem à distância, quando as miúdas com quem me fui metendo ao longo da festa resolvem retribuir, uma a uma foram aparecendo todas. Imaginem o absurdo completo que aquilo foi, de corajosa e espevitada passei a mentecapta num ápice.
Sinceramente, a minha memória só se lembra de uma das conversas absurdas que eu consegui manter (graças a Deus para a desmemorização). Vem a miúda, com um ar fresco e giro que se fartava, aproxima-se e sorri.
Ela – Olá!
Eu (sorrio) – (…)
Ela fica a olhar muito tempo, e a mim só me passavam palavras pela cabeça que eu não conseguia articular, nem sequer escolher umas pequeninas que se adequassem, por fim sai-me o seguinte:
Eu – Fizeste uma nódoa aí na tua, errr, por cima da, errrr… (apontei, que se lixe)
Ela – E isso é importante? É o que tens para me dizer?
Eu – Pois!
(Por favor alguém me diga que poderia ter corrido pior! Já agora, desculpa a falta de jeito miúda, mas há dias assim…)
Depois deste banho monumental de eloquência, fugi! Não me despedi dos meus amigos, não voltei para trás, saí porta fora, liguei para o táxi, e assim que me apanhei em casa, apaguei!
Resumindo, para a próxima Lesboa eu não vou aviar em terra, vou deixar de beber (tanto), e vou arranjar umas frases catitas num papel, para quando tudo mais falhar, eu passo os papéis às miúdas e espero que elas sejam compreensivas. É que a brincar a brincar, uma pessoa assim dá cabo da sua reputação.
Venha outra Lesboa please, preciso de me redimir…